Age Of Chaos

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RPG de Fórum que conta o eterno embate no mundo de Tellus entre as 3 Grandes Facções: Os Feiticeiros, Os Templarianos e os Aliancistas.


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    A Escadaria Oculta

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    Mensagem por Admin Seg Out 28, 2013 7:42 pm

    A cidade de Tulan guarda muitos segredos, uma delas é o Mundo de Araquos, uma dimensão paralela a dos feiticeiros conhecida por ser uma manifestação do poder arcano no mundo vivo, lá foi construída a grande fortaleza espiritual dos Feiticeiros lar recluso do Alto Conselho onde as grandes reuniões sexa genais acontecem. Para chegar a tal lugar porém é necessário passar inicialmente pelo primeiro e ultimo entreposto entre a Tulan Fisica e a Tulan Espiritual, o entreposto conhecido como a Escadaria Oculta. A fortaleza é conhecida por nunca ter sido atacada e por ter sido atacada uma centena de vezes sem cair uma e nenhuma. Dizem que sua criação foi orientada pelo Grande Feiticeiro Brynden Rivers Selhorys, também conhecido como Lord Bloodraven The Three Eyed Crow.

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    04- A Escadaria Oculta


    Última edição por Admin em Seg Out 28, 2013 8:12 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Admin Seg Out 28, 2013 7:55 pm

    Ao caminhar mais além Zul Mak via um raio que lembrava a luz do dia, ele era conduzido pelo mesmo por uma passagem estreita, a neblina densa impedia sua visão e elevava seu sentido de perigo, era possivel ouvir palavras e frases jogadas a esmo vitimas da ligação entre dois mundos, era possivel ouvir vários dizeres:


    "Sombra, fogo, tormento, eu sou tudo isso meu jovem Zyren, tudo isso e muito mais!"

    "Morte"  "Duvida"

    "O crepusculo se fecha sobre nós meu filhos logo o Traidor virá buscar sua recompensa e eu irei dá-la a ele em dobro"

    "Paz"

    "Silêncio" "Encanto" "Poder"

    "Porque? Porque ei de matá-lo mestre? Você é vítima da imperfeição que assola esse mundo corrompido, eu sou a evolução o futuro, tudo que existe há de perecerer no fogo DA MINHA CHAMA!"

    "Vontade"

    "Liberdade"

    "Fúria" "Eternidade"

    "É isso irmão, não somos nada aos olhos da criação e assim como eu irei dormir, você também irá..."


    Ao ouvir o turbilhão de sussurros a cabeça de Zul Mak ardia e doia, o forçando a fechar seus olhos tapar os ouvidos e ficar parado ali, a névoa o envolvia e dançava ao seu redor, se contorcia e ria, o abraçava e o exauria, mas por fim a luz do dia tocava o rosto alvo do rapaz que via uma visão nova com o cessar das vozes que não eram sem sentidos, elas diziam muito e seriam parte integrante daquilo que havia sido, era e haveria de ser. Zul Mak estava no entreposto da Escadaria Oculta, e já não mais caminhava entre os viventes.
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    Mensagem por Zul Mak Seg Out 28, 2013 8:33 pm

    O mundo dos vivos com certeza já foi um lugar melhor de se viver, mas como tudo que é bom tem sempre um fim. Mas Zul-Mak estava no inicio do fim. A partir do momento que resolveu seguir um caminho a parte dos demais heróis, sabia desde o inicio de que o caminho poderia ser sem volta. As sombras cada vez mais o consumiam e a esperança por uma última vez poderia não ser de grande vália, contudo uma luz surgia e dela fez-se o seu sinal e a seguiu acreditando ser um presságio. Levado por uma estreita passagem, sentiu na espinha um calafrio e da Lua lembrou-se e novamente adquiriu coragem, mas parecia que a coragem naquele lugar estava morta. De repente, vozes em sua cabeça começavam a indagar palavras, até então sem sentido que pra ele pareciam trovões em sua mente. Neste instante, uma dor aguda na cabeça veio a fatigo-lo e foi onde caiu de joelhos ao chão. Das mãos deixou Hocho cair ao chão e as mãos agora livres foram aos ouvidos sensíveis na tentativa de parar com as vozes, obviamente algo falho. Os olhos foram os seguintes a serem cobertos pelas pálpebras, e por fim a loucura o tomou conta e um rugido pode ser ouvido por entre a névoa que o circundavam, e deste rugido seguiu-se um dizer:

    -CHEGA!!

    E foi onde as vozes se silenciaram e a luz fez-se presente mais uma vez. A pele clara reluzia diante aquela emanação luminosa e pôs o braço acima dos olhos como quem faz para proteger-se dos raios solares, deste modo podendo ter uma visão ampla e límpida possibilitando uma interpretação clara do que agora se via. Mas preferiu não enxergar naquele instante, pois agora a morte era a única visão. Embora desconhecesse aquele local, de algum modo tinha conhecimento de onde estava e temia por ter falhado. O jovem levantou-se, arrumou suas vestes e empunhou novamente Hocho pondo-a a sua frente e então desceu as escadarias. Ao descer a Escadaria, passou a olhar para os lados com a atenção dobrada e alma zelando pela vida, espantando para longe o ar gelado do fim.
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    Mensagem por Admin Qua Out 30, 2013 12:31 pm

    A chama era pura, o ar era límpido e o céu distante; a brisa leve batia e carregava consigo o aroma perfumado de rosas e petúnias que jaziam nas encostas das escarpas circundando a grande escadaria. Seu cheiro doce e leve trazia a mente a calmaria e ao espirito paz, pois era ali que jazia o reino do além mundo, não a morte, não a vida, mas algo mais, a essência da existência. Longas montanhas se estendiam além da vista, suas bases escondidas pela densa massa de nuvens que envolvia toda a zona, mas para o observador mais atento ficava claro que elas não se originavam do solo, e sim do próprio céu, flutuando a vagando pelo imenso azul que cobria as planicies aéreas, o sol era belo e resplandecente, sua chama era pura mas seu calor era ímpio esmaecendo a vontade daqueles que sobe ele caminhavam, por essa razão as benevolentes nuvens o cobriam deixando a beleza do fogo vivo escondida, assim raios fraquejantes rompiam a coluna de ar que os sustentava levando as florestas e ilhas flutuantes apenas a energia necessária para sobre-viver, mas acima de tudo ali estava, entre as cordilheiras, o mar aéreo, e as nuvens graciosas, a fortaleza da escadaria oculta, o real tesouro de Tulan, a passagem para o mundo espiritual dos feiticeiros onde o Alto conselho da ordem realizava suas reuniões sexa genais. Suas paredes eram douradas e pareciam ser feitas da mais linda seda, com tons carmesins e dourados ardendo por toda sua extensão, bandeiras de linho rebatiam-se sobre a fora do vento jogando no oceano de cores vermelhas os tons da mais antiga casa dos Feiticeiros, por cima de um fundo acinzentado que muito lembrava as brumas que envolviam o além mundo brilhava em um tom fulminante e áureo a Águia Imperial, simbolo maior dos Tulan que por muito tempo haviam guardado aquelas terras, se é que assim podia-se chamar o local. As muralhas circundando a grande cidadela eram de um dos mais impenetráveis materiais existentes, e também um dos mais antigos, a pedra templariana, a Edda, sua beleza rara e anciã preenchia os olhos daqueles que a avistavam, a rocha ressoava, como assim? Ela falava e cantava, ao tocar sua superfície cinzenta era possível ver e ouvir oque antes não estava ali, a coloração marfim que possuia aos poucos se mostrava alva, suas cicatrizes irregulares formavam gravuras que contavam o presente, o passado e para os mais sortudos o futuro, essas ranhuras antes de tons cinzentos assumia cores de veios de lazúli e opala, misturada com o mais fino diamante, contorcendo toda a estrutura em misticidade. O grande portão feito do mesmo material era de aparência totalmente diversa, escuro como a noite, e retalhado com a luz das estrelas terrenas de um lado, e com o foco da lua do outro, recebendo assim o nome de "Dyrr Stjarna Máni", "O Portão das Estrelas e do Luar" na lingua Tulaniana. Em meio a essa imponencia ancestral estava ali Zul Mak, o primeiro feiticeiro a pisar no local em 500 anos, ou pelo menos assim se acreditava. Com a chegada dele uma figura longeva se levantava no horizonte, próximo aos portões ele caminhava a passos vagarosos, seu corpo era feito da mesma Edda que formava as muralhas, ou pelo menos isso era oque se dava a entender, se aproximava, a natureza ao seu redor parecia envolve-lo, sobre sua capa cor de musgo vários passáros pousavam e se esfregavam na cabeça do ser que de nada lembrava um humano, ele em retribuição acariciava as pequenas aves com aconchego mostrando respeito e benevolência a eles. Parava a cerca de 30 centimetros do feiticeiro, sua proximidade poderia inibir mas liberava uma aura de pureza que dificultava isso. O ser virava sua cabeça de um lado para outro como se fosse uma grande coruja e ao olhar nos olhos de Zul Mak o mesmo podia novamente ouvir sussurros, dessa vez muito mais sutis e leves os mesmos surgiam como se fossem o falar do vento, "O...Sangue....Antigo...." "O...Sangue....Antigo...." "O...Sangue........................Antigo." Uma, duas, três vezes ele ouvia, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa o ser se manifestava, aos poucos como se suas articulações estivessem pútridas ou enferrujadas ele se ajoelhava retirando uma lâmina de seu manto e a posicionando a frente de seu corpo em gesto de reverência.

    - Você não deveria estar aqui Zul Mak Sirannus, sua vinda foi prevista e eu o espero há muito tempo, mas não deveria estar aqui - Se levantava lentamente e com um tom triste continuava - Sou o último do meu gênero, o ultimo guardião do Além Mundo, você não está nem vivo, nem morto, está sonhando ao mesmo tempo está acordado e eu sou aquele que protege a honra do clã Tulan desde tempos imemoriais. Eu procurei, por muito tempo eu procurei, procurei por você, matei e salvei a sua procura, e agora o tempo se esgota, estou sem tempo, sim, passado, presente e futuro, a Edda me mostrou, apenas um descendente do Sangue Antigo pode proteger a Conversão Harmônica. Lord Brynden estava certo, o destino conduz o que consente e arrasta o que resiste, sou membro de um passado insólito a muito esquecido, e por mais que meu nome ressoe nessa era ele não mais tem significado.... Meu nome.

    O guardião se voltava na direção da grande fortaleza, perdido em meio as memórias de um passado que não mais voltaria, de pessoas e amigos a muito perdidos, inimigo honrados que caíram por suas mãos, inocentes que por elas foram purificados, e aqueles que aquém de todo o mal escolheram perecer por elas. Sangue, suas mãos estavam encobertas em sangue, o Sangue Antigo de seus mestres abandonados, mas ele ainda era fiel, ó ele era, o tempo se esgotara, ele estava sem tempo, confusão e miscigenação de idéias, ele havia se mantido longe disso, uma lágrima, uma pontada de dor, remorso talvez? Não liberdade, era isso, liberdade, as brumas haviam sido suas únicas amigas por tempos demais, e ali estava a sua frente quem esperara por tanto tempo, seu bom amigo.

    - Senti sua falta Zul Mak parece que fazem milênios que não nos vemos, você não se lembra de mim, muito provavelmente, pois nossa história ainda há de ser trilhada nesse universo, mas caminhei a seu lado por diversos outros, em diversas outras formas e corações, é bom te-lo de volta amigo, amigo? É ainda não? Ou talvez sim, um brilho de esperança de um tolo quebrado. Meu nome, eu sou e fui conhecido por ele desde que passei a caminhar pelos mundos, sou filho das brumas, neto do grande sol e servo da primeira linhagem a mais tempo que posso contar, você de toda sua geração é o único que acordou essa virtude, não poder, pois sangue não é poder, é virtude, é força e determinação e oque corre em suas veias, é o mesmo que corre nas minhas, a mesma determinação, o mesmo pio padecer, o mesmo sagrado dever... Meu nome, eu sou e fui conhecido por ele desde que passei a caminhar pelas noites assombradas e pelos amanheceres cautelosos, sou filho da lua e neto da terra, e servo dos grandes e puros por tão pouco tempo que sou incapaz de contar.... tempo... estou sem tempo, o tempo se esgotou, é tarde, ou seria cedo? Não sei dizer, confusão, tem sido assim em minha mente desde o primeiro respirar, mas se há algo que aquieta meu coração é a visão do além mundo, de casa, de onde todos os Tulan vieram e para onde todos deveriam retornar - Começava a caminhar em direção ao portão, era como se Zul Mak já não mais estivesse ali, mas uma parte dele ainda estava atento ao jovem - Em breve meu senhor, em breve cumprirei oque me pediu, iremos nos reunir, estou com ele, espero que me permita entrar, meu exilio e minha dor tem sido grandes demais longe de casa, Meu nome, terei me esquecido dele? A lua e as estrelas, a visão da privação do lar me impede de lembrar... eu cumpri com oque prometi não cumpri meu senhor?

    O guardião parava frente a frente com o "Dyrr Stjarna Máni" e se ajoelhava, as brumas o envolviam e o faziam respirar mais uma vez, ele inalava a sabedoria dos antigos e lagrimas jorravam de seus olhos, mas elas eram feitas de areia, pois nada mais restara para chorar, apenas a areia do tempo perdido, da dor estabelecida, daqueles que se foram, de súbito porém vinha a tona a chuva torrencial, molhando-lhe a face com seu calor, mas não era a chuva, era a doce lágrima, a libertação, após 500 anos de exilio ele estava liberto, os "Dyrr Stjarna Máni" se abriam para ele, e ele se lembrava, sua desgraça e agora sua redenção, seu contentamento e arrependimento eram palpáveis.

    - Meu nome, eu sou e fui conhecido por ele desde que passei a caminhar pela vida, eu sou filho da tempestade e neto do sol dourado, servo da águia dourada desde que o primeiro de sua prole surgiu nesse mundo, bondosos sejam os criadores, por me agraciarem com tamanha longevidade, mais uma vez posso vislumbrar a beleza do coração dos heróis, ó bondosos sejam... Meu senhor? Você me aguarda acima da escadaria como antes não é? Seu humilde servo retorna, e acompanhado de um de seus filhos há muito perdido, meu nome, eu sou e fui conhecido por ele desde que recebi-o do senhor, eu sou Ignus Loratus Guardião das Brumas e do Além Mundo aquele cujo os mortais chamam nos tempos de necessidade, domador de espiritos selvagens e detentor da rebelde lâmina do Arconde. Sou quem sou e nada mais...

    Caminhando com porte muito mais imponente que antes Ignus Loratus estendia sua mão em direção ao topo da escadaria e começava a subida, em seu coração pesava a demora do retorno ao lar, mas agora tudo estava acabado, o tempo se esgotara, a Conversão Harmônica havia se iniciado, logo seria a hora da partida, ou será que não? Se dava conta então que de nada sabia, se lembrava de seu mestre lhe dizendo certa vez "É um erro tentar ver muito longe no futuro. A corrente do destino somente pode ser puxada um elo por vez, todo o fim é contemporâneo de todo o princípio, só a nossos olhos vem depois." E assim seguia e seguia, sem rumo, em direção ao destino.



    Ignus Loratus
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    05- O Guardião e o Além Mundo
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    Mensagem por Zul Mak Qui Out 31, 2013 7:34 pm

    Aonde estou?Que lugar é este?Enfim o fim novamente?Eram as perguntas que ecoavam pela mente de Zul-Mak. A escadaria estava ao fim, e a cidade ali inciava-se com a imponente marca dos antigos feiticeiros. De inicio achou tudo muito estranho, mas aos poucos começava a sentir-se a vontade e a mente tomava nota com mais calma do que via. As montanhas do céu flutuavam sobre as nuvens, mostrando o frágil, porém forte equilíbrio daquele ambiente em especial. Tulan era a janela da alma, do esquecido e do passado, mostrando a vanguarda dos antepassados e o frágil ciclo da vida que por um a um é sustentado. O tempo para o jovem feiticeiro era eterno, tal como o conflito que estava dentro dele, entretanto lembrou-se da lua, e da energia que ela emanou naquela noite e o que fez tornar-se e mais uma vez uma repentina calma tocou o seu coração agitado. De relance pode ver, ao alto, algo que chamou-lhe a atenção e os olhos fixaram-se nela e foi onde viu. A fortaleza no alto mostrava-se imponente, incansável pelo tempo e tomada pelo esquecimento, mas o que viria a seguir o deixaria ainda mais curioso. A águia altaneira, orgulhosa em seu descanso sob a fortaleza, mostrava sua majestade a todos que a vissem e o seu brilho o mais resplandecente.

    E foi onde viu o portão das estrelas, o "Dyrr Stjarna Máni" e a fortaleza feita inteiramente de Edda a pedra do passado, presente e futuro. Soube naquele instante que estava participando de algo maior do que o que imaginara. A beleza daquele lugar era de se imaginar única, mas o que viu a seguir fora bem mais impactante. Com sua chegada parecia ter acordado alguém a muito adormecido e este agora estava vindo na sua direção parecendo estar conectado ou teria algum vínculo com a natureza. Parou a cerca de poucos centímetros do Sirannus, e mexeu a cabeça como uma coruja o que a principio pareceu-lhe bem estranho e antiquado, mas ele teria lá o porque daquilo. Contudo o que o fez teme-lo foram os seus olhos brilhantes que fizeram novamente a sua cabeça "falar" e dela saiu algo como "O Sangue Antigo", mais uma vez nada fazendo-lhe sentindo. Como sinal de respeito e de paz, embainhou a espada nas suas costas onde uma bainha segurada por dois filetes que seguravam-se sobre seus ombros e costas, e o escudo da mão esquerda baixou-o até para junto da perna. Em sinal de boas-vindas ou de um "olá" direcionou ao estranho ser uma breve reverência. O estranho ser logo explicou que lugar era quele e que o Zul-Mak não deveria estar ali. Por que?Isso quebraria o equilíbrio?Foi então que a criatura disse o nome:Ignus Laratos. Outrora Ignus Laratos foi o responsável por sua morte, a primeira. O vazio que sentiu naquele dia foi imenso, a escuridão o tomou e nada mais existia a sua volta, foi como ver o mundo acabar. Por um instante sentiu-se perdido, e foi onde viu a luz da Lua chamar-lhe, a Mãe chama-lo como se fosse para o café, após um longo dia de brincadeiras. A Mãe que tanto pensava não era a mulher que colocou-lhe no mundo, e sim aquela que regia o seu destino. Não sabia dizer quem ela representou ou foi, apenas que ela existia e o regia como uma Mãe preocupada e amorosa, talvez esta entidade fosse a luz.

    O nome Ignus Laratos fazia-o ainda a lembrar de coisas terríveis que a muito havia esquecido e agora retornavam tão rápido quanto o projétil lançado pelo arco do destino. Às vez, para ele, o que realmente importava eram as lembranças. Naquele momento, que Laratos fora para junto do grande portão, Zul-Mak virou-se e baixou a cabeça. O vento que consumia-o naquele instante fez voar o cabelo e o manto azul, e pediu baixo para que levasse para longe suas aflições e preocupações, mais uma vez a paz havia sido abalada. Ao levantar a cabeça e virar-se novamente para Laratos já o via subindo aquela escadaria e tocou no próprio peito olhando para aquilo que ele havia tornado-se e deixou-se pensar:"No fim, apenas o que nos resta são as lembranças, pois serão elas o nosso alicerce que manterão os pilares da vida vivos, e os da morte, mortos. Fez o que fez, mas lembrará-se-a?O passado é o passado, mas é o passado responsável pelo nosso presente, que logo é o futuro e no fim tornar-se-a o passado novamente. Não é o passado o esquecimento, e sim o novo, pois no passado é possível ver e no presente rever. Já uma vez alguém disse que é preciso ser forte para esquecer, e mais forte ainda para perdoar."E foi naquele exato momento que o menino, a pouco morto, deu as caras novamente, mas de forma benéfica, pois nele ainda vivia o perdão.


    -Ignus Laratos!Aonde está me levando?-Atreveu-se a perguntar, mas num tom amigável.-E diga-me, o que é este sangue Antigo que tanto diz?E o que represento para este lugar?E a Conversão Harmônica o que é?

    A subida seria longa, pois olhou-a lá de baixo para cima e resolveu seguir Ignus Laratos. O coração batia forte e a cabeça aos poucos tomava a calma, pois sabia lá no fundo que todas as dúvidas seriam respondidas. Já não estava mais atormentado pela dor de estar sozinho, sabia para si que a Mãe estava ali, e se fosse necessário ela o protegeria. Adiantou-se para ficar ao seu lado, não tão perto, uma escada a menos que ele, para poder ouvi-lo e ele o mesmo poder.
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    Mensagem por Admin Sex Nov 08, 2013 8:22 am

    Parecia que uma eternidade havia passado... Ignus olhava para os degraus cobertos de musgo da escadaria e se perguntava por quanto tempo ele teria dormido. Sentia o vento, era como o sussurrar de um velho amigo retornando do exilio, mas quem era o exilado? Ele? Ou o vento? A água empoçada em buracos lamaçentos próximo expugnava um cheiro de terra molhada que o lembrava de casa, uma memória, uma visão, um doce beijo e finalmente o abraço da morte, Ignus se lembrava..."Eu tenho andado por esse caminho de desejo, andei implorando por sangue, eu não me importo se estou brincando com fogo eu sei que estou congelado por dentro" ele lhe dissera um dia, "No meio da noite, não entendo o que está acontecendo, é um mundo que se extraviou, no meio da noite,eu não posso deixar isso acabar, então eu continuarei procurando nas sombras por sua vida, ela nunca será em vão" a coisa lhe afirmara, "Sem mais lágrimas, não, porque nada mais importa eu fechei os olhos por muito tempo. Somente a vingança me fará sentir melhor, não há descanso até que eu saiba que está feito!" Ela lhe dissera, o sangue borbulhando e escorrendo pela sua boca e seus lábios rosados manchados de tinto. O vento, ele trazia consigo a memória do fogo do ódio, e da vida, com todas essas visitas repentinas. O jovem feiticeiro a seu lado lhe fazia perguntas, mesmo que ouvisse e soubesse as respostas Ignus se mantinha em silêncio, subia mas um lance das escadas e ao vislumbrar um pequeno jardim flutuante parava, se ajoelhava e colhia uma flor de coloração branca, percebia então que não era apenas o mundo que havia mudado, mas tambem ele mesmo, no passado Ignus tinha sido um brutal assassino a sangue frio, matado muitos e muitos mais, até que descobrira o amor e tudo mudara, ele então passara a caminhar uma rota de redenção, até que sua amada descobriu que ele havia sido o responsável pelo exterminio de sua familia, fato que nem mesmo Ignus conhecia, aquilo o atingira em cheio, ela consumida pelo fogo da vingança transformou seu amor em ódio e fúria, e ele havia sido forçado a matar a única pessoa que ja amara, após isso fugiu e amaldiçoou os deuses e o mundo, o resto era lenda.

    - Alguns podem chamá-la de uma maldição. Uma vida como a minha. Mas outros, uma bênção. É certamente uma vida solitária, mas é um cumprimento e a melhor. É a minha cruz a carregar e eu a suportarei alegremente. Alguém tem que tomar uma posição contra o mal, por que não deveria ser eu? - As pétalas da flor voavam uma a uma com a intensidade da torrente, uma fina chuva começava a cair, prateada e brilhante, uma unica pétala restava, mas sua branqueza espetacular era maculada com uma única gota vermelha que escorria do olho esquerdo do guardião, uma lágrima de sangue, um requiem ao passado que se fora - Cada palavra que você está dizendo é uma mentira, fuja, minha querida, cada sinal irá dizer que seu coração está morto, enterre todas as memórias, cubra-as com pó. Onde está o amor que nós tínhamos? Meu destino é incerto, porque você não consegue ver o que tínhamos? Deixe o fogo queimar o gelo, era tudo uma mentira? E eu ainda pergunto porque nosso paraíso morreu. Os céus estão todos caindo, estou respirando, mas porque? Em silêncio eu aguardo, por você e eu. Próximo a insanidade me enterro vivo, Mas o mundo foi para onde você pertence e se sente, atrasado, porque que você está se movendo. Você consegue encontrar o caminho para casa? Acho que não...

    A pequena flor escapava das mãos de Ignus, ele percebia a realidade ao seu redor, tudo se fora, não era hora para aquilo, mas ele ainda sentia o vazio em seu peito consumindo-o, a profundidade como um verme devorador, era culpa dele afinal, nem uma eternidade de servidão poderia acabar com aquele sentimento, mas ele estaria livre desse sentimento no dia em que cumprisse com seus deveres, esse dia estava próximo, ele podia sentir, "Me aguarde meu amor, me aguarde" ele pensava, e uma nova memória vinha a sua mente, "Eu o perdoo Ignus Loratus, mas por toda sua vida você jamais terá outro nome, pois você é oque você é...", uma mão escorregando por sua face, uma lágrima fria e o sangue dos inocentes em suas mãos, nem todos os oceanos do mundo poderiam lava-lo de seus pecados e de suas memórias, apenas a luz poderia, e ele um dia a encontraria. Se erguia e olhava para Zul Mak por cima de seu ombro.

    - Suas perguntas são muitas e muito complexas, elas remontam a formação do próprio universo, da fábrica do tempo e do espaço...Esses degraus terminam no grande templo de Alma Thoram, o marco do Além Mundo e o local mais sagrado para os Tulan e para os Zoradrim. Diz a lenda que essa dimensão toda foi criada pelos Eternos em uma tentativa de imitar seus deuses, existem 10 dimensões ao todo, elas são, Veritas, a dimensão de onde você veio, lar dos feiticeiros e das outras raças, tambem conhecida como plano fisico, acima dele esta Shinu, o mundo dos errantes, não dos mortos como se pensa, os espiritos daquele que são incapazes de encontrar a paz após a morte vagam pelo Shinu até que se deteriorem totalmente e voltem a encarnar em nova forma, acima deste esta o Além Mundo, também conhecido como Uber(Iuber), conhecido como o plando da luz e da prosperidade e o laço de todos os outros mundos; e abaixo desses três está o Drohung, o plano das trevas governado pelo maligno Zorc, um antigo feiticeiro que se fundiu a entidade Vatur senhor desse plano. Esses quatro planos estão interligados entre si. Eles compoem oque é chamado de o Elo da tormenta, uma ligação entre as 4 dimensões compostas por pura energia que permite aqueles que habitam-nas viajarem entre elas e tirarem seus poderes de qualquer um desses planos, as ligações desses planos possuem forma fisica em Veritas e espiritual no Além mundo, para acabar com a conexão entre os planos seria necessários destruir todos os marcos nos dois mundos. Pode parecer meio complicado mas preste bem atenção, a cada três mil anos, as dimensões se alinham e é possivel viajar entre elas com seu corpo físico, foi oque você fez, esse é um periodo muito perigoso, pois todas as dimensões estão vulneráveis. Oque você viu em Tulan é apenas o começo do processo chamado Conversão Harmonica. Conversão pois todos os quatro planos vão aos poucos se aproximar, harmonica pois naturalmente essa conexão iria trazer prosperidade a todos os planos, mas existem aqueles que se aproveitarão desse evento que durará cerca de 20 anos para tentar conquistar ou destruir toda a existência. Os Zoradrim e os Tulan eram aqueles encarregados por proteger o Elo da tormenta e garantir a Conversão Harmonica, mas os feiticeiros em sua ignorancia e descrença destruiram os dois clãs, sobraram poucos que possuem seu sangue, oque você questionou, o Sangue Antigo é o sangue, não necessariamente físico, as vezes a conexão é espiritual, daqueles que são herdeiros dos Tulan e dos Zoradrim, e que estão finalmente destinados a combater as forças da escuridão e do caos durante esse momento de crise.

    Ignus olhava atentamtente para os ultimos quinhentos degraus e começava correr em alta velocidade, parecia saber de algo que não dissera a Zul Mak, ele então abria seus braços e era possível perceber como, ao se unir a sua capa lembravam as asas de uma imensa coruja, e ao fáze-lo sua velocidade aumentava e muito, chegando até mesmo a trincar um dos inumeros ladrilhos ali localizados. Pensava que Zul Mak poderia acompanha-lo por isso prosseguia e por fim parava no ultimo degrau, se virava e dizia:

    - Já começou Zul Mak - Se voltava em direção sol, e se ajoelhava, ao fundo uma silhueta surgia, não era possivel discernir sua imagem até que se aproximavam dele, o homem se sentava sobre uma pedra meditando, ao seu redor criaturas sombrias voavam parecendo controladas por sua vontade - Quero que conheça meu mestre e senhor desde o inicio dos tempos, este é Orpheus Orsus, também conhecido, como Khristós de Jäger, ou também apelidado de Smoker, irmão do meio de Mentor e Trion Zyren...
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    Mensagem por Admin Sex Nov 08, 2013 8:23 am

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    Mensagem por Zul Mak Sáb Nov 16, 2013 12:44 pm

    A caminhada seguia tranquila por entre aquela vastidão de degraus. O pé direito servia como qual para escolher onde pisar e o esquerda para sustentar e por fim repetir o mesmo circulo, várias e várias vezes. Toda vez que subia mais um degrau uma lembrança vinha a sua mente, lembranças da infância, do pai, de sua mãe, de seus amigos e companheiros, entretanto uma fez-se presente de mais e naquele instante desejou não existir. As lembranças que se formavam eram muitas, e poucas delas boas, mas a que mais incomodava-o era a da morte. O caminho tornara-se sinuoso e o vento cada vez mais forte, contudo por um instante pode jurar que ele havia adormecido, mas errou e em poucos instantes retornou mais forte. O manto que pendia sob os ombros e cobria-o por inteiro dava-lhe uma aparência majestosa quando o vento encontrava-se ao mesmo, neste levando-o a parecer que no ar mantinha-se vivo. Os cabelos negros como a noite flutuavam no exato instante que eram soprados e logo caiam brilhoso sobre os ombros de Zul-Mak. Aquilo não o incomodava, pelo contrário fazia-o lembrar-se de que estava vivo. O tempo passou e as perguntas que antes fizera pareciam terem se perdido no vento que por meio deste foram levadas a eternidade, e isto de imediato o preocupou. E nos últimos lances de escadas um Jardim suspenso crescia as margens da escadaria. A vida sempre continua. Mas continua pra quem?Gostaria de ter tido mais tempo.

    Ignus caminhava a frente, sem pressa, e calmo, e foi onde deu-se em mãos com uma rosa branca e parecia nela encontrar a dor do passado. As lamentações perderam-se ao vento, mas o que seria o vento se não o que leva os malhes da alma embora?Ou se não o ceifador da lamentação que existe dentro do homem ou em qualquer criatura viva?O circulo da vida é assim, há o que traz e o que leva. A sensação de estar sozinho havia voltado, e uma lágrima queria correr sobre a pálida face do feiticeiro, mas o coração que estava frio novamente foi esquentado sentiu-o alguém abraça-lo e o cheiro de vida e amor confortou-o, era a A Mãe que estava com ele. Ela sempre dizia:"Quando sentir-se sozinho, o cristal irá chamar-me. E quando sentir-se só, é eu quem irei chama-lo. Mas quando eu não estiver lá, saiba que estou." Quando a mente veio a recordação a mão a qual segurava a sua arma foi de encontro ao cristal azul que encontrava-se perto do coração prendido sobre uma corda envolta ao pescoço. O Cristal havia sido encontrado na escuridão da morte e quando pegou-o em mãos a Mãe surgiu. Uma luz forte, reconfortante, quente e duradoura, que dela fez-se a forma de uma mulher de cabelos longos e prateados e os olhos azuis como o mar,e a face branca feita de neve. Parecia ter sido desenhad pelos deuses artistas. O vestido que vestia naquele dia era azul, combinava com os olhos, com mangas pendentes que delas pode ver o eterno. Sobre si um manto branco tão branco quanto a luz, guardava sua face e corpo e sobre a cabeça uma coroa.

    -Filho meu, filho de Allysanne, Senhora da Luz. Meu pequeno, meu pequeno Zul-Mak como cresceu.-A mão clara encostou na face lisa sem barba de Mak. Ainda era jovem, tinha os seus 18 ou 19, e pouco sabia da vida, apenas conhecia o bem, mas Ignus já o havia levado para o negro.

    O lugar era só escuridão, e única luz era a da Mãe. E ela voltou a dizer:

    -Não chore. Não chore. A luz sempre esteve com você, você é um filho da Luz e tal não teme a escuridão, é a escuridão que o teme.-A voz da mulher era penetrante, tal como o fim do inverno e os prelúdios da primavera. Era confortante, mas ao mesmo tempo severa.-Poucos de nós ainda vivem. Nunca quis que participasse disso, mas não pude evitar. Sempre fostes o mais quieto, o mais obediente e mais amável, meu pequeno. Ora filho, Ora amigo. Sempre o meu preferido. Quando nasceu a lua deu-lhe Zul, que significa O Rei da Luz, e eu Mak, filho da Luz. Sim, meu pequeno, é você o Rei e Filho da Luz. A Lady Lua sempre olhou por você quando não pude, e agora que encontrou-me posso cuidar de você. O Pai sempre previu este momento, o momento que me encontraria novamente. Agora está aqui, com sua Mãe e pra sempre estará.

    E ela terminou com um beijo na testa do garoto, que quando acordou estava em Helghan sob os pés de Destructus. Nunca havia contado para ninguém o que vivenciou, mas a partir daquele passo de vida mudou-o para sempre. O cristal brilhou incansável quando Laratos começou a responder as perguntas antes feita ao mesmo e delas pode entender o que estava havendo. Seria o seu papel proteger tudo o que existia?Ou apenas desenvolveria um pequeno papal para que tudo sobrevivesse?Seja como for estaria preparado para o que acontecesse. Nada mais restado ali Ignus Laratos moveu-se em uma enorme velocidade, e Zul também deveria fazer o mesmo. Ele segurou no cristal e pediu: "Mãe, conceda-me o poder para poder voar."O cristal respondeu com três piscadas de luz forte e pode ouvir bem baixo "Voe!" E quando pulou a capa tornou-se em grandes asas azuis feitas em sua essência de luz que quando levantou voo o impacto fez com que a pedra abaixo explodisse e junto de Ignus foi. Mas o mais impressionante aconteceu quando pousou e suas asas tornaram-se novamente no manto e deu-se frente a Orpheus Orsus.

    -Isso não é coisa boa.

    A mão já encontrava-se posta na espada e o cristal deparou-se a brilhar, e quando isso acontecia, era perigo.

    -O que é você?
     
    Orpheus
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    Mensagem por Orpheus Dom Nov 24, 2013 1:31 pm

    A luz do sol irrompia através das nuvens nebulosas acima de Thoram. A cidade fortaleza, reino do estudo Zoradrim, e mais tarde dos Tulan, resplandecia envolta em ouro e majestade. As areias inertes ao seu redor balançavam-se e arrematavam-se na direção do vento limpando e trazendo a vista os restos do grande jardim que um dia ali jazera. Em seu centro Oprheus meditava, a cerca do que poderia perguntar-se o estranho que se aproximava, jamais obteria porém a resposta para tal questionamento, pois sua mente era inerte ao pensamento humano e se voltava apenas a espiritualidade de tão sóbrio lugar. Ao seu redor um círculo de luz purificava a essencia maligna dos demonios que por muitas eras habitaram a fortaleza, atraidos por seu poder todos voavam acima dele, estarrecidos e confusos com a visão de luz que surgia depois de uma eternidade de trevas. O Além Mundo acordava, pouco a pouco, conforme seus guardiões de outrora se libertavam do sono profundo. Seus olhos se fixavam em Zul Mak, Ignus era uma sombra ele percebia, uma memória quebrada de seu antigo eu, e a confusão no convidado era latente e claramente perceptivel.

    - Seu questionamento é sem fundamento Zul Mak Sirannus, filho de Skar-ke, Neto de Destructus, Bisneto de Horian Juilaik e Zorc Necrophades. Não percebe, mas caminha junto a luz e as trevas, ambas seguindo-o de perto, o gape da morte envolve você e seus amigos, eu posso vê-los, em meus sonhos, e nos seus olhos. Sua cabeça lhe entrega, somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo. E nesse momento você é incapaz de fazer coisa qualquer, ou de criar algo.

    Os demonios desciam dos céus, e aos poucos vinham na direção de Orpheus, pareciam gostar dele, era incerto o poder que o monge Zoradrim possuia, mas algo podia ser percebido a seu respeito, ele não era nem bom, nem mal. Aos poucos movia sua boca como se formasse palavras, mas era impossivel discernir oque dizia, se emita sons eles eram imperceptíveis e aos poucos eram abafados pelo vento crescente que formava redemoinhos envolvendo as criaturas sombrias, os ventos lancinantes purificavam os seres tornando-os almas de pureza que logo eram absorvidas pelo monge. Antes que pudesse se levantar dizia mais palavras na lingua Zoradrim, mais conhecida como a voz elemental, de súbito se calava e do ponto onde sentava um vendaval potente surgia, ao atingir Ignus, o erguia no ar, aparentemente sufocando-o e causando dor profunda a ele, aos poucos o monge se erguia com seu danbo em mãos.

    - Algo turva sua mente Ignus Loratus, você não está mais apto a guardar esta escadaria. O segredo da saúde,mental e corporal,está em não se lamentar pelo passado,não se preocupar com o futuro,nem se adiantar aos problemas,mas,viver sabia e seriamente o presente. Pensei te-lo ensinado isto há muito tempo atrás, mas ao que me parece, enganei-me, talvez seja melhor destituí-lo de volta a morte. Gostaria disso Zul Mak?

    Seus olhos eram impassíveis, ele não expressava os sentimentos mais humanos, nem os mais desumanos, não agia por pura lógica ou razão, era algo diferente que o feiticeiro jovem teria que descobrir sozinho. Ele se perguntava qual a reação que ele teria, se importaria com o expurgo de Ignus? Se revoltaria com aquela tomada de decisão ou ocasionalmente aceitaria a reviravolta do próprio destino? Lutaria? Reclamaria um direito? Ou nada faria? Não era um teste, não era um jogo, mas uma indagação filosófica, do que seria feito Zul Mak Sirannus? E de súbito entendia. Um sorriso surgia em sua face:

    - Nossa existência é transitória como as nuvens do outono. Observar o nascimento e a morte do ser é como olhar os movimentos da dança. Uma vida é como o brilho de um relâmpago no céu. Levada pela torrente montanha abaixo. Você me perguntou quem sou Zul Mak Sirannus, mas por si só não entende sua existencia, não conheces a ti próprio. Pois bem eu sou oque penso ser. Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele. Assim como eu o faço nesse momento.

    Oque ele faria?
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    Mensagem por Zul Mak Seg Dez 16, 2013 10:56 pm

    Saber ao que veio é o que todos os seres pensantes tentam descobrir desde os seu primórdios, mas poucos alcançam esta verdade. Afinal, como sabemos para que servimos?Talvez fosse o que o jovem feiticeiro estaria pensando naquele momento. O espesso cabelo negro movia-se ao baixo vento que rodeava aquilo que sobrara de um jardim a muito esquecido, e seus trajes curiosamente pendiam firmes e não moviam-se. Os lábios ameaçaram mover-se e algum som estranho saiu, mas nenhuma palavra fora proferida. O medo era uma constante certa dentro dele, entretanto o desejo de vingança também. Com um leão sedento por sangue, a vingança gritava em seu coração, mas como uma sábia coruja, a mente dizia para pedir pela vida de Ignus. O homem que me pôs na escuridão, pensou Zul-Mak. Fosse o que fosse, estava certo do que queria.

    -Orpheus!-Gritou de súbito.-Poupe a vida deste homem, o que sobrou dele. Lamentar-se do passado e temer o futuro faz parte do presente, por isso se chama presente, é uma dadiva, a dadiva de viver. Perdoe-o, e se for necessário leve a minha alma mais uma vez, e poupe a de Ignus.

    As palavras sairam de sua boca tão leves e frias quanto desejaria. O medo curiosamente havia acabado, e a mão da espada agora encontrava-se fechada sobre o cristal. A luz da Mãe brilhava incessante, ela estava com ele como sempre esteve. Perguntou a si mesmo como seria mais uma vez experimentar da escuridão, e do gelado descansar que é a morte. Ignus certa vez sentenciara-o com um beijo frio em seu pescoço, e o fim fez-se presente, mas graças ao avô ou ao destino estava frente ao seu inquisidor. No entanto a capacidade de um jovem de entender realmente a vida é uma coisa falsa, entende-se ela quando se vive, e se vive realmente na morte. O vento agora parecia soprar mais forte e o manto azul dançava conforme a música que o vento cantava.  

    Lembrar-se de que o destino que teceu levou-o até ali, fez o medo retornar. Questionou-se sobre ter medo, mas o medo fazia parte de si e muitas vez dava-lhe coragem. O cristal continuava a brilhar e os penetrantes olhos de Orpheus e de suas criaturas sombrias pareciam observa-lo. Contudo, o que enxia a sua mente de dúvidas era o que realmente era, quem realmente deveria ser. Teria de tomar uma decisão, caso o que pedira a Orpheus fosse negado, e se fosse preciso defenderia a existência de Ignus, já que tudo tem a ordem de existir.
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    Mensagem por Zul Mak Seg Dez 16, 2013 11:01 pm

    Saber ao que veio é o que todos os seres pensantes tentam descobrir desde os seu primórdios, mas poucos alcançam esta verdade. Afinal, como sabemos para que servimos?Talvez fosse o que o jovem feiticeiro estaria pensando naquele momento. O espesso cabelo negro movia-se ao baixo vento que rodeava aquilo que sobrara de um jardim a muito esquecido, e seus trajes curiosamente pendiam firmes e não moviam-se. Os lábios ameaçaram mover-se e algum som estranho saiu, mas nenhuma palavra fora proferida. O medo era uma constante certa dentro dele, entretanto o desejo de vingança também. Com um leão sedento por sangue, a vingança gritava em seu coração, mas como uma sábia coruja, a mente dizia para pedir pela vida de Ignus. O homem que me pôs na escuridão, pensou Zul-Mak. Fosse o que fosse, estava certo do que queria.

    -Orpheus!-Gritou de súbito.-Poupe a vida deste homem, o que sobrou dele. Lamentar-se do passado e temer o futuro faz parte do presente, por isso se chama presente, é uma dadiva, a dadiva de viver. Perdoe-o, e se for necessário leve a minha alma mais uma vez, e poupe a de Ignus.

    As palavras sairam de sua boca tão leves e frias quanto desejaria. O medo curiosamente havia acabado, e a mão da espada agora encontrava-se fechada sobre o cristal. A luz da Mãe brilhava incessante, ela estava com ele como sempre esteve. Perguntou a si mesmo como seria mais uma vez experimentar da escuridão, e do gelado descansar que é a morte. Ignus certa vez sentenciara-o com um beijo frio em seu pescoço, e o fim fez-se presente, mas graças ao avô ou ao destino estava frente ao seu inquisidor. No entanto a capacidade de um jovem de entender realmente a vida é uma coisa falsa, entende-se ela quando se vive, e se vive realmente na morte. O vento agora parecia soprar mais forte e o manto azul dançava conforme a música que o vento cantava.  

    Lembrar-se de que o destino que teceu levou-o até ali, fez o medo retornar. Questionou-se sobre ter medo, mas o medo fazia parte de si e muitas vez dava-lhe coragem. O cristal continuava a brilhar e os penetrantes olhos de Orpheus e de suas criaturas sombrias pareciam observa-lo. Contudo, o que enxia a sua mente de dúvidas era o que realmente era, quem realmente deveria ser. Teria de tomar uma decisão, caso o que pedira a Orpheus fosse negado, e se fosse preciso defenderia a existência de Ignus, já que tudo tem a ordem de existir.
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    Mensagem por Orpheus Qua Jan 01, 2014 11:29 pm

    As palavras de Zul Mak perfuravam a mente de Orpheus como uma lança dilacera uma maçã. Aos poucos descia o corpo de Ignus, a pedra templariana que mantinha seu ser unificado trincara e agora começava a se despedaçar, partes de sua carne se revelavam pelas brechas ocultas pelos lindos tecidos ornamentados que um dia havia lhe dado, agora estes mesmos estavam sujos envoltos em uma camada espessa de poeira, lama e sangue. Uma das feras ao seu redor ansiava por devorar o guardião e aos poucos se aproximava do mesmo. Poupara-o de sua lâmina de certo, mas a encarnação do mal o reivindicava. Poderia salvá-lo, mas deveria? A o demonio caminhava a passos lentos na direção da pedra onde Ignus estava recostado, dentes afiados a mostra e uma presença maligna que era perseguida por uma fome insaciável. Orpheu olhava com o canto de seus olhos para o jovem feiticeiro a sua frente e percebia cada músculo de seu corpo se retestando, "A força da indecisão" pensava, "Ela também me acomete".

    - Ignus Loratus falhou miseravelmente em sua missão, eu o enviei ao mundo físico para que pudesse avisar seu povo da chegada eminente da Conversão, mas ao invés de cumprir com seu dever partiu em direção a vingança. Procurou confronto, caçou e tentou eliminar meu tio Siellis Orsus, que um dia havia matado sua amada em frente aos seus olhos, e não apenas isso, reanimado seu corpo a forçando a lutar contra Ignus. Eu lhe salvei de uma vida lúgubre, uma vida de crimes, lhe dei um propósito maior, a força do bem comum para servir. E é assim que me retribui! Se ajoelha perante mim como se nada tivesse ocorrido. Veja Ignus Loratus, o caos que liberou sobre o mundo - Utilizava sua mente para mover a cabeça de Ignus em direção a enorme possa negra que estava no meio do jardim, a possa tomava a forma de um enorme espelho, aos poucos a água negra mudava e mostrava imagens. Uma guerra de escalas sem precedentes, uma batalha destrutiva onde homens, mulheres, crianças e animais sofriam e pereciam um atrás do outro. Na face de Ignus uma única lágrima escorria por seu rosto - Arrependimento Ignus... Um dos venenos da alma, as feras a sua frente são os Demonios Juramentados, eles caçam aqueles que rompem promessas sagradas, assim como a que você fez em frente ao túmulo dos Zoradrim, eles agora anseiam por reinvindicar sua alma, para que apodreça para sempre no shinu, sem forma, sem vida, mudo, cego e surdo. Era meu dever matá-lo, mas escolhi não faze-lo, eu poderia salva-lo... - Orpheus olhava para Zul Mak - Mas eu escolho não fáze-lo, sinto muitíssimo....

    Aos poucos se virava para longe da direção onde seu antigo aprendiz estava, abaixava sua cabeça, sentia um pouco de pesar, mas era um monge, logo abandonava esse sentimento, Ignus havia feito sua escolha, e ele, havia feito a dele. As feras avançavam, sua sede de sangue era sentida por todos. Ele jurara nunca mais deixar que seus sentimentos superassem sua razão, este foi seu voto mais sagrado, por conta de seus sentimentos a pessoa que o trouxera a aquele mundo, havia perecido, tentando salva-lo.

    Faziam vinte anos, ele aos seus curtos dezessete anos contrariava as ordens expressas de seu pai de não adentrar o território maculado do Culto de Rattash. Mas ele acreditava que poderia haver paz entre a ordem e esta organização, o sangue dos Stalker manchava o solo, e apesar da decisão de seu pai de não tomar partido no combate ele decidira no calor de sua juventude faze-lo. Ele encontrara o líder do culto Hiruku sobre um pequeno morro nos arredores da cidade de Taranis, capital dos Zyren, ali ele suplicara que o derramamento de sangue cessasse, já perdera muitos amigos, e não gostaria de perder ainda mais. Ele se lembrava, como uma sombra, logo atrás dele, a visão pétrea e fria de seu pai furioso. Como um leviatã enlouquecido Gurien Orsus o pegara pelas costas e o arremessara contra um pedregulho afiado, a rocha pontiaguda perfurara seu pulmão direito e quebrara todas as suas costelas.

    Seu pai se aproximara e dissera
    "Nenhum Orsus se ajoelha, e muito menos implora pela vida daqueles que não lhe interessam. Não me tome como um tolo Orpheus, você suplicou a mim que adentrasse a guerra e terminasse com o banho de sangue, pois farei, mas a custa da sua vida, aqui e agora...".

    Antes que pudesse finalizá-lo os guardas do palácio juntamente com sua mãe haviam alcançado Gurien e ele. Ela calmamente se aproximara e colocou-se entre ele e seu pai, com calma curou as feridas graves que sofrera, uma veia latejava na testa de Gurien, ele se lembrava, sua mão se fechava em torno do punho da espada, mas ele nada fizera, não por medo, mas por respeito, seus homens ali estavam, não iria permitir que seu nome fosse manchado, Gurien aquele que ataca uma mulher desarmada que mal nenhum lhe fez.

    "Ele tem que morrer, uma suplica junto ao líder dos Orsus nunca pode ser retirada, um líder não volta atrás, eu acolhi o pedido dele, e lhe dei meu preço uma vida deve ser tirada em nome da PAZ."

    Sua mãe lhe dera um beijo quente na bochecha, as lágrimas escorriam por seu rosto, antes que se voltasse ao seu marido ela lhe dissera calmamente em seu ouvido "Nunca desista, a verdadeira natureza humana não é o mal, procure a verdade no surreal."

    Ela se erguerá, limpara as lagrimas, e com toda a coragem que pode reunir olhara bem no fundo de Gurien, "Se uma vida deve ser tirada então ofereço a minha, o código dos Orsus diz exatamente que em caso de abatimento um sacrifício voluntario pode ser feito, e não pode ser recusado."

    "Sacrificaria a si mesma? Abandonaria seu outro filho por ele?" Dissera Gurien indignado, uma pitada de dor o acometia, ele ainda a amava, mas aquele amor estava prestes a desaparecer, ele se lembrava....

    "Meu outro filho foi tomado de mim pelo pai, moldado em uma monstruosidade igual a ele, Orpheus, é e permanecerá sendo meu único filho Legitimo, Lyken é seu filho, e assim foi desde seu nascimento. Se algum dia sentir falta da mãe, que os deuses o abençoem pois ele recobrou as virtudes que tentei incuti-lo, até este dia ele é tão bastardo para mim quanto seu imundo Zyren".

    Gurien respirou fundo, uma sombra envolvia sua face. Ele tentava dizer algo, mas as feridas ainda doiam, estava curado percebia, mas sua mãe o havia silenciado, por tempo o suficiente, para que não, a impedisse. "Que assim seja". Ele proferiu, e sua espada se ergueu e desceu com uma leveza digna de seu posto, uma morte limpa seu pai lhe dissera, indolor, uma piada sem graça. Não chegara a ver o rosto da sua mãe, quando encostou no solo, o pai a fez desaparecer, seu enterro ele nunca veria. Gurien caminhou na direção de Hiruku, mais cedo Orpheus lhe implorará que se unisse aos Stalker e acabasse com as ambições do Culto, mas ele sempre fora um homem cuidadoso, que ninguem diga que o grande Gurien não cumprirá com sua palavra, ele traria a paz, mas não da maneira que seu filho tolo desejava, ele faria exatamente o oposto, e o veria sofrer com o sangue de seus entes queridos e amigos sendo derramado. A Hiruku ele dissera "Meu filho deseja a paz, o embate esta balanceado os Zyren são pressionados pelos outros clãs e o Culto ameaçado, mas, Com a força dos Orsus ao seu lado a guerra será sua a ser vencida, eu lhe ofereço Hiruku pelo preço da morte de minha própria esposa, a pedido de meu filho, minha aliança. Quanto a você, esqueça que um dia carregou meu nome ou minha bandeira, se em um minuto ainda estiver em território dos feiticeiros, eu irei matá-lo. Uma pena que ela teve que pagar o preço você sempre foi o pior, não importa. Seu irmão fará aquilo que você nunca seria capaz de fazer."

    Nem um olhar, apenas um aperto de mãos. Por um segundo, ele pensou em ficar e em encontrar a morte pelas mãos de seu pai, mas a menor das pessoas o impediu, seu irmão mais novo, o bastardo, o levantou pelos ombros magros e com calma disse, "Viva, para lutar mais um dia, em nome de algo melhor e maior, algo maior do que esta podridão, não torne o sacrificio dela em vão...." Então corri, corri como se não houvesse um amanhã, pois não havia, não para Orpheus Orsus, ele era agora apenas.... Daeron o Esquecido, nome que utilizaria por muitos anos, até o presente.


    - Você diz que lembrar é parte do presente Zul Mak, mas relembrar é um veneno, que ataca a mente e destrói o pensamento. Neste mundo só existe aquilo que é racional, os que se deixam levar pelos sentimentos... infelizmente...perecem...- Dizia olhando com pesar para Ignus

    - Tudo oque eu fiz, não importa quão cruel... ou... frio... foi por ela... eles tiraram ela de mim.... se motivo algum.... eu lutei .... lutei contra meu destino.... me desculpe mestre.... faça oque tiver que fazer comigo.... - Dizia Ignus com sua voz tremula e fraca, lágrimas escorrendo pela sua faça coberta pela pedra, o sangue jorrava de seus olhos com força - Eles usaram ela contra mim... eu jamais me esquecerei... do sorriso dela... do cheiro doce de sua pele macia....me mate... desde meu nascimento... nada mais fui... do que uma faca de dois gumes... que machuca a vitima e o ofensor... me mate mestre se for preciso....

    As bestas avançavam com ainda mais vigor, a reação de Ignus as havia incitado. Um homem insistente de fato, ele podia ver isso agora. Uma qualidade ou um defeito? Que o tempo lhe dissesse. "Parem" dizia Orpheus para as bestas, as mesmas rugiam indignadas, mas com um olhar mais severo recuavam deixando o guardião em paz. Se aproximava dele e posicionava seus dedos no fronte de sua testa e com um suspirar a pedra templariana se refazia, Ignus adormecia em um pequeno lençol de grama que ele criava, ali se recuperaria para a batalha que viria. Seu mestre sempre lhe dissera que perdão era uma dádiva dada a poucos, a segunda chance enobrecia alguns homens, mas poderia revelar oque havia de pior em outros, uma aposta de risco. Ignus havia conquistado isso, não por conta própria, ele se voltava para o feiticeiro que ali observava tudo, os sentimentos que Zul Mak havia demonstrado, nobreza, generosidade e piedade haviam motivado-o a poupar o guardião. Mas ali estavam eles, analisava o homem a sua frente, parecia muito perdido, não era para menos.

    - Fui eu Zul Mak, quem lhe trouxe aqui, Ignus pelo visto lhe explicou oque é este mundo, mas não creio que o tenha demonstrado seu proposito final. Eu lhe trouxe aqui com uma meta em mente. Eu desejo algo de grande importância, para que esta Conversão Harmônica seja bem sucedida, e para que as forças das trevas que rondam estes reinos sejam empurradas mais uma vez é necessário que tomemos ações rápidas e imediatas, ações que devem ser lideradas pelo "Zoroastra", o maior campeão dos Zoradrim. É meu dever como o ultimo Zoradrim Vivo escolher o próximo Zoroastra, e acredito em suas virtudes, por essa razão desejo trazer esta responsabilidade aos seus gracejos. Oque me diz? Me ajudaria a salvar este mundo e todos os outros?
    Zul Mak
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    Mensagem por Zul Mak Qua Mar 05, 2014 9:54 pm

    Acontecera tudo muito rápido, o corpo de Ignus desfazendo-se, e mais tarde a sua última morada sob a grama baixa onde mais tarde seria reivindicado mais uma vez para lutar em prol da justiça. As criaturas demoníacas olhavam com sede sangue pelo que sobrara de Ignus. Talvez se o jovem ainda estivesse vivo iria fazer algo, mas agora era um homem e sabia o seu lugar. Em suas últimas palavras Ignus fez Zul-Mak lembrar-se de quando era mais novo, dos melhores anos ao lado de Nisha, a sua amada. Naquela época o mundo era apenas elas e os seus beijos. Costumavam-se encontrar-se nos Jardins de Vidro de Lord Skar-ke, seu pai, e lá foi onde conheceu pela primeira vez uma mulher. Seus beijos eram quentes com um som de Verão, e seus toques tão suaves como seda, e o que fazia mais falta eram os cabelos vermelhos.

    -Zula-Ela o chamava.-Você é e sempre será o meu único amor.-Nisha sempre dizia isso antes de me tomar pelos braços, recordou-se.

    E ele sempre respondia:

    -Apenas eu e você, e a Lua.

    Mas isso foi a muito tempo, a milhares de anos, com um garoto que já não existia mais. Quando deu por si, estava com a mão sobre o punho de Hocho e os olhos fixos no monge. Sabia que ele o observava, e sabia que nada estava em segredo ali com ele, por isso preferiu esquecer-se daquelas lembranças, pois o que importava era o presente. O vento ainda soprava, mas por algum motivo que não conseguia explicar o seu manto não se mexia. E foi quando Orpheus chamou-lhe. O chamado veio muito ligeiro, não estava pronto, não era sábio aquilo, era fraco e jovem demais, mas então lembrou-se que agora era um homem. Retirou a espada da bainha o que a fez reluzir pelas luzes fracas daquele pálido local. Colocou a ponta da mesa ao chão, e ajoelhou o joelho esquerdo e pôs as das mãos no apoio e proferiu:

    -Eu serei a luz que manterá as trevas longes. Eu serie a espada que cortará o fio do Mau. Eu serei aquele que tocará na alvorada a trombeta e avisará aos meus inimigos a minha chegada. E serei o último a cair, o último a falhar, o último a desistir, enquanto o mau não vir a perecer!

    Ergue-se e colocou a espada sob os pés de Orpheus e disse:

    -A minha espada é sua.
    Orpheus
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    Mensagem por Orpheus Qua Mar 12, 2014 11:40 pm

    A devoção de Zul Mak era mais forte até mesmo do que os fantasmas de seu passado, característica que poucos adeptos possuiam antes de sequer serem iniciados aos Zoradrim. O pôr do sol começava a abater-se sobre a fortaleza, sinalizando o fim de uma era no Além Mundo, sua vigilia, infindável estava prestes a se extinguir, aquele mundo alcançara sobe sua diligência o perfeito equilíbrio, era hora de visitar um novo. Um que a muito abandonara. Tellus. Em sua mão pousava uma bela borboleta, de suas asas um pó de cor púrpura reluzia trazendo charme e um aroma adocicado ao ambiente. Orpheus a observava com especial esplendor, possuia amor por todas as criaturas, fazia parte da doutrina que ousara seguir ainda muito cedo em sua vida. Zul Mak permanecia agachado com a espada em mãos, apenas olhava para a lâmina, por mais bela que ela pudesse parecer para seu dono, para ele era cega torta e enferrujada. Assim a desfazia com seu olhar em um milhar de pequenos fragmentos, do cabo ao gume, enquanto observava o feiticeiro para estudar sua reação. Era hora dele entender oque significava ser um Zoradrim:

    - No misterio do sem-fim equilibra-se um planeta. E no planeta um jardim e no jardim um canteiro no canteiro uma violeta e sobre ela o dia inteiro entre o planeta e o sem-fim a asa de uma borboleta. Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara - fazer a coisa certa no momento certo. Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável. Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla. Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo. Viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências. Aceitar-se como ser humano cheio de limites e fraquezas é acima de tudo, sinal de evolução, paz consigo mesmo e prosperidade. Isso é a fonte do poder dos Zoradrim Zul Mak... oque nós chamamos de Ataraxia. O estado em que a alma, pelo equilibrio e moderação na escolha dos prazeres sensiveis e espirituais, atinge o ideal supremo da felicidade! a IMPERTURBABILIDADE!

    Uma onda de energia azulada começava a fluir em torno de Orpheus, era de um azul celeste como o céu limpido, ele fechava seus olhos e moldava a força que o envolvia se alastrando e consumindo as bestas que até então estavam próximas do Zoradrim, as mesmas tentavam fugir com medo das chamas, mas logo eram engalfinhadas nas mesmas, inicialmente se debatiam e gritavam como se sentissem dor, mas aos poucos se aquietavam e suas feições mudavam, de feras animalescas, para animais dóceis e centrados. O poder de subjugar a vontade, de projetar a imperturbabilidade era oque ele utilizava. Aos poucos ele fazia cessar as chamas.

    - Venha Zul Mak, tente você, apague tudo da sua mente, liberte seu espírito, eleve seu poder ao máximo e tente encontrar o seu centro. Mostre-me sua Ataraxia. Mas antes deixe-me falar mais dela. O poder da Ataraxia é apenas o primeiro passo do que chamamos de "O Caminho da Iluminação" ele consiste em achar o equilibrio, mas além dele existem outros passos que deve dar. Ataraxia leva ao Fluxo, um estado mental de operação em que a pessoa está totalmente imersa no que está fazendo, caracterizado por um sentimento de total envolvimento e sucesso no processo da atividade. Quando se encontram em estado de fluxo, as pessoas praticamente "se tornam parte da atividade" que estão praticando e a consciência é focada totalmente na atividade em si. Isso dá ao Zoradrim o poder de não errar, de ser mais rápido do que o cair de uma folha e tão preciso quanto a picada de um zangão. O Fluxo transcende e nos faz alcançar Apatheia, o estado mental atingido quando uma pessoa é livre de perturbações emocionais. Pode ser entendida como a equanimidade ou indiferença. Apatheia deve, no entanto, não ser confundida com apatia, porque a primeira tem uma conotação positiva, enquanto a segunda é puramente negativa. Korganon afirmava que a virtude estava no meio termo entre o excesso e a falta de emoção, ele procurou eliminar as respostas emocionais aos eventos externos que estão além do controle da pessoa. Para os Zoradrim essa é a resposta racional ideal para um indivíduo, porque não podemos controlar os acontecimentos originários da vontade dos outros ou pela Natureza, só podemos controlar a nossa própria vontade. Isto não implica a perda de todo o sentimento ou cortar suas relações com o mundo. Um Zoradrim realiza julgamentos e atos virtuosos experimenta a felicidade e bons sentimentos através das pequenas coisas da vida. Quando se alcança e se domina completamente o poder da Apatheia se atinge o passo final do caminho, oque chamamos de "Nirvana", este é o estado de libertação do sofrimento, uma superação do apego aos sentidos, do material e da ignorância; tanto como a superação da existência, a pureza e a transgressão do físico, a elevação espiritual, e o acordar à realidade. Com esse estado de liberação, quebra-se a roda do Shinu, interrompendo o processo de contínuos renascimentos, nos tornamos unos e a vida em que atingir esse estado será sua ultima, e ao perecer seu corpo e alma serão levados aos Halls superiores da criação. No entanto, a meta mais elevada dos Zoradrim não é Nirvana, mas Bodhi. A palavra significa literalmente "apagado", como em uma vela, e refere-se a imperturbável serenidade de espírito após o desejo, a aversão e a delusão terem sido finalmente extintos, se algum dia atingir o Bodhi você mudará para sempre, os conflitos do mundo deixarão de fazer sentido para você. E em um clarão de luz toda sua existência será purificada, e você se tornará um com o universo em si, um com o arcano e com o fluxo incessante que cria a vida. Agora é sua vez Zul Mak, comece por Ataraxia, e se for capaz tente atingir o Fluxo ou seu inicio. Esses jardins são bem mais que demonstração de beleza, eles são os campos da Transcendenção, enquanto neles suas capacidades espirituais se expandem, e se for capaz o Além Mundo pode agracia-lo com um dos presentes da alma, que apenas os Zoradrim podem receber. Me mostre a força de sua Ataraxia e se pode realmente ser o Zoroastro!
    Zul Mak
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    Mensagem por Zul Mak Qui Mar 13, 2014 5:17 pm

    Para além dos jardins o Sol completava mais uma vez o seu incansável círculo, mais uma vez indo para o seu descanso por trás das grandes montanhas do oeste. Esta era a sua vida. E pelo que parecia seria a de Zul Mak. Dentro de seu coração feroz ainda pulsava a inocência, e da sua mente a serenidade permanecia constante. Os últimos raios do sol refletiam na lâmina de Hocho ao instante que a tocavam como longos dedos claros e feitos apenas de pura luz. Aquilo o fez lembrar de Nisha. O Sol é o Senhor de nós todos, nosso pai;e a Lua nossa mãe, que sempre está a olhar pelos seus filhos e cobri-los com o seu manto prata quando estão com medo e tristes. Mas isso foi a milhares de anos, e era apenas um garoto. Já faz tanto tempo, meu amor. Foi tudo minha culpa. Era para eu ter ido com você. Ter...Mas não queria pensar naquilo, não agora; deu-se em si olhando para a lâmina, com a cabeça baixa e sentindo um cheiro diferente no ar, algo que o lembrou de casa. Não esperava aquilo. Sua espada instantaneamente desintegrou-se de suas mãos, cabo e lâmina, e pode ser visto em seu pálido rosto a expressão de surpresa. Pensara em manifestar-se, mas algo dentro de si parecia dizer para apenas esperar e aceitar. Ele levantou a cabeça lentamente, com os profundos olhos azuis encarando Orpheus e levantou-se. Por um momento sentiu-se livre, e as palavras do monge o fizeram perceber isso. De certa forma Hocho não significava tanto, a tinha apenas por defesa, ou seja, pelo medo, e agora com o fim da mesma pode perceber que o medo finalmente o havia deixado. Sou agora um homem, fez-se lembrar.

    Ele olhou para os céus e ao redor, e observou a vida em seu cotidiano, sempre em uma constante e difícil luta pela vida. Então era isso sentir a vida, tê-la em si e poder intende-la. E parecia ser exatamente como ela havia contado, não Nisha, mas a Mãe. Os olhos profundos da cor do céu anil encararam Orpheus por um momento e a voz de um verdadeiro Sirannus pôde ser ouvida, tão eloquente e firme quanto jamais fora:

    -Sempre esperei por este momento, o momento que deixaria de ter medo. A Mãe avisou-me de que esse dia chegaria, e de como o seria. Ela estava certa, sempre esteve. Agradeço-o Orpheus por mostrar-me a verdade, a verdadeira paz do espírito.-Calou-se por um instante, e observou a energia azul que o monge expandia até incendiar as criaturas e torna-las dóceis. Aquilo pareceu a ele que tudo é contagiante.-Apresso-me em dizer que estou pronto, mas não realmente. Ainda fala algo...Nisha.-disse a última palavra como um sussurro levado para longe pelo vento.

    Aceitara o desafio de Orpheus, e sabia o que teria que fazer. Ele retirou a capa que pendia de seus ombros, a qual era prendida por dois broxes: um de Meia Lua e o outro de um Sol. O Cristal em que encontrava-se perto do peito o retirou e colocou por cima da capa que agora encontrava-se ao chão. Por baixo dela ele estava vestido com um gibão almofadado de cor negra, calças negras e botas marrons, uma combinação de tons escuros. Da cintura, onde encontrava-se o sinto, estava uma adaga do lado esquerdo e uma espada do lado direito, eram as lâminas gêmeas que havia ganhando quando derrotou pela primeira vez a escuridão. Fora a tanto tempo, eu nem possuía barba. Entretanto fazia parte do passado. Logo o escudo de carvalho que encontrara nas distante florestas do Sul, retirou-o de seu braço e colocou ao chão. Estava livre agora, sem nada do passado.

    -Orpheus, com sua licença.

    Mak ajoelhou-se ao chão e pôs as duas mãos sobre os joelhos. O vento batia morno, como os beijos de Nisha e as flores do jardim roçavam macias em suas cochas. Tudo estava perfeito para uma profunda meditação. Fechou os olhos e se pôs a respirar longo e profundamente. Não soube dizer quanto tempo passara, mas estava novamente em Serenno nos Jardins de Vidro de Lord Skar-ke. Caminhava sozinho, e dos vitrais podia ver passagens de sua vida e pessoas que eram queridas por ele, mas quando observou de perto eram apenas retratos. Isso nunca esteve aqui.O Jardim de Vidro parecia maior, e agora transformara-se em um labirinto. Uma espessa névoa começou a surgir e a medida que caminhava o lugar parecia ficar mais frio. Morte.Das janelas do labirinto de vidro criaturas pareciam contorcer-se nas sombras lá fora, um mundo escuro e sem vida, apenas frio e morte podia sentir fora da proteção dos vidros. Um equilíbrio fraco para algo tão poderoso. Depois de uma cansativa caminhada chegou ao centro do labirinto onde havia uma fonte com um Dragão cuspindo água, ao invés de fogo. O dragão de pedra possuía seis metros, tão grande quanto Zul Mak, mas o impressionante era que a sombra dele que cobria a bela escultura. Por um instante não entendeu, mas logo Nisha surgiu. Ela carregava no colo um bebê envolta em um macio pano Azul e aproximou-se de Zul-Mak, mas quando tentou abraça-la ela passou por dentro de si. Sou apenas uma memória, lembrou-se.  

    Nisha parecia assustada e em seus claros olhos verde mel podia notar a incerteza recheada com a raiva, olhos que tão bem conhecera. Passara algumas horas e ela sentou-se no banco a esquerda da fonte do dragão que cuspia água tão ferozmente que parecia vivo. Das sombras do labirinto de vidro surgiu Zul Mak, com os cabelos tão negros quanto a noite e os grandes olhos de poça d'água. Os olhos para Mak pareciam tristes e impassíveis, neles tinham a decisão tomada.

    -Zula-Ela levantou-se do banco com pressa que quase deixou o bebê cair de seus braços.-Esta na hora, foi tudo acertado, ele estará nos esperando no Portão das Especiarias como foi o planejado. Ficaremos juntos meu amor. Você é e sempre será só meu.-Ela foi de encontro a seus lábios, mas o jovem pareceu recuar. Ele nunca esteve preparado. Nem nunca estará.

    -Não irei com você.-Os olhos verde mel agora tinham a sua certeza. Endureceram-se e com aquela cara carrancuda, de torção do nariz e a boca torcida respondeu:

    -Você não tem querer, seu tolo. Virá comigo, querendo ou não.-Ela segurou a sua mão e o puxou, mas ele permaneceu imóvel.

    -Não torne isso mais difícil do que já é, Nisha.- Ele não a chamou de amor, percebeu.-Eu não posso ir e você sabe, sou o herdeiro de Lord Skar-ke, sou o próximo a governar Serenno. Tenho um dever para com o povo e meu pai.

    -NÃO!-ela exclamou.-Você tem um dever com o seu filho, Zula. O pequeno Oni.-A lágrima correu nos olhos daquela que um dia fora uma das  melhores e mais fortes guerreiras do exército de Serenno. Nisha, a Mulher Sem Coração, eram como a chamavam.-Por favor, não me deixe. Eu faço o que você quiser, serei a sua amante, serei sua apenas na cama se quiser, nem precisa me beijar ou me amar, mas não nos abandone...você prometeu.-Ela ajoelhou-se aos pés do garoto.-Ele é do seu sangue, do de Lord Skar-ke e dos Sirannus.

    -Mas é um bastardo.-Os olhos azuis eram impassíveis e duros como pedra. Mas ele sabia que por baixo daquela capa havia um menino aos gritos e berros para dizer que a amava e louco para fugir com ela.

    -Eu não estou conhecendo você, Zul Mak. Você era o meu Zula...e meu...Está partindo o meu coração...por favor, pelo nosso pequeno Oni.-As lágrimas no roço de sua amada corriam tão gordas como as gotas de chuva, e tantas que dariam inveja a uma cachoeira.

    -Adeus, Nisha.-Foi apenas o que consegui dizer, lembrava-se agora. Havia esquecido e escondido a sua vergonha de tudo e de todos, e pela primeira vez em 9 anos estava realmente remoendo o passado.

    -Então que seja.-Cuspiu aos pés do Sirannus.-Espero que um dia pague pelo que fez. Não a mim, mas ao seu filho. Ele tem os seus olhos e o meu cabelo. Adeus, Zul Mak.

    E foi com ela limpando as lágrimas do rosto e erguendo-se sempre orgulhosa, que partira. Lembrar de como os seus cabelos ruivos voavam ao vento quando partiu ainda o emocionava e deixo a última lágrima que sobrara cair. De repente a lembrança se dissipou e os Jardins quebraram e o vazio da morte chegou com a escuridão e o frio. Eu paguei a minha dívida com a vida. Quando deu por si estava na torre do Silêncio, à 10 Km de Serenno. Ele permanecera lá desde a partida de Nisha deixando sempre ao final do dia, ao observar o céu vermelho do pôr-do-sol, cair uma lágrima. Os cabelos dela nunca mais cobriram os céus novamente, e nem o azul dos olhos de meu filho. Naquela noite um guarda o chamou em seu quarto no alto da torre. Mais uma vez assistiu aquela cena que conhecia tão bem, que se repetia todos os dias quando a noite chegava e a dor retornava.

    -Senhor.-O guarda disse quando entrou.

    -Diga, homem.-Ele falava sempre olhando para o horizonte, nunca para trás, para não deixar os outros verem o seus olhos vermelhos e inchados, com medo de que seu pai soubesse. Sempre tão egoísta e medroso.

    -Há um homem lá embaixo querendo falar com o senhor, ele diz que é de sua importância.

    -Quem é dessa vez?Um fazendeiro querendo mais terras?Um Cavaleiro andante querendo juramentar-se a mim?Ou alguém que diz ter visto um monstro andando por estas terras?Sempre são eles, isso é muito impressionante.-As palavras sempre eram ríspidas e distante. Mas ainda era um menino.-Deixe-me adivinhar, um senhor pequeno querendo oferecer a sua bela filha para o Príncipe esperando ganhar um lugar na corte.

    -Não, senhor.-O soldado costumava rir daquelas piadas, todas as vezes que ouvia. Mas o tom era sombrio desta vez.-Ele diz que é sobre a Capitã Nisha. Mando-o entrar?

    E o tolo sempre pensa que o pior já aconteceu, pensou ele observando o jovem. No entanto o jovem Zul Mak não sabia e mandou o homem entrar pensando ter noticiais boas. Tudo estava como ele lembrava. A mesa no canto vazia, a cama para arrumar, o vento que vinha do leste e a noite sem estrelas. Naquele dia até os Deuses estavam tristes.

    -Um corvo chegou ontem no viveiro da nossa pequena Companhia de Especiarias dos Bravos Irmãos.-Asas escuras, palavras escuras. O homem tinha já os seus quarenta anos, roupas de tecido grosseiras e velhas, com os braços lilases e o resto azul pareciam ser de vinte anos atrás e estavam desbotadas. Eram roupas da companhia, ele reconhecerá, Nisha as usava.

    -Continue, por favor.

    -O meu irmão estava levando a Capitã Nisha e um bebê de colo com a sua carga de centeio e algodão para uma pequena vila. A Capitã Nisha iria entregar a criança para uma família, segundo a carta diz, um de seus parentes vivos, já que o pai e a mãe da criança morreram...mas houve um problema...-O homem silenciou-se e entregou-lhe a carta.-Havia o selo real, por isso não o abri.

    -Deixe-me ver.-Ele esticou a mão e pegou a carta. Ele quebrou o selo e começou a ler:Há algum tempo eles vinham nos seguindo eu sabia. Um grupo de mercenários que eu e o meu batalhão havíamos derrubado e eu sozinha matei o seu líder. Creio que esta seja a minha última carta e por isso a escrevo a você Zula. Entendo o seu dever e por isso irei deixar o nosso filho com alguém quem pudesse cria-lo com amor e união, os Locks, uma família humilde a qual tive a oportunidade de salvar o seu patriarca, e ele me deve algo ainda. Eu nunca mais voltarei, irei aventurar-me pelas terras além norte e viverei lá como fora da lei para conseguir dinheiro. A vergonha que você me gerou é demais para suportar. Sou orgulhosa, mas não a ponto de voltar e ver que tudo o que demorei para conquistar ser derrubado com piadas e cochichos. Estamos à cerca de 1 Km da vila, chegaremos lá ao amanhecer do segundo dia depois deste. Zula, o bebê está bem. Ele cresce forte e com os seus olhos. Adeus. Esta é a minha última carta a você, meu Príncipe. Zula, você é meu e sempre será".   Logo abaixo vinha a assinatura e pode notar que a tinta estava borrada, e sabia o que significava.-Então é isso, que ótimo. Desejo sortes a Capitã.-Os olhos vermelhos podiam ser notadas, e a parcial alegria neles. Eles estavam bem, uma dor batel no espectro que ele era e continuou a observar.

    -E está é outra.-O selo já estava aberto e ela também, Zul-Mak a leu e levantou os olhos tristes e impassíveis quando as lágrimas estavam por vir e ficaram a encarar o homem.-Recebemos isso de meu irmão, de seu corvo pessoal. Pelo que parece eles foram assaltados e segundo a carta todos estão mortos. Desculpe senhor, mas infelizmente o bebê é mencionado. Sinto muito.

    E a dor cresceu dentro de si misturada com raiva e todos os sentimentos que era possível sentir. Tudo o que passou, a perda de sua amada Mãe, a morte, a carta, o último sorriso dos olhos de Nisha, tudo, e tudo mais. A imagem a sua frente dissipara-se e ele encontrou-se no vazio, com vozes gritando ao seu redor. O rosto de seus amigos aos prantos, a última imagem da mãe, o pai, os olhos azuis de Oni e por último os olhos verde mel de Nisha. Gritou:

    -DEIXEM-ME!ACABOU!EU PAGUEI POR TUDO QUE FIZ POR FAVOR!- e colocou as mãos nos ouvidos e fechou os olhos tão fortemente e a escuridão começou a comprimi-lo e por mais uma vez sentiu o frio.-NÃO!!!!!


    Pareceu uma eternidade quando deu por si novamente no Além Mundo. O rosto estava úmido, da última lágrima que correra. Seus braços rígidos e suas pernas doloridas. Mas o que chamou a atenção dele não fora o seu estado físico e sim o seu espiritual. O espirito parecia livre, as lembranças, apenas lembranças de um tempo que a muito se fora. O vento finalmente havia levado as suas angústias e apenas o que sentia, era nada. Finalmente havia encontrado o equilíbrio dentro de si, superado os seus medos e antigas lembranças que o tanto assombravam. Levantando-se com certa dificuldade olhou para o rosto de Orpheus e disse com um sorriso leve que logo desapareceu:

    -O tempo a tudo cura. O tempo a tudo mata. O tempo a tudo termina. O tempo a tudo leva. O tempo a tudo transforma. O tempo a tudo mostra. O tempo a tudo acaba.

    E enfim atingiu a imperturbabilidade. Ele estava em paz.
    Zul Mak
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    Mensagem por Zul Mak Qui Mar 13, 2014 5:20 pm

    Musica Tema:

    Orpheus
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    Mensagem por Orpheus Sex Mar 21, 2014 10:30 am

    O espanto de Orpheus era deliberado e facilmente visto. Levara anos para atingir o primeiro ponto de Ataraxia, abandonando todas as formas do mal da alma, e naquele momento, bem a sua frente o jovem Zul Mak Sirannus, instintivamente ficava em paz. Ele era capaz de observar e sentir todos momentos extremos que o rapaz vivera, suas indecisões, as dores que o permeavam, as vontades que abandonara em nome do dever e da honra. Era ele, ele era perfeito. Por um momento Orpheus se desprendia de sua existência alcançando um plano superior. Ele via os grandes salões dourados em ruínas, os pilares adornados com delicadas gravuras feitas a mão, agora abandonados a seu destino. As bandeiras agitadas pelos ventos impetuosos do esquecimento rechaçavam as paredes de gesso fino provocando marcas que lembravam presas mordiscando a carne recém abatida. Se deparava com os degraus celestiais e acima o trono vazio de seu mestre o lembrava das visões de uma era esquecida, destruida pelos filhos indignos do deus Sol. Um Zoradrim não servia ninguém além dele mesmo, não promovia nada que não fosse a paz da criação, Orpheus não era diferente. No entanto o estado calamitoso do mundo era algo que não poderia desfazer sozinho. Os ossos de seu mentor ainda jaziam frios sobre a lã acolchoada do assento carmesim onde um dia atendera os mortais impetuosos. Seus ultimos momentos haviam sido de pura amargura, mas sobrevivera a morte para mostrar a ele, qual o caminho deveria ser seguido.

    "Meu senhor eu encontrei aquele cuja sua profecia predizia, mas sua força vai muito além do que previmos, com menos de um dia de treino ele foi capaz de atingir o ponto de Ataraxia. Por mais que eu não acredite que ele seja capaz de superar essa barreira com facilidade, é promissor, no entanto o próximo passo a ser seguido é desconhecido mesmo por mim, seu humilde servo pede-lhe que instrua-o mais uma vez.... Oque devo fazer?"

    Os ossos se remexiam lentamente e a caveira antes estática se voltava para Orpheus. Seus olhos se incendiavam, um fogo tão antigo quanto o sol que ardia brando nos céus do mundo humano, o palácio se abria revelando uma imensidão de chamas ardentes que encobria todo o plano celeste, a voz do deus sol era forte e impetuosa, não perdoava e ordenava com repulsa:

    "I amar prestar aen. Han mathon ne nen. Han mathon ne chae. A han noston ne 'wilith. Ve i taura tanon ea i nurmean almárea carna ya cuileryo tertucis erya lúmenna tenna i metta telima; tana carnasse indorya seruva. Nai panta hwarmar turuvan i alcaro mírinyais; nan tennoio úvante encárine. Íre i mirilli mánya hatuva, ara te hatuvas hón sina: - andácina yévan, Aman-nóresse yesta ilye Eldaron. Tava úvan tyaro mirima indonen; nai mauyuvar ni táre i Valar: entave anwe onóror istuvanyet Melcoro!"

    (Tal como o grande fabricante faz pelos pequenos; um trabalho feliz na sua vida ele realiza; uma ocasião única para a conclusão final; em que o trabalho de sua mente, em seguida, vai descansar. Talvez seja capaz de abrir as fechaduras do brilho em meus tesouros, mas nunca, em seguida, eles serão refeitos. Se a mão deve romper as jóias, ao lado deles vai quebrar esse coração. Será, em Aman terra dos primogênitos. Não sera o agente com uma mente livre; deixando os Poderes, em seguida, restringindo-me.)


    Orpheus sentia a aura de chamas cessar, o fogo celeste se aquietava e era invadido pela noite, um minuto era uma eternidade ali, e a percepção temporal humana nada mais era do que um arfar de respiração para aquele que esperara por tanto tanto tempo. Apesar de pesada, sua voz não carregava maldade, era o dever de um Zoradrim trazer a paz ao mundo novamente, e ele percebia que certos sacrificios deviam ser realizados, mas aquilo? Aquilo era impensável.

    "Grande deus sol Helios, acredita mesmo que ele está pronto para as jóias da criação? Tais instrumentos não são para olhos mortais, nem mesmo eu fui digno de tal honraria..."

    "Boe le henio. E sí câr athad iyn. Ane ah a phen. I ú athelitha."
    (Você precisa entender. Ele faz o dever de dois filhos agora. Por ele e por aquele, que não vai retornar.)


    E tão prontamente como se acendera, a força no olhar do crânio se esvaia, e o palácio era tomado por uma chuva fina, que cobriria-o por mais uma eternidades de vidas humanas. "Que assim seja" ele pensava enquanto as únicas cinco estrelas dos céus desciam arrefecendo-se em suas mãos. Elas vibravam em poderes nunca antes contemplados por ele, e por mais que desejasse tocá-las, tinha consciência, que não estava pronto, e talvez nunca estivesse. As águas do plano superior escorriam para o Além mundo, carregando as chuvas até a entrada da fortaleza. Sua mente era trazida com a enxurrada de volta a seu corpo, ali Zul Mak aos poucos abria seus olhos, em paz. Um instante, uma vida, um arfar e uma respiração que haviam decidido muito mais do que ele seria capaz de contemplar. Sério ele observava a serenidade que acometia a alma do rapaz, não havia dúvidas. Ele então recitava versos enquanto as cinco estrelas desciam lentamente pairando abaixo do céu estrelado e chuvoso observando os demais ali presentes.

    - Aonde estrelas desaparecem um tempo vem
    Quando você vê uma estrela brilhante deixada para trás
    Quando o anfitrião estrelado partiu.
    A estrela desaparece, o mundo não espera.

    Por que eu relaxo e canto
    Sob esta luz fraca e mortal?

    Há uma margarida entre as flores de Elanor
    Para mim, isso é justo.
    Há uma árvore de vidoeiro sob as árvores Mallorn
    Para mim, isso é justo.
    Há uma borboleta acima do cisne
    Para mim, isso é justo.
    Uma faísca a pequena estrela de Sirius segue
    Para mim, isso é justo.

    As folhas da Mallorn são inumeráveis
    Uma folha pequena, uma folha de desvanecimento
    Mantém meus olhos. Quando ela vai cair?

    A estrela brilhante está desaparecendo
    Agora ela se afasta dos céus
    Agora vai deixar este mundo
    Segurando uma folha na minha mão.


    Seu brilho esmaecia, e aos poucos tomavam formas distintas, brandas e conhecidas pelos mortais. Mas não eram utensílios quaisquer, eram as jóias do rei sol. As maiores dádivas que Helios o sem palavra dera a humanidade em seu arrependimento. Um último ato de conforto que lhe permitira descansar nos salões celestiais para todo o sempre.

    - Esses são "Sirius" as cinco estrelas do Solstício, por mais que sejam forjadas com a aparência de armas, elas não o são, não totalmente. São ferramentas de construção, utilizadas a muito tempo atrás pelos celestiais, servos maiores dos eternos, e confiadas a humanidade após sua decaída, mais especificamente aos Zoradrim, seus curadores e protetores. É da vontade delas que sejam agora suas para usá-las como bem desejar, e dá-las a quem achar digno. No entanto você só pode empunhar uma dessas cinco dádivas, e deve escolher com atenção, as demais você pode recusar ou pedir que sejam dadas a pessoas que você acredita que irão precisar delas em suas missões pessoais, ma entenda bem, só pessoas que buscam a paz, mesmo de maneiras duvidosas, podem carregá-las - A primeira estrela descia, era uma lança, longa e rígida, adornada com extensos filetes de ouro e cobre, por mais rústica que parecesse, lembrava bem a arma de um guerreiro honrado, ao se aproximar de Zul Mak ela transmitia a mais forte coragem a ele, e fazia todos os seus medos se afastarem, inclusive a soberba - Essa é Solarion, a Lança da Bravura. Segundo a lenda, a arma foi forjada pelo deus sol no coração de uma estrela moribunda. Foi dito que era uma extensão da sua própria vontade, poderosa o suficiente para romper baluartes mais poderosos dos sete reinos do inferno com um único golpe. Durante uma das invasões está escrito que Solarion derrubou tantas bestas que rios de sangue corriam por todos os domínios dos grandes males - A lança se afastava calmamente enquanto uma segunda estrela se aproximava, sua aura era bem menos feroz, tomava a forma de uma espada, com um brilho prateado e sereno, fazia com que Zul Mak sentisse vontade de espalhar a força mais justa pelo mundo, seus adornos eram pobres, mas a beleza da espada residia em sua lâmina, argentea e poderosa - El'druin a Espada da Justiça. Por todas as contas El'druin é uma arma única, capaz de cortar através de qualquer inimigo ou substância na existência. No entanto, alguns acreditam que a borda da lâmina não pode passar através ou prejudicar qualquer ser de intenção justa. Além disso, a espada tem a capacidade de gerar um pequeno escudo de algum tipo e proteger seu portador das forças de corrupção que, de outra forma prejudicariam os outros mortais. Ela também parece ter um grau de sapiência. Apenas aqueles com um coração justo pode empunhar a lâmina. - As demais três estrelas desciam juntas, não eram armas propriamente ditas, a primeira um pergaminho simples que ao se fechar ficava envolto em uma carapaça dourada com o símbolo de um anjo encrustrado, um laço violeta simples também surgia de uma das estrelas, era belo porém e inspirava a esperança em Zul Mak, além da compaixão, e por último um cálice surgia, parecia feito de uma única peça de diamante, e em seu interior um líquido incolor e inodoro, que não era água, remexia-se - Primeiro temos Talu'sar o Pergaminho do Destino. É um objeto que seu usuário consulta em momentos de grande necessidade. Embora Talus'ar é apenas um único pergaminho, relatos sugerem que a informação rabiscada no pergaminho encantado muda com base nas respostas que seu detentor procura. Supostamente, isso é possível graças ao grande número de cristais que Itherael o senhor do conhecimento reuniu na Biblioteca do Destino. Em seguida você pode observar Al'maiesh o Cordão da Esperança. O cordão é dito ser uma manifestação de qualidades positivas. Pulsando com runas brilhantes de ponta a ponta, a fita longa, serpentina pode curar e energizar aqueles que toca. Muitas vezes pode envolver a corda em volta de aliados durante suas muitas discussões acaloradas, concedendo-lhes a clareza de pensamento e emoção. Em batalha, o cabo pode ser utilizado como um chicote, queimando inimigos com fogo sagrado. Pode também ser usado para ligar os inimigos, e deixar correntes em seu lugar depois de ter sido recolhido. E por último Chalad'ar o Cálice da Sabedoria. O cálice contém luz viva que nunca pode ser esgotada, e permite ao usuário ver as coisas com objetividade impecável. Perscrutando suas profundezas, seu dono podia ver a teia de conectividade que une todas as coisas como um todo. Essas são relíquias unicas Zul Mak. Escolha com sabedoria qual deseja possuir, pois ela irá se unir a você por toda sua vida.
    Zul Mak
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    Mensagem por Zul Mak Sáb Abr 26, 2014 9:25 pm

    No céu do Além Mundo algo se despontava cintilante, luz própria de adoração. A medida que vinha descendo, tornava-se claro do que tratava-se e logo foi explicado com grande praticidade por Orpheus. Estava bem claro a Zul-Mak, ele deveria escolher umas daquelas armas sem direito de troca e as demais poderia oferecer aos seus companheiros. Deixou-se pensar por algumas horas, o que poderia representar minutos, ou até mesmo anos naquele lugar sem tempo ou espaço. A longa reflexão lhe fez chegar a um veredito. Mas estaria certo daquilo?Estaria prestes a descobrir. Passando a mão de leve pelos longos cabelos negros como o ocaso, falou com uma voz decidida e calma:

    -Tudo que mais desejava acabo de alcançar, a paz. Entretanto, minha escolha é a Espada da Justiça. O pergaminho ofereço a Skar-ke. O cordão a Raykon Orsus. A lança para Neltharion. E o cálice para Trion Zyren.

    As escolhas estavam feitaS. Nomes de antigos companheiros, amigos e irmãos. O que mais o intrigava na sua escolha, era o que estava para acontecer, se estes usariam estas armas tão poderosas para justiça, ou para os próprios fins. Do outro lado do pensamento, estava o horizonte que Mak fitava com grande esperança. Mas algo o deixava pensativo, o cristal que não parava de brilhar e pulsar, isso o fazia crer que algo estava para vir, algo que ele teria e ver.

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