Age Of Chaos

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RPG de Fórum que conta o eterno embate no mundo de Tellus entre as 3 Grandes Facções: Os Feiticeiros, Os Templarianos e os Aliancistas.


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    Distrito de Hespéria

    Skar-ke O Elessar
    Skar-ke O Elessar


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    Distrito de Hespéria - Página 2 Empty Re: Distrito de Hespéria

    Mensagem por Skar-ke O Elessar Seg Jan 20, 2014 5:21 pm

    Skar-ke era permeado por algo diferente, não era como se fosse um poder ou energia superiores originados de semelhantes, mas sim tudo aquilo que os monges e religiosos de seu país haviam veemente tentado lhe ensinar fizesse sentido, algo havia intervindo por ele e agora a vida brotava através num tufão prateado que trazia esperança. Seus olhos percorriam a sala maravilhados enquanto seu espírito reconstituía seu orgulho partido, ele trincava os dentes, se tornando um espectador imerso no mais denso e orquestrado espetáculo. Um cheiro que trazia imagens de magia e natureza a sua consciência agora penetrava o e rechaçava o silêncio da curiosa extensão cavernosa, e a gosma se convergia na mesma névoa atraente destrancada pelo broche. Aquilo trazia a leveza comum ao homem consciente de que tomará uma decisão importante, ele respirava, livre e repleto, infinito. Enquanto desfrutava daquele complexo leque de sensações todo aquele bailar do ambiente se solidificava em uma nova figura, Skar-ke havia sido treinado para encarar as pessoas com seu olho postado no olho, assim diziam seus tutores, ele seria capaz de ver a genuína honestidade. Mas como encarar um olhar de onde brotavam estrelas sem desfalecer? Não era deveras uma criatura sim comum, tanto suas feições, características e vestes demonstravam que ele pertencia a um panteão de seres elevados, assim como toda energia que ali preenchia uma maravilha travessa.
    Ele o escutava, por mais enérgica que fossem as palavras proferidas, um toque sábio e ancião tecia um respaldo através delas o que fazia com que Skar-ke tomasse a postura de uma jovem criança.

    – Oque... oque é você? - Ele pronunciava, mesmo sabendo o nome do senhor e que o mesmo conhecia muito bem a linhagem da qual ele vinha. Não o fazia de maneira indelicada, porém, mas sim impulsionado por uma curiosidade palpável e estonteante. – O que é este lugar? O senhor o criou? Com que propósito? Quem aqui esteve antes de min?. Ele sorria e acariciava uma das lebres, mas a descontração era regida por um curto tempo uma vez que a indagação da projeção o trazia a sua real missão. – Eu desejo saber que terrores derramados na Guerra dos Anciões ainda reside em nosso mundo, eu desejo saber a luta de um dos 5 aprendizes contra as tribos do sul representa para o nosso mundo, eu desejo saber por que o mais amado de seus aprendizes levou a desolação a Oaran Organny...Eu desejo saber o que move este aprendiz hoje e o que a sua legião degenerada realmente almeja... desejo ver o que o futuro reserva para min e como posso intercalar esse conhecimento com meus atos vindouros... - Todos aqueles dizeres eram genuínos mas a situação que por sí só era inusitada tornava difícil para Skar-ke expressar melhor o que ele queria conhecer, haviam tantas dúvidas. – Eu desejo conhecer as chaves para encarar com estabilidade as mudanças que sopram pelo interior de nosso mundo.

    A feição de Skar-ke agora se moldava com seriedade, subitamente ele levava a mão direita as suas vestes e retirava um ornamentado pergaminho, que por mais rico que fosse se tornava insignificante diante da presença daquele ser.

    No pergaminho numa grafia apressada e ansiosa estavam descritos quatro códigos.

    Arishoker-3966-2AG

    Fistburn-1100-1AG

    Betrayfull-8988-4AG

    Highking-10987-7A


    Ele não sabia oque de fato estava representado naquela linguagem, mas sabia que ali, oculto, estavam os locais para onde ele desejava viajar e esperava que depois de suas dúvidas sanadas aquele guardião pudesse decifra-los e então rompesse o véu que os cobria.*
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    Mensagem por Admin Qua Jan 22, 2014 11:52 pm

    Miraak fechava seus olhos, e por um momento todo o mundo parecia sucumbir a escuridão. As paredes tremulavam mais e mais, se despedaçando em um turbilhão incessante que envolvia todo o salão, as belas e ternas criaturas que o circundavam eram logo tomadas e sua essência se misturava ao vórtice infindável de memórias. Em seu centro o homem jazia, uma aura de poder inigualável irradiava dele. Então por um instante tudo cessava, seus olhos se abriam e explodiam em um feixe de luz que cegava a visão de Skar-ke, sua voz se tornava grave e severa, esmagadora e tenebrosa, uma força que era capaz de remediar até mesmo a força de vontade do mais bravo dos guerreiros.

    - Eu sou a verdade que este mundo esqueceu, este lugar não passa dos restos rechaçados da memória de um ente há muito enterrado - O turbilhão voltava a girar, as habilidades inatas de Skar-ke, na manipulação do tempo, já não lhe eram uteis, escapavam por entre seus dedos como se fossem a mais pura e cristalina água, ele sentia seu corpo sendo sugado em direção a força consumidora de maneira que não podia evitar. Pedaços inteiros de lajotas pesadas eram removidos do solo como se fossem plumas sopradas ao vento - Este mundo esteve fadado ao sofrimento, eu posterguei se julgamento, você quer saber? Pois bem deixe-me levá-lo ao início, ao momento em que um homem se tornou mais do que um homem, no instante em que se tornou uma LENDA.

    Sem um ponto de apoio o Feiticeiro era sugado de vez. Ao adentrar a tormenta ele podia ver um mundo diferente, em meio ao caos e a violência era possível enxergar pontos de intersecção, milhares de mundos interligados por grossos e voluptuosas veios de energia, eram mais do que pontes, eram a fonte de alimento de toda a diversidade de flora e fauna. E todos convergiam estranhamente em um único local, Tellus. Antes que pudesse ver mais seu corpo era novamente distorcido e esticado, sendo puxado pela força do enorme tufão que viajava a velocidade da luz pelos veios, ele podia ver os traços do elo da tormenta cada vez mais estranhamente, logo se movia tão velozmente que tudo ao seu redor parecia o mais grosseiro traço, como se um desenhista preguiçoso e desleixado houvesse moldado aquele universo. No final do percurso ele sentia um forte baque na cabeça, algo o atingia em cheio no fronte o deixando desacordado.

    Ao abrir os olhos sua visão ficava turva, era impossível dizer oque estava a sua frente, mas podia sentir que sua cabeça era comprimida por algo estranho, não só ela mas todo seu corpo estava envolto em uma densa armadura de metal pesado. Ele estava recostado a uma pedra onde provavelmente havia adormecido. Mas algo parecia fora de sintonia, sentia fortes dores nas costas, dores que conhecia bem, dias de combate intenso enfurnado em uma lata tendiam a trazer toda sorte de hematomas e traumas ao corpo, mas não era esse o caso, ou seria? Era libertado da dúvida em pouquíssimo tempo. Um homem alto trajando uma trama de coloração alaranjada e empunhando uma longa lança o atingia em cheio na altura da coxa. O golpe parecia doer imensamente de maneira muito estranha. Logo era possível ver que sua perna estava enfaixada, das longas faixas de linho brotava o vermelho carmesim de seu sangue. Mas suas mãos estavam diferentes, seus dedos longos e ásperos, haviam sido substituídos por uma mão grosseira, cheia de calos e com dedos fortes, quase gordos, como os de um guerreiro de idade avançada. O lanceiro parecia se divertir com a dor dele, mas logo dizia:

    - Mil perdões "milorde", no entanto mesmo machucado não creio que deva dormir o dia todo. Pois eu devo alertá-lo Lorde Juilaik que seu irmão esta começando a reunir as tropas no fronte de batalha. Esse é o momento derradeiro que sua espada derrube muitos dos titânicos...

    O homem passava para Skar-ke uma longa espada que ele já havia visto uma dezena de vezes, a lâmina era exatamente igual a espada de Trion Zyren, as imagens rúnicas nela cravada não deixavam dúvidas. Aquela era Edernamus. O homem o levantava abruptamente apontando em direção a um aglomerado de batalhões onde ao fundo um homem alto, de cabelos curtos carregando duas longas e pesadas espadas esperava. Ao observar seu reflexo na espada percebia que os traços por trás do elmo, não eram mais dele, seu rosto havia sido substituído por feições longas, um nariz achatado e uma barba por fazer digna do campo de batalha. Não havia tempo para pensar, dois soldados carregavam Skar-ke na direção do homem que o aguardava. Ele era posicionado em um platô logo abaixo. Sem delongas o homem bradejava para seus soldados:

    - A GUERRA! É o sangue vital deste mundo! Nós! Somos seus filhos, e em breve seremos seus MESTRES! - O Homem sacava suas espadas e as erguia para o alto, os homens ecoavam um coro bem ensaiado em homenagem ao líder a sua frente, entre as palavras era possível discernir oque falavam "Vida Longa a Oaran", por alguma razão um sentimento de inveja e fúria tomava conta de Skar-ke, Oaran continuava - Nosso é um legado de CONQUISTA! Ergueremos uma maré de sangue e ferro que LAVARÁ ESTE MUNDO E TODOS OS OUTROS! Nossa união é feita de ferro, nossa vontade inquebrantável, o inimigo não ousará se levantar contra nós! A BATALHA HOMENS!

    Com essas palavras os centenas de guerreiros bradavam suas armas e seguiam seu líder em direção ao oponente. Da mata fechada um pouco abaixo do morro em que se encontravam uma horda gigantesca de demônios e bestas infernais se erguia, na vanguarda jazia um ser diferente de todos os outros. Havia visto aquela imagem apenas em lendas e em livros de fantasia, liderando os inimigos estava ninguem menos que Azothar, um dos Grandes Barões do Submundo, que naquela mesma localidade no futuro tentava ceifar a vida de tudo que era bom e terno. Oaran se voltava para Skar-ke e dizia:

    - Irmão, seus ferimentos ainda não se fecharam, não acho que deva lutar, mas se esse for seu interesse que assim seja. Me siga JUNTOS esmagaremos o último dos Barões e traremos um fim ao seu reinado de terror e caos, juntos!

    Oaran estendia sua mão para Skar-ke esperando que ele a pegasse, mas algo no cerne do feiticeiro dizia a ele que rejeitasse aquele ato e que atacasse o Grande Mestre a sua frente. Uma fúria intensa vinda do interior das memórias de Juilaik o irmão de Oaran.
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    Mensagem por Admin Qua Jan 22, 2014 11:54 pm

    Grande Mestre Oaran

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    Mensagem por Admin Qui Jan 23, 2014 12:00 am

    Lorde Juilaik

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    Mensagem por Admin Qui Jan 23, 2014 12:03 am

    Azothar
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    10- Echoes Of The Past

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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qui Jan 23, 2014 3:22 pm

    A respiração de Skar-ke se tornava densa e pesada conforme ele hesitava, afinal ele desconhecia o que havia mais uma vez desencadeado, acreditava que pertencia a ele o controle daquela situação, mas ao ver os servos e as construções daquelas forças ermas desaparecerem e se sentia pequeno, e exercendo sua existência singela as amarras de sua mente se soltavam como a pluma se solta do ganso em ascensão. Ouvindo o ressoar daquela voz severa, que ecoava não somente em sua cabeça mas nos recônditos de seu coração, seu espírito se esforçava para digerir todo aquele poder superior, como uma criança que não conhece quaisquer leis dos homens ele embarcava, sereno embora atento. Seus braços se abriam abraçando a tormenta e o caos, os olhos marejados percorriam o átrio, olhando as nuvens de poeira se perdendo ao esmo no choque contra os pedaços do piso ancestral. Livre e sem oposição ao negrume ele se permitia, sugado, a verdade resplandecia aos seus olhos, o fio que ligava os mundos, o elo que fazia de Tellus o centro das fluentes por toda a galáxia, e ele se lembrava, na infância do forte ancestral de sua família Ynis Trebes, o ferreiro Eardwulf havia lhe dito que tudo aquilo que os sacerdotes haviam lhe contado era errado, eles na verdade eram filhos de Deuses e Deusas, que viviam nos planos superiores em suas próprias guerras e festejos, enquanto as fiandeiras se pousavam aos pés da grande Árvore da Vida tecendo a vida de todos nós, o destino é tudo.


    Como se saísse de um sono profundo, seus olhos se abriam, e a ressonância de sua consciência aos poucos regressava ao estágio normal, uma pesada armadura completa se agregava ao seu corpo, estava acostumando a se trajar para batalha e não hesitava a se juntar a suas legiões de correligionários no fronte, entretanto Skar-ke preferia se admitir mais apegado a ideia de que guerras também eram vencidas através de penas e corvos. Quando observava o céu e o tudo aquilo que se estendia a seu redor, iniciava-se um bombardeio feroz de questionamentos, para onde ele havia sido banido? Os sofrimentos comuns aos guerreiros em constante atividade lhe abatiam em uma torrente, mas antes que pudesse pronunciar sua incerteza, uma lança interrompia em sua coxa e a dor era lançada como um tsunami. Não, aquele não era e poderia ser seu corpo, as mãos eram cobertas de calos ao contrário da maciez que seus cremes em constante uso provocavam, ao menos ele suspeitava. 


    Lorde Juilaik, dizia o lanceiro, e de maneira instantânea Skar-ke o fitava com repulsa, sentido o orgulho se inflamar, ele cuspia aos pés do homem demonstrando seu escárnio e ao obter sua lâmina por mais calado que fosse seu orgulho e superioridade num nó se amarravam. Somente depois de segurá-la ele percebia, Edernamus, desconhecia o porquê dela repousar em suas mãos, e sendo ele um Sirannus tão reconhecido jamais seria confundido com um dos Juilaik. Também não sabia por que um revés ajudava a conduzir seus atos, mas então ele compreendia, sendo levado pelos soldados, seus olhos percorriam toda aquelas pradarias, preenchidas por homens ávidos e cujo os corações se inflamavam de coragem ao ouvir um discurso, o orador entretanto ele conhecia, já havia o visto muitas vezes, não pessoalmente claro, mas aquele era um ídolo, constantemente exaltado pelo jovem Sirannus.


    Oaran parecia tão magnífico quanto nas histórias, era como se convertessem nele todos os atributos necessários para que um líder carregasse simples homens e o transformasse na força derradeira e necessária para rechaçar os terrores que assolavam a paz na terra. E as feições em que Skar-ke encarnava eram as de seu irmão, o percursor orgulhoso dos Juilaik. Ele esperava se sentir regozijado e admirado por ver o Grande Mestre em carne a sua frente, mas ao invés disso, uma onda de ódio e inveja penetravam seu cerne, ouvindo todos aqueles homens desejarem vida longa ao seu irmão, era como se o reconhecimento por seus atos fosse apenas a indiferença e o escárnio e como num choque tudo aquilo desanuviava, pois Azothar, um dos Barões do Submundo, trazia sua própria legião macabra para confrontar o espírito aguçado daqueles homens, por sí só a criatura era capaz de destroçar esperanças mas nada o pararia, não agora. De súbito seu irmão lhe estendia a mão, compreendendo que por mais ferido que estivesse merecia estar entre os primeiros a encontrarem a euforia do conflito, Skar-ke almejava receber o ato de Oaran na mesma moeda generosa, mas ao invés disso ele não sorria como fazia costumeiramente, apenas levantava, erguendo-se com meia dificuldade e brandido Edernamus, o sol refletindo a pureza da lâmina que a sua maneira também era uma ceifadora mortífera, ele então a postava a frente da face de Oaran impedindo que ele caminhasse a não ser que desejasse ser cortado, a ponta da lâmina recostando delicadamente bem acima do olho que não era tapado e seus dizeres ecoavam:

    – Como iguais, Oaran, IGUAIS, nascidos no mesmo berço, portadores do sangue de mesmo valor, baniremos esta praga deste mundo.

    Ele então descia Edernamus fazendo com que um pequeno filhete de sangue despontasse da face do irmão, olhava para os terrores que pediam para serem banidos e se preparava, pronto para derrota-los. 
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    Mensagem por Admin Ter Fev 04, 2014 11:00 pm

    *As forças dos feiticeiros marchavam com um vigor poderoso, a sua frente seus dois maiores líderes erguiam suas lâminas contra as forças do fim, e mesmo em menor número seu urro inspirava e carregava a determinação dos soldados muito além. Os exércitos de Azothar eram compostos de guerreiros utilizando uma armadura negra como a noite, seus elmos possuiam o formato do crânio de seres humanos e suas armas eram adornadas com ossículos de crianças e mulheres inocentes mortas em batalha. Sua visão era aterrado e revoltante ao mesmo tempo. Logo a frente estava o líder terrível que orquestrara aquele ataque, o último dos Barões do Submundo. A guerra contra seus irmãos havia esgotado cada gota de recursos dos feiticeiros, aquele era o momento decisivo. Porém enquanto todos avançavam com o desejo pela batalha Azothar caminhava a frente de seus homens com uma paciência quase que metódica. Quando os soldados chegavam a 50 metros de suas forças ele liberava um hálito gélido que cobria toda a paisagem a sua frente em questão de segundos. Um vento tenebroso que congelava todos até sua alma, os homens cessavam, suando frio, suas faces pálidas e corpos retestando-se perante a visão do oponente. Era como o toque da morte, mas não o fim calmo e tranquilo, nem como o fim violento e tortuoso, era como a adaga no escuro que perfura sem aviso, como a flecha esvoaçante que acerta no perigo. Eram todos induzidos a um transe, quando então a voz maligna ecoava, grave e sombria, poderosa e insidiosa, invadia a mente de todos os feiticeiros espalhando o terror:

    - Todos vocês vivenciam o escurecer de uma nova era, uma era onde o poder supremo detido por Anung Un'rama irá enobrecer este mundo. Suas milhares de mãos alcançaram a todos, e no fim todos serão seus. Todos vocês vivenciam o ínicio do fim dos dias. E no fim dos Dias, a sabedoria se perderá, enquanto a justiça cai sobre o mundo dos homens. Bravura se tornará Ira, e toda a esperança será engolida pelo desespero. Morte, finalmente, espalhará suas asas sobre o tudo, enquanto o destino jazerá despedaçado eternamente - Algo estranho começava a ocorrer, o sol era tapado por uma sombra gigantesca que engolia toda a paisagem em um negrume sem fim. Um eclipse, mas não natural. A Conversão Harmonica atingira seu ápice, e as diversas dimensões começavam a se tornar uma só, acima da planície, hordas infinitas de demônios e criaturas das sombras atravessavam um enorme portal criado pelo eclipse, os homens ajoelhavam-se e choravam enquanto toda a esperança de vitória os abandonava - Agora desesperem-se filhos de Anu, pois os filhos de Thanatos finalmente terão sua merecida vingança...

    O choro de todas as pessoas se tornava um eco de horror e dor, alguns tinham alucinações e começavam a convulsionar, seus espíritos eram contaminados pela semente do medo, e pouco a pouco eram consumidos. Skar-ke sentia o corpo de Juilaik fraquejar, ele começava a sentir os efeitos do mal que o circundava, sua visão ficava turva, e criaturas terríveis o ameaçavam, mas o homem era forte o bastante para se erguer novamente. Mas para que? Juilaik se perguntava, sua tentativa final falhara, tudo estava condenado, todos os homens estavam de joelhos acabados, destruídos por seus próprios temores. Todos menos um. Ao longe ele pode ver, uma enorme explosão divida os exércitos de Azothar em duas forças dispersas, o próprio Barão parecia surpreso. Sobre os rochedos Oaran Organny combatia sozinho as forças do inimigo, queimava e despedaçava um após o outro todos os que se punham em seu caminho, com uma velocidade e perícia impressionante o líder dos feiticeiros empunhava apenas suas duas espadas, e sozinho empurrava de volta o oponente para as florestas. Era quando disparava seu gran finale, uma aura gigantesca circundava seu corpo, Skar-ke não saberia a resposta, mas Juilaik sabia e sussurrava enquanto via um pilar de energia alaranjado subir até os céus e espalhar-se por todos os feiticeiros ali presente queimando no amago de todos as forças malignas que impediam seu discernimento. Juilaik sussurrava para si mesmo "O poder Primordial do fogo", com o advento da Conversão Harmonica não só Azothar havia ficado mais forte, todos os espiritos elementais tinham sua vitalidade restaurada e reconsertada.

    Um bradar enfurecido tomava conta de Oaran, e com seu urro infindável ele lançava seu poder e fúria contra a floresta onde todos os inimigos se escondiam, o poder primordial do fogo queimava os alvos de dentro pra fora, estirpando-os de sua própria essência maledicente, e então fazia a floresta arder. As chamas não feriam as arvores e animais, mas parecia destruir totalmente o poder que Azothar conjurara. Acima o sol brilhava novamente e as chamas banhavam o campo de batalha como uma torrente enfurecida. Azothar por sua vez voava escapando do poder do Grande Mestre, mas ele estava finalizado, as tropas dos feiticeiros, outrora subjugadas com um sopro mortal se erguiam e agora mais fortes do que nunca partiam em direção a floresta esmagando os sobreviventes que haviam sido fortes o bastante para sobreviver a fúria de Oaran. Mas Juilaik sabia, Azothar não estava receoso, ele não sentia nada, e se deixado livre sua revanche seria terrível. Seu irmão Oaran não parecia se importar com o líder do exercito inimigo, o poder primordial banhando seus sentidos e o impedindo de pensar corretamente. Assim como seus soldados, mas de todos ali, ele havia sido o único cujo o poder não havia revitalizado. "Talvez eu não seja digno afinal", cerrava seu punho tentando decidir oque fazer, convencer Oaran seria tolice, ele jamais o ouviria e Azothar escaparia, mas enfrenta-lo sozinho seria suicídio, oque ele faria? *
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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qua Fev 05, 2014 2:39 pm

    A paisagem moldada pelas forças de Azothar eram por sí só traiçoeiras, por mais aflorados que estivessem os corações dos feiticeiros suas forças permaneciam de pé, sem pestanejar, emanando um odor tão pútrido que refletia a composição da própria alma daqueles seres degenerados. Aquela era a última batalha, o último sopro de uma guerra que havia levado todo aquele contigente de pessoas, todo aquele povo, unidos, a novas respostas e novas dúvidas, e dia após dia, mês após meses, fosse sob a luz pálida da lua ou os escaldantes raios de sol os homens no seguiam, e era assim que Juilaik observava aqueles homens, sucumbindo num único sopro a determinação negativa do último barão, as sombras se afunilavam e o destino prometia somente a morte. E ele também sentia, as palavras ecoando, deslizando como serpentes cheias de amargura e veneno, tornando a consciência pesada de todos que ali lutavam, tornando seu esforço nulo e apagado como sombras fracas, reduzindo os mesmos a simples marionetes diante da vingança de Azothar e seu progenitor, o infame Thanatos. E ele respirava, denso, se reerguendo, apenas para ver que o sol, o símbolo da esperança que cultivava a vida dos homens, se apagando, a convergência atingia seu ápice e Azothar era seu regente, trazendo mais e mais hordas de outros mundos, apenas para reforçar que todos estavam fadados ao absoluto fracasso.
    Fracasso. Lutará tanto para ver tudo aquilo perdido daquela forma? Qual era o sentido em permanecer de pé? Mas talvez Anu ainda estivesse, em algum lugar, transmitindo sua misericórdia para seus filhos, pois seu irmão estava de pé, bailando com as lâminas em sangue, abrindo e dividindo o exército do inimigo, o fogo, a chama que ele nutrirá desde criança, atingia um ápice, assim como as trevas, a convergência não tinha lado, uma moeda de duas faces, que beneficiaram ambos. Aquele poder era também um reflexo do carisma inegável de Oaran, que apenas com sua voz trouxera as mais diversas legiões de homens para seguí-lo, os dizers de Oaran ecoavam pelos pontos mais profundos das pessoas, e assim se repetia com seu Honoo, que inflamava novamente os homens, homens que a pouco haviam encarado a morte e agora lutariam ainda mais ferozes para manter sua vida.


    Mas ele não, nenhuma chama invadia seu corpo, assim como sua consciência e inteligência não se perdiam, ele via que seu irmão iria provocara a derrocada daquele exército e qualquer outro que o contestasse, mas o barão fugia, não podia deixar aquilo acontecer, sábia, que se fosse capaz de derrotá-lo sua vida seria ceifada, e a lógica não permitia que ele sacrificasse a própria liberdade em prol da morte de outro ser. Mas a lógica não faz os heróis, nem iria permiti-lo a se igualar com Oaran, se em vida não era capaz de se tornar a lenda e a imagem em que seu irmão resplandecia, o faria no Shinu, e baniria de uma vez por todas a praga daquele mundo, e então seu irmão e seus descendentes desfrutariam da paz garantida, propagariam suas ideias, enquanto ele repousaria, com a espada orgulhosa de ter se banhado do sangue do último dos Barões, Juilaik sorria, despido de medo e de receios ele não hesitava em se exaurir para derrotar Azothar agora próximo, o faria com Edernamus, mesmo que seu fim fosse necessário. Sua pesada, que outrora ele sentia desconfortável por conta da armadura agora se tornava leve como uma pluma e ele corria, atravessando no meio de luz e trevas, no meio do dualismo que coordenava o mundo, a expressão por baixo do elmo era forte e determinada, e a coragem, inexorável, ninguém olhava para ele é claro, os feiticeiros e demônios se degradavam com tanto ardor que ele passava desapercebido, embora não devessem, pois ele carrega no punho a própria morte, a chave final para os problemas do mundo, ele via Azothar, se preparando para fugir mas ainda observando o desenrolar da batalha, e dessa vez ele não era medonho, era simplesmente comum, mais um oponente a ser derrotado, levado para o inferno e e ele o fazia, saltando sobre a criatura numa velocidade estonteante e cravando Edernamus em suas costas e modo que quando terminasse de cair ela o rasgaria por completo.*
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    Mensagem por Admin Dom Fev 16, 2014 7:04 pm

    Conforme o nobre Juilaik saltava na direção do seu destino Skar-ke podia sentir o tempo ao seu redor parar. A luz do dia, a chama viva, a morte rispida, se acinzentavam enquanto o sopro da brisa vespertina se tornava gélida e convidativa. O feiticeiro erguia sua mão, sua grande espada em punho, de sua garganta um grito poderoso ribombava, era o clamor da determinação que povoaria para todo o sempre sua linhagem. Na sua mente sua vida transparecia, a infância pobre, os irmãos que tivera e que haviam morrido nas guerras selvagens entre as tribos, o dia em que ele o irmão mais velho deveria ser coroado por seu pai, seu titulo afanado, seu nome conspurcado. Ele não era mais Juilaik Organny, ele havia abandonado seu sangue e com sua prole edificara um novo mundo.

    "Você não é digno, o poder de seu irmão supera o seu em um nível infinitamente maior."

    "Seu porco insolente, sua nobreza é tão frágil quanto seus punhos fraquejantes!"

    "É assim que deve ser irmão, é a escolha dos deuses, você não nasceu para liderar."

    "Nunca haverá lugar para o senhor aqui meu pai, somos páreas, e tudo por causa da sua fraqueza."

    "Eu não posso dominar os elementos mestre! Meu irmão é proficiente nisso, mas eu? A vida toda fui iludido, cresci em um pedestal feito de lama, pau e pedra. Enquanto ele se organizava acima de ouro e prata. Eu não posso fazer nada, trouxe vergonha a meu nome, e a meus antepassados."

    "A vergonha é a preciosíssima capacidade do homem de relacionar os seus comportamentos com as exigências daquela suprema consciência, que nos foi deixada de herança pela história da humanidade. Você é dotado da virtude Juilaik, eles não conseguem vê-la, pois então mostre a eles, todo elemento vem de uma existência maior, seja aquele a dominá-la..."

    O fio de Edernamus se aproximava do alvo, a essa altura Azothar começava a se virar, percebera sua presença, mas sua mente ainda o impedia de ser afável, aquele era o derradeiro momento, por anos ele havia sido ridicularizado, o único filho do grande Hecantóchires que não era capaz de dominar a preciosidade das forças formadoras daquele mundo. O mais velho, com direito a seu assento, e aquele cujo tapete fora puxado de seus pés. "A virtude" ele pensara todos aqueles anos, assim como o nobre Darthamos havia lhe dito, mas ele nunca achara. Que fossem todos para os dez infernos, que tudo se acabasse e fosse destruido, ele já não se importava mais, bastava o reluzir de sua lâmina, o cravar sanguinolento. Estava fora do alcance de Skar-ke mudar a rota que o homem escolhera. Ele sentia seu espirito e o de Juilaik sendo separados um do outro, aos poucos conforme o tempo fluia seus braços e pernas se tornavam mais uma vez seu, e era extraido saindo por suas costas num brilho fantasmagórico. A paisagem parecia desvanecer na névoa espessa e pegajosa que compunha as linhas temporais. E como um relâmpago o golpe era desferido. A lâmina descia sobre a cabeça do feiticeiro, era veloz e infame, assim como oque ocorreria. Aquele era um dos barões do fim, ao perceber a sombra do inimigo atrás dele, Azothar se voltava com velocidade ainda mais impressionante que a de Juilaik, em suas duas mãos estavam suas famosas cimitarras, conforme encarava o feiticeiro pelo canto de seus olhos, ele aparava o golpe acima dele com sua arma direita, e completando o giro fincava com crueldade a arma esquerda no estômago do oponente. Com um gape o sangue jorrava da ferida, escorrendo pelo seu braço. Edernamus estava banhada e ensopada naquela vermelhidão, mas aquele não era o sangue do seu adversário, era seu, as palavras que sempre ouvira voltavam a ribombar em sua mente, ele se esforçava para afastá-las, enquanto sua visão ficava turva e o frio do outro mundo começava a recebe-lo. Mas ali, no fim de todas as coisas ele podia ver, ver oque seu irmão não conseguia. As infindáveis e inúmeras redes de energia que cortavam aquele mundo. E por um segundo ele pode sentir mais do que apenas sua dor, ele pode tocar o âmago de seus filhos, e pode naquele momento se despedir deles, podiam ver oque seu pai via, aquela era a virtude que ele sempre tivera, a energia pura, fonte de toda a força dos feiticeiros. Um sorriso despontava em sua face, por tanto tempo ele almejara por aquilo, mas seria apenas em seu leito de morte que ele teria oque buscara tão avidamente. Mas não estava acabado, ainda não.

    - Humano tolo... Sou um agente do caos, um arauto da perdição, não tenho vulnerabilidades, não possuo pontos cegos, sou a encarnação do maior medo da sua raça, e do fim derradeiro que você e todos os seus irmãos enfrentarão um dia - Azothar penetrava em sua mente, ele lia que ansiava por impedi-lo, seu toque era nefasto, e o simples pensamento o enfurecia, carregado de ódio o senhor da morte dizia - Ninguém pode impedir a morte!

    Com um solavanco brutal Azothar tentava arremessar Juilaik para longe, mas não conseguia, o mesmo segurava com toda sua força restante a cimitarra, sem poder sair da ferida que criara a arma se tornava uma algema para seu mestre. Com um sorriso sórdido e acabado o feiticeiro colocava sua espada Edernamus próximo ao seu alvo, surpreso e enraivecido o mesmo tentava com violência utilizando-se de suas duas mãos remover a arma, mas ele não conseguiria. Naquele mesmo momento Juilaik redirecionava e canalizava todas as fontes de energia que o circundavam em seu corpo, recebendo força sobre humana e repassando esse poder a sua espada, ele agia instintivamente, e lentamente fincava a ponta da mesma no ombro de Azothar. O senhor da morte ficava paralisado, ele podia sentir seu medo, algo que nunca sentira antes, mas ao olhar no interior daquele homem, não via nada além de aceitação, ele havia sido superado.

    - O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo - Juilaik dizia levianamente, tossia e expelia uma longa possa de sangue que manchava as roupas cinzas cintilantes de Azothar. De edernamus correntes esverdeadas se entrelaçavam ao corpo do barão, que sentia sua força vital reduzindo-se. Abaixo Oaran olhava inerte aquela cena, desesperado tentava se aproximar para ajudar seu irmão, mas algo maior estava ocorrendo, não importava o quanto ele corria, ambos pareciam cada vez mais longe, inalcançáveis - Morrer não é acabar, é a suprema manhã, venha comigo Anubarak juntos receberemos os primeiros raios de sol...

    Edernamus escorregava pelas mãos de Juilaik e se fincava contra o chão, ao mesmo tempo o barão que estava preso entre as correntes da lâmina era arrastado com ela, ali no solo símbolos estranhos começavam a se formar, algo que os feiticeiros jamais haviam visto, apenas em lendas. Oaran pensava enquanto via aquilo abismado "Um Selo de Energia, uma ferramenta da criação!". Aos poucos o mal era sugado e os seres das trevas por ele conjurado eram tragados sem piedade pelos portais que resplandeciam acima explodindo em chamas de desespero e limpando os céus, Azothar era incapaz de fazer nada mais do que simplesmente urrar de ódio e frustração, mas quando seus últimos dedos eram selados ele se silenciava, assim como o mundo. Juilaik caia em queda livre, e com um baque ensurdecedor encontrava a terra. O desespero de Oaran explodia pelo mundo. As chamas de seu ódio queimavam os céus e as árvores, os feiticeiros se ajoelhavam em um temor infindável, mas seu Grande Mestre estava fora de controle, sua dor ecoava pelas planícies mares e oceanos. Finalmente cessava, e ele caminhava lentamente até o corpo de seu irmão "Que o fogo que me foi passado, seja passado a ele, que ele viva mais uma vez, pelos elementos, por favor..." ele sussurrava, mas ninguém ouvia suas preces, ninguem jamais ouviria.

    "A primeira lição de um líder meu filho, é nunca chorar pelo sangue daqueles que cariam com honra."

    - De vez em quando a eternidade sai do teu interior e a contingência substitui-a com o seu pânico. São os amigos e conhecidos que vão desaparecendo e deixam um vazio irrespirável. Não é a sua 'falta' que falta, é o desmentido de que tu não morrestes - Oaran dizia para o cadáver de seu irmão - Em paz meu irmão, e com honra...

    Uma única labareda espiralava para fora do peito de Juilaik, a chama que seu irmão lhe passara, mas ele fora incapaz de sentir ou compreender. E por fim se condensava na forma de um pequeno broche, no formato de uma folha. Belo e verde como as matas que um dia seu irmão tanto amara. O dia estava ganho, e o exército dos feiticeiros comemorou, todos os homens, menos um.

    Skar-ke podia observar a cena de perto, mas naquele momento, todos se tornavam estáticos, como se fossem parte de uma pintura, não colorida, mas esbranquiçada e brilhante. Aos poucos o vento carregava todos os presentes, Oaran, os soldados, Juilaik, Edernamus. Até mesmo a paisagem desvanecia em meio ao tempo, e sobe o tumulo do primeiro Tulan, nasceu a cidade de mesmo nome que agora girava na frente do observador. Atrás dele Miraak vinha caminhando, se sentava em uma pedra, a neblina turvando sua aparência, e com um menear de cabeça ele questionava o jovem a sua frente:

    - Oque você viu aqui Skar-ke? Oque aprendeu com isso? Qual a importância disto na sua vida? Eu me pergunto muitos porques. Esta máquina carrega você para onde sua mente deseja estar, e lhe mostra oque você precisa ver. Este foi um momento muito inciso da Conversão Harmônica retrasada. Me diga porque?
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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qua Fev 19, 2014 6:43 pm

    Um sopro gélido percorria toda a extensão do seu corpo, e Skar-ke num ato tão juvenil, se arrepiava. Mas não era como se os ventos ou gelo propriamente dito estivessem a macular-lhe a carne, era um sopro diferenciado, algo que ele sentia nas poucas vezes que entrava em contato com o Tempo, e agora isso se repetia, encontrando-se com o irmão mais velho daquele elemento,cuja a identidade e veracidade controvérsia eram assunto de debates pelos portadores da mais lúcida inteligência, o Destino. Juilaik encontrava a morte. Dotado de êxtase aquele sopro trazia consigo dúvida de encontrar sentimentos tão confusos. Sentimentos estes que antecediam sua despedida. O escárnio familiar, a vida em sombra do glorioso irmão e a pouca mas preciosa generosidade lhe ofertada por estranhos, como se observasse seu reflexo no lago ele via todo o que havia percorrido, ou que Juilaik havia percorrido até ali, desde a juventude cheia de energia as primeiras cicatrizes das dificuldades provocadas pela maioridade. Mas afinal do que importava tudo aquilo? O impulso que brotara com tanta firmeza no coração de Skar-ke fadaria o inimigo, daria Azothar e sua prole enegrecida ao total esquecimento, repousariam os demônios em uma tumba profunda no interior de Tellus, sua vida era a moeda necessária para assegurar a eternidade. E então quando este se questionava sobre a virtude, seu espírito se desprendia, livre, um atento observador, aficcionado e apiedado como um tolo, ansioso e desejoso.(Ceci n’est pas une Pipe)
    E a imagem tão nítida quanto a própria vida que ele ostentava orgulhoso no peito, a desafiar exércitos e inimigos, se desvanecia restando somente a visão. Paisagem aquela que por mais desprovida de calor que fosse, representava algo grande, havia estado dentro de Juilaik e seus sentimentos mais simples e intensos, despontavam em sangue ao ver que este era apunhalado em Azothar, as pupilas de seus olhos enegreciam e expandiam-se, como se espera do homem que encontra a morte, mas o que ele havia desenterrado era diferente, muito diferente, assim como havia sido capaz de tocar no âmago de seus filhos, os recônditos de Skar-ke se inflamavam, e ele compreendia, embora julgasse que aquilo fora distorcido ao longo dos anos, decerto era o que impulsionava todo o então poderoso Clã Juilaik, se seu progenitor havia percorrido uma vida que por sí só era uma derrocada sangrenta, seus filhos e descendentes ascendiam na luz do nascente apenas para provar que toda a amargura resguardada no marco zero havia transcendido num poderoso orgulho e força de vontade. 
    ‘’O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo’’Aquele único sacrifício salvará o mundo, pois a dor brotada através agora se convertia no júbilo do fio da espada encontrando o sangue, banhando toda a extensão da lâmina, ela trazia tristeza, por mais subestimado que fosse por dentre sua família o afeto persistia, e perguntava-se o quanto ele seria capaz de fazer após a luz da energia natural acender nele, mas como toda causa válida que permeia o coração,  o sacrifício trazia consigo a paz de espírito. A dor e repulsa invadiam a alma daqueles que eram incapazes de compreender, mas em seus silêncio, Skar-ke compreendia, compreendia a necessidade de que um preço havia sido pago, um preço que talvez tenha sido caro, mas deveras, necessário e que não iria excluir pelos anos vindouros o heroísmo daquele que o brandia. E com a vida de Juilaik, o primeiro, eram tragados para o abismo sem fim do confinamento eterno Azothar e seus filhos.


    Skar-ke observava todas aquelas cenas incrédulo, enquanto a dor de Oaran ecoava pela sua consciência, o festejo do exército vencedor e como tudo aquilo era consumido em poeira do vento, pois afinal o relógio da humanidade é atroz, no seu tempo vai engolindo as histórias, soterrando. E agora em meio ao nevoeiro espesso de dúvidas e conclusões, Mira ak se aproximava, almejando descobrir o que aquilo significava para aquele homem, que naquele momento passou a se considerar jovem e inexperiente de novo. Ele não observava seu então instrutor, apenas sentava na grama fresca a fixar seus olhos no longínquo e soberano céu:


    – Acredito que vi o motivo pelo qual estamos vivos hoje…Não consigo acreditar na oportunidade de ver tudo aquilo que vi, Oaran, Azothar…Juilaik e o broche. É intenso. Foi um decreto, um decreto que devemos novamente ratificar nessa era.



    Skar-ke se voltava para o ancião, e oferecia um meio sorriso, aguardando.*
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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qua Fev 19, 2014 6:46 pm

    Um sopro gélido percorria toda a extensão do seu corpo, e Skar-ke num ato tão juvenil, se arrepiava. Mas não era como se os ventos ou gelo propriamente dito estivessem a macular-lhe a carne, era um sopro diferenciado, algo que ele sentia nas poucas vezes que entrava em contato com o Tempo, e agora isso se repetia, encontrando-se com o irmão mais velho daquele elemento,cuja a identidade e veracidade controvérsia eram assunto de debates pelos portadores da mais lúcida inteligência, o Destino. Juilaik encontrava a morte. Dotado de êxtase aquele sopro trazia consigo dúvida de encontrar sentimentos tão confusos. Sentimentos estes que antecediam sua despedida. O escárnio familiar, a vida em sombra do glorioso irmão e a pouca mas preciosa generosidade lhe ofertada por estranhos, como se observasse seu reflexo no lago ele via todo o que havia percorrido, ou que Juilaik havia percorrido até ali, desde a juventude cheia de energia as primeiras cicatrizes das dificuldades provocadas pela maioridade. Mas afinal do que importava tudo aquilo? O impulso que brotara com tanta firmeza no coração de Skar-ke fadaria o inimigo, daria Azothar e sua prole enegrecida ao total esquecimento, repousariam os demônios em uma tumba profunda no interior de Tellus, sua vida era a moeda necessária para assegurar a eternidade. E então quando este se questionava sobre a virtude, seu espírito se desprendia, livre, um atento observador, aficcionado e apiedado como um tolo, ansioso e desejoso.(Ceci n’est pas une Pipe)
    E a imagem tão nítida quanto a própria vida que ele ostentava orgulhoso no peito, a desafiar exércitos e inimigos, se desvanecia restando somente a visão. Paisagem aquela que por mais desprovida de calor que fosse, representava algo grande, havia estado dentro de Juilaik e seus sentimentos mais simples e intensos, despontavam em sangue ao ver que este era apunhalado em Azothar, as pupilas de seus olhos enegreciam e expandiam-se, como se espera do homem que encontra a morte, mas o que ele havia desenterrado era diferente, muito diferente, assim como havia sido capaz de tocar no âmago de seus filhos, os recônditos de Skar-ke se inflamavam, e ele compreendia, embora julgasse que aquilo fora distorcido ao longo dos anos, decerto era o que impulsionava todo o então poderoso Clã Juilaik, se seu progenitor havia percorrido uma vida que por sí só era uma derrocada sangrenta, seus filhos e descendentes ascendiam na luz do nascente apenas para provar que toda a amargura resguardada no marco zero havia transcendido num poderoso orgulho e força de vontade. 


    ‘’O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo’’


    Aquele único sacrifício salvará o mundo, pois a dor brotada através agora se convertia no júbilo do fio da espada encontrando o sangue, banhando toda a extensão da lâmina, ela trazia tristeza, por mais subestimado que fosse por dentre sua família o afeto persistia, e perguntava-se o quanto ele seria capaz de fazer após a luz da energia natural acender nele, mas como toda causa válida que permeia o coração,  o sacrifício trazia consigo a paz de espírito. A dor e repulsa invadiam a alma daqueles que eram incapazes de compreender, mas em seus silêncio, Skar-ke compreendia, compreendia a necessidade de que um preço havia sido pago, um preço que talvez tenha sido caro, mas deveras, necessário e que não iria excluir pelos anos vindouros o heroísmo daquele que o brandia. E com a vida de Juilaik, o primeiro, eram tragados para o abismo sem fim do confinamento eterno Azothar e seus filhos.


    Skar-ke observava todas aquelas cenas incrédulo, enquanto a dor de Oaran ecoava pela sua consciência, o festejo do exército vencedor e como tudo aquilo era consumido em poeira do vento, pois afinal o relógio da humanidade é atroz, no seu tempo vai engolindo as histórias, soterrando. E agora em meio ao nevoeiro espesso de dúvidas e conclusões, Mira ak se aproximava, almejando descobrir o que aquilo significava para aquele homem, que naquele momento passou a se considerar jovem e inexperiente de novo. Ele não observava seu então instrutor, apenas sentava na grama fresca a fixar seus olhos no longínquo e soberano céu:


    – Acredito que vi o motivo pelo qual estamos vivos hoje…Não consigo acreditar na oportunidade de ver tudo aquilo que vi hoje, Oaran, Azothar…Juilaik e o broche. É intenso. Foi um decreto, um decreto que devemos novamente ratificar nessa era.



    Skar-ke se voltava para o ancião, e oferecia um meio sorriso, aguardando.*
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    Mensagem por Admin Qui Fev 20, 2014 12:20 am

    No rosto senil de Miraak despontava o mais singelo dos sentimentos, ele reconhecia naquele momento grandeza no homem a sua frente, força que conhecera em poucos indivíduos, aquele era um rapaz que havia nascido para liderar, mas não apenas no sentido estrito da palavra, ele deveria guiar os homens para um local de grandeza, do qual haviam decaído a muito. Um sorriso, um oferecimento de gratidão a aquele homem a tanto apagado. Generosidade além do comum, ele não iria retribuir não daquela maneira. Em seus olhos as estrelas ardiam e queimavam, elas condensavam massivas fontes de energia, um reflexo do universo acima, poderosas e grandiosas, alheias ao sofrimento mundano, o relógio nunca parava, e os fios que sustentavam a própria vida não eram nada perante o fôlego resplandecente e renovador que o cosmo carregava, incutindo na própria existência, um saber surreal, e ao mesmo tempo deprimente, não importava o destino daqueles que viviam abaixo de seus céus, nada cessaria a roda do destino. Miraak sabia bem disso, presenciara aquilo centenas de milhares de vezes, e finalmente conhecera seu fim, aquele era apenas um resquício, um fio de realidade que restava, sozinho, em um oceano infinito de idéias esquecidas. Mas ele não estava só, e nem era apenas quem era. Skar-ke precisava entender, ele mesmo havia dado as coordenadas, um ato que julgava instintivo do jovem, era a vontade de seu ser, e ele revelaria todas as portas cerradas, naquele momento.

    Sem mais uma palavra Miraak se tornava uma sombra, um alguém distante, desvanecendo em meio ao mar temporal que circundava o local, não havia oque ser dito, eram apenas meias palavras, e ele um homem que muito queria dizer. Logo Skar-ke se via sozinho na imensidão deserta do fluxo temporal, distintamente de antes, ele não sentia uma força movendo sua mão e carregando-o em direção ao que quer que fosse, ele estava completamente liberto, mas a vastidão não podia ser caminhada, sua lonjura, ventos cortantes e armadilhas ciclicas, tornavam fácil para que a alma se perdesse em meio a seus halls. Mas havia algo capaz de guiá-lo em segurança rumo ao seu próximo destino, seu coração, a vontade e perseverança de Ke o fazia percorrer a trilha certa. No entanto era inevitável... com um deslize momentaneo ele caia, não em uma armadilha, mas em uma fissura do tempo, uma das muitas que ele mais cedo havia criado ao forjar coordenadas com suas palavras. Aquela o fazia cair por uma brecha no solo, estreita e escura, no entanto quente como uma fornalha, existia algo ali, um momento crucial na história do mundo, e ele testemunharia em poucos instantes. Após 4 minutos de queda algo batera em sua cabeça com força, provavelmente uma rocha, oque o impedia de perceber que não mais caia envolto a terra, agora o céu o circundava oscilando entre as nuvens, a terra se aproximava a cada instante, uma ilha estranha, forjada a ferro. Uma aura pairava ali, firme e orgulhosa, observando tudo e a todos. A velocidade do ar raspando por seus ouvidos aumentava, mal conseguia abrir seus olhos tão intenso era o movimento. Mas logo tudo cessava, um negrume tomava conta de sua vista, e quando reabria seus olhos percebia que estava observando o chão, a vista ainda meio turva por conta da viagem forçada, ao seu redor uma imensa escadaria se estendia ao longe, seu topo tão alto que a vista não era capaz de alcançar, forçosamente ele se desequilibrava e ameaçava cair, sendo amparado por uma mão que se posicionava em suas costas. No entanto o momento era diferente de antes, Skar-ke não estava dentro do jovem, ele o via de fora, mas conseguia ler sua mente e ver por seus olhos em alguns momentos. Uma clara mudança do momento em que fora induzido a visão no tempo.

    - Parece que esses Qunari venderam bebida demais para nosso pequeno amiguinho - Dizia uma voz feminina atrás de si - Um garotinho tão novo passando mal pela ressaca, que visão tristonha.

    Uma moça de cabelos verde água se aproximava dele pela sua esquerda, ela era a dona da voz, de inicio não a reconhecia bem, mas logo percebera a deslumbrante princesa Aveline Organny a sua frente, a cada dia que se passava sua paixão platônica pela princesa só aumentava, e esconder tais sentimentos ficava ainda mais dificil, mas quaisquer chances que ele poderia pensar em ter abandonava no mesmo instante, um rapaz de 16 anos recém saído da grande academia não teria chance alguma com uma mulher daquelas. Mesmo assim não o impedia de admirar sua beleza real, neta mais nova do Grande Mestre Oaran, Aveline não tinha puxado nada de seu avô, diferente da carranca velha no lugar de rosto como sempre zombava Rosenkreuz a jovem tinha uma face afilada, com lábios carnudos e olhos violetas. Suas curvas também o atraiam de maneira exagerada, com seios fartos, sonho comum de todo adolescente, pernas fortes e carnudas, moldadas a um perfume doce de pétalas de rosa amanhecidas, a princesa era uma imagem prazerosa por si só. Apesar de movida por um humor negro ela se mostrava muito preocupada com seu bem estar, oque o encantava ainda mais.

    - Tome cuidado Ryuuhou, prometi ao seu primo Lelouch que o protegeria, não gostaria que esses degraus quebrassem a minha promessa. O orvalho da manhã fez com que a pedra ficasse lisa, prossigam com cautela, esse lugar parece feito para espantar forasteiros.

    Outra voz inconfundível, Kanon Shindoragon, mais conhecido como Grifen o Sombrio, ou também Lorde Kira; nomes que ele jamais entendera, uma vez de Kanon era um homem gentil e prestativo, não importava quantas vezes tentasse imaginá-lo assassinando friamente um grupo de templarianos, era incapaz de gerar uma cena convincente o bastante, a timidez fazia bem seu serviço o impedindo de questioná-lo a respeito, ao mesmo tempo que com tal aviso nada mais fazia do que dar um leve aceno de cabeça. Kanon era enorme perto dele, um metro e noventa centímetros de altura, forte e musculoso, habilidoso, famoso e disputante do cargo de mais forte aprendiz de Oaran. Nada com que ele pudesse se comparar, possuia um metro e cinquenta e sete centímetros de altura, uma estatura baixissima até mesmo para sua idade, e desconfiava que não cresceria mais, um rosto afeminado como seus irmãos gostavam de esculachá-lo, e cabelos longos e negros até o pescoço, ele não era oque a maioria teria em mente para um herói. No entanto isso nunca o impedira de lutar com todo seu afinco, tendo se formado sete anos mais cedo entre os feiticeiros, e ocupando cargo de comandante dentro das forças de seu clã.

    - Não temos tempo sobrando, subam rapidamente - Clamava uma voz ao longe, parecia vir do topo da escadaria - O Arishok não irá esperar para sempre, e depois de toda a demora para nos atender não pretendo fazer com que ele nos odeie mais do que já odeia - A voz era forte e brava - Pelo amor dos deuses Kanon carregue esse garoto até aqui antes que ele desabe escada abaixo!

    Aegeon Juilaik. Um nome, muitos significados, para Ryuuhou mais do que para a maioria, desde a partida de Tulan, o enorme guerreiro vice líder do clã Juilaik havia desdenhado dele. "Esse não é o lugar para um pivete recém cagado" como adorava dizer. Para ele um babaca sem fim, mas deviam muito ao grandalhão, experiente na guerra, e principalmente temido entre os Qunari, Aegeon tinha sido a porta de entrada "segura" a ilha de Par Vollen, e por mais que fizesse da sua vida uma zombaria constante, não poupara esforços para garantir a segurança tanto dele como da princesa e de Kanon. A escadaria ainda estava longe do fim no entanto.

    - Como ele chegou lá em cima tão rápido Kanon? Não entendo esse homem - Ele começava a desconfiar que a princesa estava gamada em Lord Kira, desde o inicio da viagem, ela parecia de uma intimidade além da comum para com ele - Estou tão cansada. Uff.

    A princesa ameaçara sentar, apenas para ver Lord Kira seguir em frente sem ela, sem sombra de dúvidas parecia não ter escutado uma só palavra que proferira. Fingindo como se nada tivesse ocorrido ela o seguia, suas bochechas muito vermelhas. Não havia escolha, Ryuuhou fazia o mesmo, quanto mais protelasse mais demoraria para encontrar com Aegeon. Finalmente alcançava o fim, já havia alguns minutos que os demais haviam chegado ao topo.

    - Parashaara, humanos... oque traz os jassrath tão cedo ao palácio de vossa alteza?

    - Temos uma reunião com o Arishol, e não temos tempo para perder com você Saarebas, agora nos dê passagem - Dizia Lorde Aegeon

    - Não sei se será possivel jassrath'is, não me lembro de ser avisado de reunião alguma.

    Saarebas, a pior parte de toda a viagem. Servo maior e conselheiro do Arishok, o Qunari deformado por batalhas contra os feiticeiros mostrava total desacato a qualquer um que não fosse pertencente a sua crença. Em Qunlat, Jassrath significava, grande comedor de merda, literalmente, quando Lord Kira soube daquilo, instruiu a todos que não compartilhassem tal conhecimento com Lord Aegeon, que era conhecido por ter matado Qunaris por simplesmente terem falado palavras para ele. A missão começara em Tulan, ele havia sido escalado por seu primo Lelouch Lamperouge para servir de apoio numa reunião de paz com os Qunaris. A guerra com os Qunari se alastrava por muitos meses, e nesse periodo ambos os lados haviam sofrido grandes baixas, preocupado com isso o Grande Mestre, após receber uma denuncia de que o Arishok reunia uma força de guerra ainda maior em sua capital Par Vollen, ordenara a seu discipulo mais "Coeso" Lord Kira para servir a embaixatriz dos feiticeiros, Lady Aveline. Quase que imediatamente o clã Juilaik havia acusado Oaran de conspirar por suas costas, oque o forçou a nomear o vice líder do clã Aegeon Organny para a missão. Depois de uma viagem de oito semanas de navio haviam atracado na ilha. Mas apesar do esperado, não haviam recepções, mesmo tendo todas as cartas alcançado seu destino. Com muita persuasão no estilo "Juilaik" como Aveline dissera, haviam conseguido comida e um lugar para ficar, no entanto mesmo após treze dias ali o Arishok se recusava a esperar. Até que conseguiram marcar uma reunião. Agora Saarebas tentava envia-los embora, Ryuuhou não sabia se aquilo era mera provocação, ou se o Arishok havia realmente voltado atrás.

    - Não tenho tempo para brincadeiras seu rato imundo - Aegeon avançava na direção de Saarebas, ele não parecia pretender agredi-lo mas com um trombão forte passava diretamente pelo Qunari, que revoltado revidava lançando contra a cabeça do homem um pedregulho - Seu.... um do seu povo a menos não vai fazer diferença.

    - Venha... venha Basra, estou louco para abrir seu crânio de Dathrasi!

    Com um salto Aegeon erguia seu punho se lançando contra Saarebas, mas a velocidade do Qunari não podia ser subestimada, ele se esquivava pelo lado e tentava com uma de suas longas unhas envenenadas acertar o rosto do feiticeiro. As garras no entanto iam de encontro a poderosa armadura dourada símbolo do alto escalão dos Feiticeiros, que ele usava, ricocheteando e fazendo com que a mão de Saarebas fosse quebrada no processo. Aegeon tinha sangue em seus olhos e com um chute lançava o Qunari contra um dos pilares da entrada do Grande Palácio. Mas ele não estava derrotado ainda, falando rapidamente em uma língua irreconhecível o ser enviava uma onda negra contra o Juilaik, ele se esquivava, mas era exatamente oque Saarebas deseja, a onda acertava diversos pedregulhos espalhados por seu impacto que então se uniam na forma de um imenso elemental de pedra. Sem perceber a movimentação Aegeon era pego em cheio por um golpe da criação de Saarebas. Ainda mais fulo da vida, ele começava a reunir uma massa enorme de energia em sua mão. Lady Aveline parecia preocupada, enquanto guardas se aglomeravam com as armas em punho. Aegeon estava pronto para explodir o lugar levando Saarebas para o inferno, no entanto a luta não continuava. Um baque enorme era ouvido, junto de uma ordem ribombante:

    - CHEGA! - Lorde Kira olhava para ambos os combatentes com um ar sério, tão sério como nunca vira antes, seu semblante calmo e comportado havia sumido completamente - Saarebas, seu dever não é questionar as decisões de seu Arishok, ele nos garantiu uma reunião nessa hora e lugar, se os Qunari ainda seguem seus próprios códigos de Honra e moral nos leve até ele.

    - Não tente me ensinar sobre o Qun humano...

    - Se não quer ouvir isso de mim então cumpra com seus deveres de uma vez - Saarebas parecia enjoado por ter que fazer oque Lorde Kira lhe dizia, mas estava em uma posição onde se discordasse não apenas desonraria a si mesmo, como a toda sua raça. Ao ver aquilo Aegeon começava a debochar do Qunari, isso até receber um olhar repreendedor de Lorde Kira, que estendia em sua garganta seu longo tridente - Mais um pio Aegeon, mais uma baderna, e não serão os Qunari que cortarão sua cabeça. Atrapalhe nossa missão e você e os seus irmãos vão se arrepender de terem se metido nesta missão. Eu Fui Claro?

    Claramente contrariado, Lorde Aegeon assentia com a cabeça. Os portões do Grande Palácio se abriam, ao fundo um enorme Qunari se sentava, possuia mais de dois metros e meio de altura, muito maior que qualquer um de seus servos. "O Arishok" sussurrava Ryuuhou, Lady Aveline parecia concordar com ele.

    - Ebala Maraas. Ben'dar Salit-asit? - Dizia o Arishok, seu tradutor, claramente não um Qunari, talvez um membro do povo da floresta repetia suas palavras na lingua comum - Auto lá. Quem vem aos halls da contemplação?

    Lady Aveline tomava a frente, a embaixatriz de todo um povo, linda e maravilhosamente bem vestida, era tudo com que Ryuuhou conseguia pensar naquele momento, ele no entanto se perguntava como ela falaria com o Arishok, ele pelo menos não conhecia os costumes daquele povo, oque deveria fazer? Não sabia.

    - Arishokost. Maaras shokra. Anaan esaam Qun - Dizia a princesa com uma pronúncia digna de um Qunari nato, Kanon traduzia para ele as palavras, com sutileza ele sussurrava quase que sem mover sua boca "Paz, Arishok. Não há nada pelo que lutar. A vitória esta no Qun" - Saudações sou Lady Aveline Organny a Segunda, filha de Lorde Sravos Organny, neta de Oaran Organny, e embaixatriz do Império Feiticeiro. Venho em paz em nome de meu povo estender a vossa majestade um tratado, uma tentativa de selar o fim da guerra que queima nossas duas raças...

    - Saatareth barek - O Arishok dizia como se desdenhasse de Aveline- Shok ebasit hissra. Meraad astaarit, meraad itwasit, aban aqun. Maraas shokra. Teth a anaan esaam Qun - O tradutor se apressava para entender as palavras - Besteiras humanas - Ele dizia - Lutas são uma ilusão. As marés sobem, as marés baixam, mas o mar é imutável. Não há nada para lutar. Como você disse, a vitória está no Qun.

    - E mesmo assim inocentes morrem todos os dias em batalhas, vossa alteza ainda acha que estao lutando contra nada? Trago a paz senhor, humildemente em nome de todos cujo sangue foi derramado, lhe imploramos que as chamas da guerra se apaguem.

    - Nehraa aqun ebra kata Arvaarad. Ataash varin kata. Lutar com humanos é lutar com nada. No fim existe a glória -Traduzia o membro do povo

    - No fim existe apenas a morte, a minha e a sua alteza - Uma comoção se remexia entre os Qunari que ouviam a conversa - A dos seus filhos e a dos meus irmão, nossos povos se aniquilarão, e afundaram em sangue e podridão.

    - Maraas imekari - Dessa vez o Arishok dispensava seu tradutor - Uma criança balindo sem sentido. Vocês estão sozinhos, não vê basalit-an?

    - Com todo o respeito Antaam. Mas isso irá nos consumir, imploro para que ouça a razão.

    - Asit tal-eb. Ataash Qunari!

    A princesa olhava para seus companheiros com uma cara de impotência como se soubesse que havia falhado. Skar-ke sentia nesse momento uma conexão mais poderosa com Ryuuhou, ele podia sentir sua essencia, e a vontade de agir. Aquele era o momento se nada fosse feito os Qunari iriam continuar com suas maquinações, e eventualmente poderiam destruir tudo pelo que os pais e avós deles haviam construido. Aegeon parecia perdido em meio a reunião. E kanon se mantinha inerte, ele nada faria Ryuuhou sabia, aquela era a missão da princesa. Ele TINHA que tomar uma decisão, ajudá-la, ou deixar que a princesa lidasse com o Arishok. E no centro da decisão estava Skar-ke, aquele que via tudo se desenrolar, fosse qualquer sua decisão ele seria o agente mobilizador daquele momento, a voz de Ryuuhou e a dele soariam em unissono.


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    Mensagem por Admin Qui Fev 20, 2014 12:33 am

    Par Vollen
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    As Escadas da Servidão
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    O Grande Palácio
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    Ryuuhou Lamperouge
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    Kanon Shindoragon
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    Aveline Organny
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    Aegeon Juilaik
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    Arishok
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    Saarebas
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    17- Force of The Qun


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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qui Fev 27, 2014 4:27 pm

    Algo se remexia no rosto indecifrável de Miraak, Skar-ke não ousava julga-lo, jamais poderia deduzir o que uma criatura, aparentemente tão elevado estava sentindo. Se é que estava, talvez ele não fosse dotado dos sentimentos que constantemente despontam na carne humana e alteram os rumos da vida. Mas ainda sim, sua intuição lhe dizia, que aquela velha criatura resguardava em seu semblante, uma coisa especial, algo que por mais indefinível renovavam sua energia, sua avidez, e tudo aquilo que o movia, por instinto aos segredos mais intrínsecos da Forja. Enquanto aguardava que ele o guiasse, apenas algo instigava e absorvia toda a atenção de Skar-ke, que num movimento ousado, era capaz de focar nos olhos daquele ser elevado, sentindo a ardência que eles possuíam, a mesma ardência que se referia as estrelas, longínquas, mas que ornamentavam em sua própria forma, um calor muitos mais celestial do que qualquer criatura de Tellus, Deusas á sua própria forma. A cada gesto daquele Senhor, ele refletia os alicerces ocultos que sustentavam o mundo, um brilho, que com tamanho poder, Skar-ke admirava e temia. E talvez, seu pensamento estivesse certo, as estrelas que ele via no anoitecer, Deusas, como os olhos de Miraak, fossem apenas um grande espelho, refletindo o magnânimo Cosmo inteiro e esplêndido sustentando toda a vida...

    E de repente, não havia mais o velho mentor, apenas a areia, em cujo seus pés afundavam, desanuviando toda a virtude e senso obtido ao longo dos anos por sua mente, estudos árduos, se tornavam nada diante do choque da ausência de realidade, e ele apenas caminhava, caminhava, vendo os grãos dourados se unirem cônscios de seu poder conjunto, do quanto eram individualistas e uníssonos, ele não sentia nenhuma temperatura elevada, mas sua alma parecia reproduzir em seu interior os efeitos colaterais do deserto, trazendo-o a confusão, lembranças, tempo...

    As estrelas do Chaud eram tão belas quantos os olhos de Miraak, mas muito mais distantes. Era a única distração que obtivera nos primeiros dias daquela expedição, observar o céu em sua magnitude contra o véu enegrecido e aristocrático do anoitecer, os homens que acompanhavam por aquela região desértica, uma falha travessa dos Deuses concebida as margens da fronteira do deserto, entretanto, não compartilhavam da estabilidade exercitada por seu marasmo. As estrelas do Chaud eram longínquas e distantes, e em Miraak havia visto um portal para elas. As estrelas que com ardor ele estudava.

    ''Por que não há tempo! É tudo ilusão, os cascos velozes e impotentes contra a poeira, cada vez indo mais e mais rápido! Não há tempo! Há o júbilo, a glória! Há apenas a brisa fresca do sul, ressoando seu cantar contra nossas faces! Olhe, veja, ela vem, ela vem e nos rejuvenesce!''

    Replicara com ardor Jaheullen, O Generoso, enquanto trotava em seu garanhão imponente, apenas frangalhos, imagens, poeira ao vento... E o marasmo, volta, forte e sólido, pois ali ao contrário do Chaud, a brisa não vinha contra ele, o circundava, miragens...

    E enquanto se afundava cada vez mais Skar-ke se lembrava, olhava para aqueles pequenos pontos no solo que concebiam todo u infinito, se agachava, permitindo que aquela areia mágica inundassem um recipiente de cristal que ele guardava em suas vestimentas. Um único momento de sanidade, sagrado antes que um demônio pessoal viesse assalta-lo

     "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!".


    E com aqueles dizeres traiçoeiros ressoando-lhe no ouvido, marasmo se quebrava, e com todo seu Amor Fati ardendo no peito, Skar-ke desfalecia. 

    [1/2]
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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Dom Mar 16, 2014 6:26 pm

    Seu corpo sucumbia num cair desajeitado, sem saber para onde o Tempo o levava Skar-ke tentava, em vão, agarrar o ar a sua frente, suas mãos porém encontravam apenas o nada, o ar escorria por dentre elas, tão intangível quanto a força que coordenava aquela sua viagem, e num baque, um estrondoso ressonar se espalhava por seu subconsciente, a última vez que uma pancada e desatenção haviam lhe tomado conta fora em alguma de suas constantes ressacas juvenis, e sobre seus olhos, agora tenazes e ávidos pois quaisquer informações se erguia o pesado céu, sempre soberano, invadindo-lhe o corpo junto com o cheiro do mar, da proa dos barcos tão comuns a ele na infância a desafiar as ondas e seu humor intempestivo, cortando o caminho em direção a terra. Ali, aonde quer que estivesse era uma terra árida, que emanava uma aura amedrontadora e repleta de uma ferrenha disciplina. E ao invés de encarnar um corpo velho e cheio de amargura como na visão anterior, ele agora flutuava ao redor da consciência de um jovem, como ele havia sido um dia, e de certa forma ainda era repleto de dúvidas e preocupações. Mesmo assim, era capaz entretanto de sentir o que aquele corpo passava, sentia o calor de uma bela mulher a sustentâ-lo, e então a via, todo o esplendor de uma beleza exótica, uma aura impermeável a circunda-la e a atraí-lo para suas intémperie. Por alguns segundos, esqueceu tudo aquilo e a viu. Viu Katari, com o mesmo brilho, a mesma força que tanto o atraía, os olhos com a tonalidade forte, o gênio difícil e insubordinação que não se dobravam a nada, poderia ter qualquer uma em sua infância, bastava querer, menos Katari, Katari era diferente, era como uma estrela distante que zombava de qualquer homem que quizesse alcança-la, como se rompesse seus próprios vasos sanguíneos a dor despontava em seu coração, incapaz de lidar com aquilo ele a afastava, e fazia uma mesura receptiva, enganando-a sí próprio pronto para conhecer os personagens que surgiam tão enigmáticos quanto a Princesa para guiá-lo por aquela terra inóspita.

    A figura que aparecia em seguida, ecoando através de uma voz sólida uma censura, era ninguém menos que Kanon Shindoragon. Kira. Pensava. Estivera na presença do Oráculo e então de Oaran em pessoa e agora postava na frente dele outro de seus aprendizes, era diferente do Kira que havia o salvado das garras de Harmack há quase 5 anos atrás. Era jovem e esbelto, uma personificação do ápice dos feiticeiros algo que junto ao Juilkaik que ele desconhecia, mas aparentemente exercia uma influência tão grande quanto faziam uma oposição desconfortável ao garoto cujo o íntimo ele explorava, diante daquele grupo sua postura tímida reluzia ainda mais, e Skar-ke parecia intrigado, não soubera como ele havia colocado as coordenadas, elas apenas haviam brotando num puro extinto, e ali estava ele, ao lado de grandes figuras da Ordem enquanto degustava da consciência de um jovem que embora um prodígio não era em nome diante de tudo aquilo. O que latejava sua cabeça em dúvidas era que todos possuíam sua importância na missão, afinal, Kira havia sido a base sólida que coordenara tudo, Aveline representava sua dinastia e seu Império, e Aegeon conseguia romper o tradicionalismo para que a eficácia fosse alcançada, mesmo que isso significasse o uso de métodos não oficiais. Métodos esses que ele destilava contra Saarebas, a subida fora árdua, e Ryuhou encontrava-se de joelhos, arfando, seu desconforto com seu próprio despreparo físico era logo interrompido, seu olhos se reviravam e focavam-se agora em uma luta digna dos mais altos halls da Academia, era a primeira vez que via um Qunari lutar, e suas atitudes precediam sua reputação de ferocidade, assim como a de Juilaik, que não pestanejava nem diminuía no orgulho contra o identende do Arishok.

    A voz de Kira dava um fim naquela loucura. Skar-ke em Serenno havia sido ensinado que todo líder precisa de uma boa voz de batalha e aquela voz era ótima, a melhor que ele já havia presenciado, seu poder implacável cortava a indisciplina dos homens e faziam seus espíritos se contorcerem de vergonha por terem agido errado. Ainda não vimos 1% do poder deste homem…

    E assim as portas do grande palácio se abriam para eles, Skar-ke olhava aquilo maravilhado e deduzia que aquele sentimento no passado havia sido compartilhado pelo jovem Lamperouge, mas ao contrário dele quando Aveline se postava ele via além da beleza, via fragilidade, aquela não era um embaixatriz apropriada… O Arishok era fruto dos piores pesadelos de muitos homens capazes, uma criatura enorme cheia de maldade e poder, Aveline era jovem, ansiosa pela aprovação de Kanon e bonita demais para que representasse uma nação em peso, e por isso ele olhava com minuciosidade cada atitude posta ali, cada palavra, sentindo o teor delas enquanto o povo Qunari e eles próprios reagiam. E aos poucos seu corpo formigava, pedindo… Uma atitude, um estender da sabedoria que afia adquirido para aquele plano anterior, como uma fechadura anseia por uma chave, o sentimento subia-lhe a garganta, desejando rompe-la e fazer ecoar o que achava certo…

    – O mar é imutável Arishok! Mas nos sempre podemos navegar melhor… Você concorda que a vitória esta no Qun, mas por onde se propaga a honra de suas leis recebendo convidados de maneira tão inóspita? Ouça nós Arishok! Podemos derramar nosso sangue e ao fim de 5 anos aonde estaremos? Coisas espreitam para longe desse continente… Cujo o fim é nosso objetivo em comum. Não deve ser da natureza de nós Feitceiros e Qunaris o extermínio mutuo… Veja a miséria que se extende por seu solo árido, todo o clamor de um povo, paz! Não são os burocratas que propõem! Somos nós, humanos, desprovidos de orgulho e agarrados a fé, e vocês Qunari, todo o clamor de um povo! De um civilização! Podemos nos degladiar com uma intolerância ferrenha, mas para onde os conflitos nós direcional? Para a miséria, apenas a miséria. - Ele fazia uma pausa esperando reações na sala. – Eu espero que amem suas crianças Qunaris, pois amamamos as nossas, e por estas viemos aqui, sem quaisquer mágoas e orgulhos… - Ryuhou jogava sua arma aos pés do Arishok e levantava os braços, caminhando três longos passos a frente do grupo – A existência é opcional, assim como a Guerra, ilusão, tolice, um supro fúnebre para aqueles que deveriam se unir e construir um belo futuro.

    Por aqueles momentos Skar-ke tentou imputar no jovem todas as qualidades que havia absorvido ao longo dos anos, acreditava que sua performance havia quebrado a idéia de garoto impúbere que Ryuhou passava, ao menos esperava, ao menos algum deles tinha de acreditar no teor dê suas palavras.
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    Mensagem por Admin Ter Mar 18, 2014 10:27 am

    As palavras do jovem Ryuuhou ecoavam pelo enorme salão do Palácio fazendo com que as bandeiras Qunari esvoaçassem com uma brisa gélida vinda do norte. O garoto tinha poder e até mesmo os membros do Qun percebiam isso. Kira admirava a atitude do rapaz, e um sorriso sincero de comoção despontava em sua face, como se aquele ato caridoso do menino o lembrasse de si mesmo na juventude não tão distante que deixará para trás. "A guerra e o sangue mudam os rapazes" ele se lembrava, quando encontrara seu mestre Oaran, não era nada além de um jovem aprendiz de curandeiro, e era especialmente ruim nisso. Seu mestre por sua vez não era também o nobre que havia se tornado, longe de uma lenda, Oaran era mais um líder desesperado a procura de um caminho para seguir, a procura de uma escapatória, uma maneira de salvar seu povo da calamitosa batalha de ideologias imposta pelos grandes monstros da época, os Templarianos, Aliancistas e Brasvemnas; assim apesar de todas as adversidades os Feiticeiros haviam prosperado, mas muito mudara desde então, e ele sabia em seu âmago, no canto mais profundo de sua existência, que aquela reunião rumava para águas perigosas.

    O silêncio se abatia sobre a sala, os membros do Qun ostentavam em suas faces um misto de indignação e indecisão. Mas não falavam, se pronunciar a um desafio direto a vontade do Arishok era ofender sua honra. Apenas ele, e seu intendente poderiam se pronunciar em nome do Qun. Mas o Arishok nada fazia. Saarebas fixava seu olhar no seu grande líder, que sentado segurava sua espada na vertical, apoiando seu longo e forte queixo sobre o cabo da lâmina comprida, sua insatisfação era bem evidente, afoito ele movia sua cabeça da pessoa do Arishok para o jovem prostrado próximo a ele. Uma veia saltava na sua cabeça, seu desejo era de trucidar o rapaz; isso iria com certeza inflamar o lugar com lutas ferozes e a retaliação a sua pessoa seria feroz, mas seu desejo não era apenas dele, ele não estava sozinho...

    Aveline observava chocada a atitude do pequeno Ryuuhou, em todos os seus anos de pesquisa e estudo sobre as diversas raças com que teria de lidar na qualidade de princesa e embaixadora ela conhecia bem a reação dos Qunari a qualquer desafio a seu líder, por mais educado, desesperado e prestativo que tentasse ser Ryuuhou havia acabado de voltar todo o ódio do Qun sobre ele. O plano original de Aveline seria recuar naquele mesmo dia, a melhor arma contra o ímpeto esvoaçante do Arishok era a perseverança, com mais seis ou sete reuniões como aquele ela poderia te-lo persuadido, mas agora essa hipótese ia por água abaixo. Que desastre! Sua primeira missão de importância e um conflito já sangrento ameaçava se tornar um banho de sangue, um extermínio em massa, com certeza seria essa a decisão de seu pai, se não dele dos demais clãs que desprezavam essa última tentativa dela. Mas não havia tempo para pensar, ela se recompunha e caminhava até Ryuuhou erguendo-o calmamente com elegância e pompa, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa era fuzilada com o olhar macabro e duro do Arishok, ela sabia oque aquilo significava, o rapaz estava por conta própria, não sabia dizer se aquela fúria advinham das palavras dele, ou do ato dela, mas não esperaria mais. Ela recuava com uma mesura, descartada e fracassada incapaz de olhar os demais feiticeiros nos olhos, principalmente Kira, que apesar de tudo mostrava-se calmo até mesmo sorrindo, num clima tão pesado.

    O cheiro do salão o deixava enjoado, os mitos pareciam verdade, as bestas não se banhavam, suas peles eram retorcidas e alguns até mesmo ostentavam crostas de lama que deviam permear sua epiderme a meses. Com seu estomago embrulhadíssimo Aegeon, que entre os feiticeiros era conhecido como o Hecatonquiros; um título que seu pai, e seu avô antes dele haviam ostentado; devido sua força e resiliência sobre humanas, não aguentava mais a palhaçada que a reunião havia se tornado, com desejo de vomitar, pensava veementemente se devia faze-lo ou não, com certeza aquilo era obra de Saarebas, a monstruosidade esquizofrênica que enfrentara minutos antes. Ele olhava para o intendente, parecia louco para atacar o rapaz, por mais que não tivesse grandes amores pelo jovem Aegeon não ficaria parado vendo um feiticeiro recém graduado ser violentado por uma criatura vil daquelas. Ele cerrava seu punho, e percebia o olhar de desprezo das feras, elas o olhavam com fome, ele podia sentir, aquele era um olhar de fome, eles seriam atacados, devorados, seus restos jogados no oceano como faziam com os pobre bebes que nunca eram encontrados. Uma gosta de suor escorria por sua testa, ele nada podia fazer sem a autorização de Kira, o maldito controlava a operação, e com aquele silêncio cadavérico que assombrava os salões a vários minutos era impossível se comunicar com ele. Mordia seu lábio inferior, começava a ignorar o cheiro, a adrenalina corria por suas artérias enquanto suas pupilas dilatavam-se, ele precisava estar pronto, seus demais aliados não percebiam, mas ele tinha certeza, as feras não eram humanas, por mais que falassem como se fossem, e por mais que andassem em duas pernas, seus instintos primitivos ainda estavam presentes, o Arishok apenas pensava em como deveriam ser cozinhados, talvez ele e seus lacaios pudessem se comunicar por telepatia, se pudessem o perigo seria ainda maior. Aveline recuava, teria ela percebido também as intenções macabras dos monstros? Sim, com certeza ela percebera, era uma estudiosa, e deveria conhecer bem os hábitos hediondos das criaturas, a garota deveria estar apenas esperando uma oportunidade de os avisar. Aegeon tomava sua decisão, se apenas um dos bichos se aproximasse, ele o esfacelaria com seus punhos, não permitiria que seus compatriotas e ele perecessem nas garras daqueles seres insossos.

    - Saatareth barerkath Arishok... - Dizia Saarebas, sua impaciência havia crescido a limites inimgináveis, ele não ousava gritar, por isso sussurrava por trás de sua máscara para que apenas o Arishok pudesse ouvir - Alat kafir a'bas... - Antes que pudesse dizer qualquer outra coisa o Arishok se voltava para ele com sua fúria incandescente, mas ele estava farto daquilo, aquilo não era o Qun, ele desafiaria a autoridade do seu amo e senhor. Aveline percebia que Saarebas se comunicava com o Arishok, mas não sabia dizer exatamente o teor da conversa, apenas sussurros chegavam até ela, percebia ele perguntando algo sobre os infiéis, e sobre a purificação, mas antes que pudesse decifrar mais o intendente explodia em devaneio erguendo sua voz e se dirigindo ao jovem Ryuuhou - Viddath-bas! Stel brak! Ashkost say hissra atik Qun! Shanedan Shok! Nehraa kadan!

    - Eles vão matá-lo! - clamava Aveline para Kira e Aegeon, mas logo percebiam algo estranho, seu corpo estava paralisado, em torno deles uma magia sombria se prendia. Aveline se desesperava, entendera tarde demais o dialeto antigo que Saarebas utilizava, ele dissera "Mentirosos Venenosos! Infiéis profanadores! Vocês zombam do Qun! Voltem as cinzas! Por meus irmãos!" aqueles versos provavelmente haviam sido o gatilho para o aprisionamento dos outros além dela, Aegeon se debatia e remexia-se tentando se libertar, ela fazia o mesmo, mas Kira permanecia imóvel, seu rosto agora sério, oque ele estava fazendo? Se perguntava Aveline.

    Um clamor ecoava pelo salão do palácio, os demais Qunari se inflamavam e gritavam vivas para Saarebas que havia aprisionado os 4 feiticeiros em sua armadilha negra antes que pudessem fazer algo, ele agora caminhava rapidamente com uma faca em mãos, o Arishok nada fazia, apenas observava com um semblante tenaz. Saarebas entendia aquilo como seu assentimento para que continuasse, ele puxava a cabeça do garoto para trás, que incapaz de se mover não tinha chance escapar, pensava se deveria arrancar seu escalpo ou não, e logo decidia. Posicionando a faca enferrujada abaixo da garganta do menino ele cuspia na face da embaixadora.

    - Anaan esaam Qun! Pela vitória do Qun! - Dizia o Qunari com uma expressão de prazer em seu rosto.

    A faca deslizava por sua mão, e um estampido era ouvido, como quando duas placas de metal se chocavam, os feiticeiros eram libertados da prisão de sombras enquanto o corpo de Saarebas se dividia exatamente em duas partes, um corte perfeito na vertical que o obliterara da ponta de seu crânio até suas partes baixas. Suas tripas desmoronavam junto dele, em uma mistura fétida de sangue e órgãos internos, ele ainda estava vivo, a tenacidade dos Qunari os permitiam sobreviver a todo tipo de ferimento. Eventualmente morreria, mas não antes de sofrer por várias horas naquele estado de deploração, um castigo perfeito para aqueles que violavam o código de honra, e que matavam em nome do Qun, sem seguir suas tradições. O Arishok não se arrependia de seu ato, ainda na mesma posição sua lâmina antes limpa e prateada agora se manchava do sangue de seu antigo servo. Os demais Qunari que haviam se erguido em nome de Saarebas batiam uma continência e fervorosos clamavam:

    - Asit tal-eb! Nehraa Qun! - "O jeito como as coisas devem ser. Pelo Qun!"

    O senso de honra dos Qunari era inegável, o Arishok havia eliminado seu próprio intendente para evitar que o sangue dos enviados de paz fosse derramado injustamente. Aquilo era surpreendente até mesmo para Kira, não imaginava que iria tão longe em nome de sua doutrina e fé. Muito havia mudado de fato, mas oque mais o surpreendia havia sido a velocidade do corte e a precisão do Arishok, o único a perceber o ataque ele vira o líder dos Qunari se levantar rapidamente relalizar o ataque com perfeição, passando a lâmina a exatos 2 milímetros da face de Ryuuhou repartindo Saarebas ao meio. Aquele era um homem que ele não subestimaria.

    - Asay hassatra maas. Continuemos a reunião novo embaixador, apesar de um Imekari, você é muito eloquente. Ash Kost Imekari, Dathrassi Saarebas, Beressad Im'lakai - O tradutor intervia traduzindo as palavras do Arishok - Procure a paz então criança, o Dathrassi Saarebas não o incomodará mais - Gaatlok Eva Gamul Ehaad Kalost Asshai Jihaad Entam'ul Qun Isshai Ilok Kost Mehara... Issala Ketojan Katara - O Tradutor se demorava a entender as palavras do Arishok mas logo as entendia - Seu povo trouxe o fogo e a morte sobre si próprio, zombando do Qun e de nossa fé, agora procuram a paz mesmo muitos dos seus líderes criando as pontes da guerra e das cinzas - Kata Kassanda Mashev Nehraa - A guerra leva a guerra e nada mais, não esqueceremos as ofensas.

    O Arishok mais uma vez se calava. Em seu coração Aveline sentia que havia falhado, mas a paz havia sido refeita pelo menos esperado ser, o próprio Arishok. Surpresa pelo muito que ainda tinha que aprender ela se retraia dentro de si mesma, as lágrimas lutavam para brotar em seu semblante terno e juvenil, apenas uma escapava, mas logo era amparada por dedos fortes e uma mão macia, o próprio Kira limpava seus olhos e sussurrava a ela com doçura "Você fez muito bem, me surpreendeu até o último instante, eu com certeza a seguiria para qualquer lugar, até o fogo e a morte minha princesa", não sabendo se desatava a chorar de vez ou se mantinha seu porte régio Aveline se contentava em enrubescer, as negociações estavam longe de acabar, os Qunari haviam mostrado seu lado mais feroz e brutal, mas também seu espirito de honra e compromisso com sua fé, algo em que se amparar naquele momento dificil. No entanto não cabia a ela comedir a fúria do Qun e derrubar a teimosia ferrenha do Arishok, nas mãos do mais improvável guerreiro ou embaixador estava o destino de toda uma ordem, nas mãos do jovem e despreparado Ryuuhou o destino de toda uma nação seria moldado. No entanto, no interior de Aegeon, uma força sombria crescia, um ódio incontrolável, uma humilhação inaceitável... "Eu vou matar todos eles, todas essas bestas malditas" Um pensamento que poderia fazer cair por terra todo o trabalho árduo dos justos e dedicados feiticeiros.




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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Ter Mar 25, 2014 8:29 pm

    Skar-ke, aonde estivesse sorria, e novamente se imputava através do jovem. Ryuhou sentia-se revigorado ao ter sua essência permeada pela solidariedade dos demais membros de seu grupo. Não sabia realmente o que havia movido aquela atitude, apenas sábia que fora algo certo e oportuno, talvez iniciasse ele, e apenas ele uma torrente de sangue tanto feiticeiro quanto Qunari nos próximos anos, mas ainda sim ele permanecia obstinado, ciente dos perigos que o circundavam e do dever que ele deveria completar perante a Ordem dos Feiticeiros, se não pudesse ao menos por enquanto sentir o calor feminino, de súbito ele compreendera que seu farol não seriam os sorrisos calorosos, mas sim o poderio e disciplina ferrenha estancado pela Ordem, Kira cuidaria bem de sua princesa. E dela ele recebia a responsabilidade, embora num ritual incompleto, ele sentia o que ela transmitia, era o suficiente, provaria-se tão digno quanto qualquer outro. Seus olhos, por mais desprovidos de anos que fossem, estavam duros e compenetrados, ele não os retesava e nem desviava-os daqueles que o cercavam, permitia a respiração tramitar no mesmo compasso suave, pronto para qualquer julgamento.

    Apenas algo o perturbava, e curiosamente não era oriundo das fileiras inimigas, estas o fuzilavam, e também latejavam um ultraje palpável. Mas era Aegon que lhe tirava parte do foco, o Juilaik estava tomado pela repulsa, uma repulsa voraz que o permitiria se atracar no mínimo indício.

    Apesar disso não era tudo aquilo que culminava na quebra da tensão que os circundava. Sarebaas, o comportamento do Qunari nos portões já havia os avisado da personalidade traiçoeira e nada ávida por paz do assessor do Arishok, seria aquilo o momento de sua morte? Não poderia, estava destinado a morrer em batalha, ele sabia, não era invadido por paz e memórias, havia apenas poeira e o cheiro repulsivo de Saarebas, que assim fosse, morreria e o caos seria emanado pela terra, nem mesmo o mais brando dos feiticeiros aceitaria tamanha afronta.

    E enquanto encarava seu carrasco ele via seus anseios, frustrações, conquistas todos misturados com a adrenalina, repulsa e incredulidade daqueles que o circundavam, aqueles sentimentos palpitavam e faziam sua cabeça latejar, mas ele não se retesava, jamais o faria, jamais permitiria aquele gostinho a qualquer inimigo, podia ser considerado ``mole'' mas seu orgulho diante de sua Ordem, diante da morte era inquebrantável.

    E de repente tudo aquilo se dissipava, num misto equivalente de tripas e guinchos e diante dele ali estava, o líder do Qun, ovacionado por seu povo, erguia-se feroz e tenaz, algo muito maior e muito mais poderoso que ele imaginava e cuja a força lhe tocava o espírito...Ryuhoou estava incrédulo. A vitória está no Qun.

    E ali ele estava, o tradutor lhe ofertava os novos passos, segurava o sorriso, a sensação de um passo bem dado, substituía-a por cautela, ofensas não seriam esquecidas...

    ''Hoje nós lembramos. Skar-ke fazia uma pausa – Lembramos de toda a impureza que fertilizamos em nosso solo, lembramos de toda a destruição e horror que se espalhou por esta e muitas outras terras, lembramos das tolas rixas de sangue e orgulho que se interpôs entre o Qun e os Feitceiros. Mas agora eu vejo, vejo um farol de esperança resplandecer neste recinto, um farol repleto da mais elevada honra e coragem, emulado pela boa vontade em vós Arishok, ao nós receber. Este farol nos ilumina uma ponte, nossos espíritos podem atravessá-la, e então todos inflamarão em júbilo, em uníssono, não iremos envergar armas contra os demais habitantes da mesma terra, eu lhes proponho, devemos urrar! Urrar com ardor! Com honra e ferocidade! Urramos não pelo prazer de sentir o sangue destoar na lâmina, mas sim pela mão que se estende em amizade, a guerra só gera guerra, é o tear infinito que conduz e destila o caos, a peste, a fome e a enfermidade, por anos trocamos ataques e ofensas de orgulho um contra o outro, mas agora o bom senso se abate sobre nós, e com humildade reconhecemo-nos uns aos outros como iguais! Queimaremos com esperança as pontes de guerra que há muito se sustentam nos corpos moribundos de nosso guerreiro, devemos direcionar as armas para os verdadeiros inimigos, e mesmo nos mais altos alicerces de minha ordem, juro por nosso sangue e a honra de nossos antepassados que não se há de permitir que nenhum privilegio reforce as diferenças que interpoem entre nós, mas sim, que as qualidades que ostentamos sejam desde cedo ensinadas com seu respaldo a nossas crianças, para que nosso norte jamais se perca. Hoje Arishok e senhores do Qun, eu vejo um futuro brilhante á ser pintado por nossas Casas, deveremos atravessar um mar de burocracia e as sinuosas lembranças do violento passado que compartilhamos para o atingirmos. Falo como um idealista, e talvez seja, pois um dia eu espero dizer para os meus netos ''Eu me lembro, me lembro do dia em que as raízes do bom senso foram mais profundas que a do ódio''... A estabilidade está distante senhores, mas apenas se dermos em conjunto este passo, apenas se nos redimirmos, o respeito mútuo irá se erguer e a carnificina será evitada.''

    As forças de Skar-ke quase se exauriam conforme ele tentava penetrar cada vez mais na mente de Ryuhoou para conduzi-lo, as palavras que o jovem ecoava tinham sua origem no Regente, assim como seus movimentos. Conforme falava Ryuhou andava, e mechia seus braços buscando lançar uma área de energia ao redor de Ageon, cujo o ódio á tudo fragilizava. Através desta rede Skar-ke tentava influir seu poder apaziguador da chuva, tentando de qualquer maneira contê-lo, enquanto a cabeça de Lamperouge latejava, clamando, esperançoso para que Kira ouvisse seus pensamentos e não se esquecesse da avidez sangrenta de Juiliak.


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    Mensagem por Admin Ter Abr 15, 2014 10:36 am

    Com determinação e sabedoria, as palavras do jovem Ryuuhou se espalhavam pelo salão mais uma vez, preenchendo o coração dos presentes. Por mais ferozes e instintivos que pudessem ser, os Qunari eram tão sentimentais como os humanos, longe das bestas de que eram acusados de ser. Aos poucos os pequenos bandos se reuniam e falavam murmurando na língua do Qun, suas expressões de ódio e fúria incontrolável de momentos anteriores, como quando Saarebas atentara contra a vida do garoto, eram substituidas por olhares vagos e pensativos. Podia-se dizer que estariam quase tão prontos quanto os feiticeiros ali presentes na procura pela paz. No entanto essa decisão não era deles a ser tomada. E sim do Arishok, que se mantinha calado, um olhar fixo ele apenas analisava Ryuuhou, seu semblante sério e pétreo imovível e duro, todo o escárnio removido de seu ser, apenas a dura realidade a sua frente.

    Kira percebia o dilema que acometia o Arishok, por centenas de anos seu povo fora subjugado e alienado pelos Feiticeiros, que apesar de todas as suas tentativas sempre os trataram como bestas, por mais indecente e desonrado que Saarebas tivesse sido, ele estava certo em muito oque dissera, pois agora seus algozes eram os que erguiam a bandeira da paz, e eles como seus rivais no passado, a desvirtuavam. Era o bastante, ele sabia, colocando a mão sobre o ombro do jovem ele sussurrava "Já basta, seu primo ficaria orgulhoso de você." Ao tocá-lo sentia duas presenças, o garoto, impúbere, inexperiente e temerário quanto a vida; e um homem mais velho, retalhado pela guerra e pelo sofrimento, induzindo o jovem na busca pelo bem maior. Não sabia explicar aquela simbiose, mas não fora o único a percebê-la, o Arishok por alguma razão, estava sensível aquela ligação, mas como ele não se manifestara contrário a ela. Esperava que fosse um toque do saber futuro que o jovem um dia teria, brotando na superfície de sua personalidade, lhe dando forma e conhecimento. Mas a força que ligava o jovem ao velho, enfraquecia-se e aos poucos ele sentia aquela força se esvaindo para além do corpo do rapaz, de volta para o grande fluxo, de volta ao arcano, de onde provavelmente viera.

    Skar-ke aos poucos sentia sua consciência se separando da de Ryuuhou, ao utilizar sua força total para forçar seus ideais sobre a mente do jovem, esbarrara em diversas armadilhas da mente, que aos poucos drenaram-lhe a vitalidade, clássia imperícia daqueles que desconhecem os caminhos da telepatia. Mas mesmo liberto ele ainda conseguia observar as cenas a sua frente, e embora não pudesse influir nas mesmas continuamente, ainda era capaz de sentir as forças daqueles que se prostravam no grande salão, em especial um homem, Aegeon.

    - Posso lhe contar uma história? - Dizia o Arishok na língua comum, um ato estranho de um homem tão orgulhoso de sua herança cultural - Uma história de um povo muito mais antigo que o nosso. Os "Kitsune". Diferente do que pregam seus mestres, houve um tempo em que os seres de duas pernas, eram os mais fracos seres neste mundo, uma era onde os animais e feras, estavam em um nível mais elevado do que todas as raças humanoides, atingindo um estado de sapiência poderoso. A lenda dos "Kitsune" é muito popular dentro do Qun. É dito que, no passado, sua imagem representava inteligência e sabedoria e, de acordo com as lendas, eram animais com poderes místicos, sagrados e amaldiçoados. As Kitsune eram entidades espirituais, sendo seu nome literalmente traduzido como espirito da raposa. No entanto, isso não significa que eram fantasmas, ou que fossem diferentes de raposas normais. Porque a palavra espírito é usada para refletir um estado de conhecimento ou Iluminismo. Existem duas classificações comuns de kitsune. A zenko, literalmente, raposas do bem, que são raposas benevolentes, celestiais associadas ao Deus grande deus Hinari, elas são chamadas às vezes simplesmente de raposas de Hinari. Por outro lado, as yako, literalmente, raposas maldosas) tendem a ser mais maliciosas. Fisicamente, as kitsune são lembradas por terem nove caudas. Em geral, um maior número de caudas indicava uma raposa mais velha e mais poderosa; dizem que uma cauda cresceria após a raposa viver 100 anos. Um, cinco, sete e nove caudas eram os números mais comuns nas histórias. Quando uma kitsune recebesse sua nona cauda, sua pele tornaria-se prateada ou dourada. Estas Kitsune ganhavam a capacidade de ver e ouvir qualquer coisa em qualquer lugar no mundo também adquirindo sabedoria infinita - O Arishok fazia uma leve pausa, acenando para que um de seus servos mais próximos trouxesse um grande livro de capa dura, na sua capa estavam as inscrições "Asi-tal Eb", mostrando que aquele era o livro sagrado do Qun, que apenas o grande Arishok, a grande Arigena, e o poderoso Ariqun podiam portar. Ele abria as páginas mostrando a imagem de uma grande raposa amarela, o desenho parecia extremamente antigo, mas as minúcias com que fora feita ainda estavam presentes - Essa é Tamamo-no-mae, a mais maldosa de todas, sem dúvidas, de todas as Kitsune Yako, que ao longo de sua existência, conseguiu infiltrar-se nos tribunais imperiais humanos, qunari, zoradrim e causar tantos danos e mortes que fora considerada uma Criminosa Internacional, procurada em todo os continentes. Essa criatura levou destruição ao rei de Ivgorod, matando milhares de seus súditos antes de fugir para Caelum, onde foi responsável pela queda da dinastia Chou, para reaparecer, tempos depois, em Arimathar, a antiga capital dos Qunari, como uma cortesã do Arishok Koslun, o escritor do Asi-tal Eb. Sua sabedoria e beleza encantavam o povo Qunari, a corte Imperial e até mesmo o Arishok. Era considerada a mulher mais bela e inteligente do mundo. O Arishok Koslun apaixonou-se por ela e logo depois foi acometido por uma doença inexplicável. Médicos, Monges e até filósofos tentaram em vão descobrir a causa da enfermidade de Koslun. Acontece que, Tamamo sentia inveja do Arishok. Desejava em seu âmago ser como ele, controlar exércitos de muitos homens, que morreriam por ela se necessário. Assim orquestrou um plano meticuloso para que o Arishok se entregasse a ela antes de sua morte, o amaldiçoando com o poder das estrelas, ao tocar a mente do Arishok no entanto teve uma visão, que revelou a ela que seu destino era morrer pelas mãos dos Qunari que um dia ela governaria, assim decidiu que a única maneira de impedir seu fim, seria eliminando o líder do povo Qun o mais rápido possível, sem levantar suspeitas, e fugir, antes que notassem sua falta. Quando o Arishok já dava sinais de que sua morte era certa, finalmente um astrólogo chamado Abe descobriu que Tamamo-no-Mae era a causa da enfermidade. Abe explicou que aquela linda moça era na verdade uma Kitsune disfarçada, e que tinha o intuito de usurpar o trono de Koslun. Assim que descoberta, o boato espalhou-se e Tamamo-no-Mae fugiu para as planícies de Nasu. Depois de muitas buscas em vão, o Arishok mandou chamar Kazusa e Miura, que eram os guerreiros mais poderosos do Império na época. Os guerreiros foram diversas vezes ludibriados na caçada, até que um dia, Tamamo no Mae apareceu em sonho para Miura e rogou para que ele poupasse sua vida, pois ela havia tido o mau presságio de que Miura a mataria no dia seguinte. Porém, sem nenhuma piedade, Miura recusou. Na manhã seguinte, finalmente os guerreiros conseguiram encurralar Tamamo-no-Mae na planície de Nasu. Justamente Miura foi quem a matou com uma flechada acima de seu coração. O corpo da Kitsune foi transformado em pedra e passou a ser chamado de Sessho-Seki “A pedra da matança”. Qualquer criatura viva que entrasse em contato com ela morria imediatamente. Tamamo-no-Mae tinha se transformado em Hoji, de tão poderoso que era o mal dessa raposa. Seu espírito assombrou a pedra por tempos, até que um dia, o Sagrado Monge zoradrim Genno, parou para descansar debaixo da pedra e foi assombrado por Hoji. Ele recitou as orações sagradas de Ivgorod e conseguiu finalmente exorcizar a pedra Sesso-Seki. Acabando com a existência de Tamamo-no-mae.

    Um silêncio profundo tomava conta do Grande Salão. Os Qunari relembravam seus mitos de outrora, em honra a seus antepassados e aqueles que um dia enfrentaram as marés do caos perpetradas pelos servos da escuridão. As feições do Arishok eram imutáveis. Por mais que desejasse a paz ele não a concederia.

    - Asi-tal Eb... jovem feiticeiro. Assim como Tamamo-no-mae, mesmo com os poderes de um deus, não pode mudar seu destino, o Qun também não pode. Lhe contei essa história pois é esse o significado maior do Qun, "Asi-tal Eb", "O Jeito Como As Coisas Devem Ser." Os feiticeiros e os Qunari são duas forças opostas, assim como não se muda o calor do fogo, não podemos ser mudados, nossos povos caminham em busca do mesmo objetivo, mas por estradas diferentes. Para nós a paz só pode ser alcançada pela conquista, para vocês a conquista trará a paz, a verossimilhança parece próxima, mas há um abismo escuro que as divide. Por essa razão eu não irei concordar em cessar a guerra. Asi-tal Eb.

    Era como se um soco atravessasse seu estomago, Ryuuhou se sentia acabado ao ouvir as palavras do Arishok, ele havia arriscado tanto, e no fim falhara miseravelmente. A guerra não acabaria, mais e mais morreriam e ele que tivera a chance única de acabar com aquilo no fim das contas não conseguiu faze-lo. Com vergonha se recusava a olhar para Aveline, ele no fim das contas havia sido apenas uma criança tola, presa a sonhos, que nunca poderiam vir a tona. Mas a mesma mão que o apoiava firmemente em seu ombro, era a que olhe dava conforto, com um olhar complacente e sereno Kira sorria para ele, seus olhos azuis pareciam altivos, como o oceano ao meio dia, ele sentia a calma atingir o seu ser. Mas o Arishok ainda tinha algo a dizer, enquanto faziam uma mesura prontos para partir.

    - É como um belo pôr do sol que se vê uma vez na vida, você jura que nunca irá esquece-lo por toda sua vida. E nunca se esquece verdadeiramente, mas nunca tem uma razão para reviver a memória, então ela permanece escondida dentro, bem fundo. Até que um dia, sem motivo aparente, se lembra daquele sol. Você se lembra da forma como a sua pele se sentia com o sol escovado através dela, a maneira como as cores pintadas esvoaçavam no céu. Você quer saber por que você demorou tanto para voltar para aquele lugar de novo, jurando que não vai demorar tanto da próxima vez. Só que você esquece a lembrança mais uma vez e você pode ou não pode voltar a revê-lo novamente. Nossos corpos são mais fortes e mais rápidos, mas nossos corações são tão frágeis quanto, lembre-se disso.

    Com um sorriso eles se retiravam, Aveline se aproximava e levemente lhe dizia "Obrigada" com um geito humilde, o qual nunca vira na nobre princesa, normalmente ficaria sem ter oque dizer a moça, mas naquele momento, pela primeira vez, sem ao menos perceber dizia com convicção "É uma honra, Princesa". O futuro era brilhante para Ryuuhou, os céus eram magentas, e as gaivotas cantavam acima da cidade litorânea. A paz dos homens eram frágeis, mas suas convicções e sua fé eram resilientes como a montanha que não pode ser movida pelo desejo de um só indivíduo. A guerra continuaria, mas assim como o sol se punha e se erguia, todos viveriam para ver o raiar de uma nova era de paz.

    Heresia... Traição... Esses animais... quem pensam que são? Aegeon não acompanhava seus companheiros. As portas do salão se fechavam atrás dele, sua energia odiosa selando-as e mantendo o Arishok e os demais membros da alta estirpe Qunari no recinto. O Arishok parecia não dar-lhe muita atenção tratando com desdém.

    - A reunião esta acabada Feiticeiro - Mostrando a porta selada com a mão dizia num tom tenso - Retire-se.

    Uma energia maligna tomava conta de Aegeon. Skar-ke podia senti-la, mas não era a primeira vez, ele não pudera senti-la antes, mas estivera presente, observando-o, agindo pelos intrincados fios da forja, e movendo as peças do tabuleiro pela escuridão. Era impossível discernir o quanto havia alterado do passado, enquanto Skar-ke se mantivera fiél aos acontecimentos apenas instigando-os, a força nefasta estivera deturpando o passado, e havia sido bem sucedida em fáze-lo todas as vezes. A realidade que ele um dia conhecera, já não era mais a mesma.

    - Silêncio aberração! - Gritava ofensivamente o feiticeiro enfurecido - Seu povo não passa de carcaça podre, de bestas mal cheirosas. Você pode aparentar certa humanidade, mas não me deixo enganar! Assim como um cão pode ser ensinado alguns truques, vocês animais conspurcados podem fingir filosofar! Eu destruirei você seu povo se não demonstrar o devido respeito!

    Os demais Qunari se enfureciam com as alegações de Aegeon, a maioria apontava seus dedos e o insultavam na língua do Qun implorando ao Arishok que matasse o insolente no lugar em que estava. Aquilo era o cúmulo para ele, com uma investida feroz Aegeon atingia a cabeça de um dos conselheiros mais velhos com velocidade intensa, seu soco espremia o crânio do velho contra a parede, uma maça abominável de sangue e miolos espirrava no rosto dos demais Qunari que partiam para cima do feiticeiro. Seu fim era cruel, enfurecido ele arrancava braços e cabeças com os próprios dedos. Ao perceberem sua desvantagem os Qunari corriam de Aegeon. Com um sopro, o Arishok partia contra o feiticeiro, espada em mãos, a um centímetro de distância do rosto do homem ele era repelido, por uma aura enegrecida que saia do inimigo. Seu frenesi insano não cessava, eliminava cada um dos conselheiros com maledicência metódica. Até que só sobravam ele e o Arishok. O Qunari se sentia entoxicado pela energia negra, que o impedia de respirar, com seus olhos bem treinados tentava avaliar como não pressentira aquela força dentro do homem, era quando via, a massa de poder das trevas que o acometia tomava forma acima dele. Com dificuldade para respirar, apenas soltava um arquejo de ar "Saa...re...bas", seu ex conselheiro ria dele enquanto torturava a mente fraca de Aegeon. O homem tentava se libertar mais o poder que o restringia era muito grande para ser esgotado. Mas como? Se perguntava o Arishok, nenhum membro do Qun poderia deter tal poder sem que ao nascer fosse catalogado de maneira diversa. A névoa carmesim em torno de Saarebas se dissipava, revelando o verdadeiro autor da carnificina. Dois olhos vermelhos, sangrentos como a própria carnificina banhavam-se em prazer e luxúria, o ser que controlava ambos Saarebas e o feiticeiro, se deleitava com a cena a sua frente. A onda enevoada tinha sua origem em um crânio que levitava acima do salão, apesar de parecer ter forma física, ele não parecia pertencer ao lugar, nem ao tempo ali demonstrado. Com um urro poderoso Aegeon partia contra o Arishok.

    - MORRA BESTA! E LEVE SEU POVO COM VOCÊ!

    Uma explosão de luz rechaçava todo o Grande Salão, o selo negro de Aegeon Juilaik era esmagado como se fosse um pedaço simples de papel contra um mar em chamas. Uma onda de eletricidade acertava o corpo do feiticeiro, que sentia uma agonia terrível, a onda cessava e continuava, por vários segundos subsequentes, atingindo não só o corpo como a mente, não surgiam feridas, apenas a dor cada vez mais excruciante. O pó da argila e do gesso surgidos da explosão enevoavam seu discernimento, misturados a dor dos ataques incessantes e o cheiro pútrido que machucava seu nariz Aegeon ficava perdido e começava a desferir golpe a esmo no ar. Com sua fúria renovada seus punhos furiosos criavam desdobramentos de ar que limpavam a sujeira do ar, revelando a entidade que o desafiava. Kira.

    - Traze-lo conosco foi um erro. Seu fanático maldito, olhe oque você fez. VOCÊ NÃO MAIS FALA PELA ORDEM DOS FEITICEIROS, E EU KIRA, SEREI SEU EXECUTOR - A maré altiva em seus olhos havia desaparecido, substituida por um maremoto terrível que engolfava toda a vontade de Aegeon, ao seu lado a princesa e Ryuuhou ficavam perplexos com a cena - Como gostaria de morrer, Juilaik traidor?

    - TRAIDOR? VOCÊS! VOCÊS! ORCUS ESTAVA CERTO! OS DISCIPULOS DE OARAN ESTÃO VENDENDO NOSSO POVO EM NOME DE SUA SALVAÇÃO! ELE ESTAVA CERTO! FIZ BEM EM CONCORDAR COM ELE! AGORA VOU EXECUTAR MINHA MISSÃO!

    Antes que pudesse dizer mais uma palavra Aegeon sentia uma dor terrível em seu peito, quase que como um relâmpago um tridente feito de puro ouro penetrava seu coração costelas e pulmão, em sua dor ele vias as marcas dos deuses antigos. "Hy..peri...on" a arma da lenda, o tridente da maré infinda, capaz de afogar continentes inteiros com um só balançar, e Kira o possuia? Era tarde demais...

    A entidade se deleitava com aquilo, tinha oque desejara, Hyperion ao seu alcance. Decidia que Skar-ke era uma ameaça, e assim o bania aos planos da existência, ele não poderia fazer nada além de assistir seu triunfar. Se espalhando de Aegeon a névoa explodia rumo aos céus consumindo a alma do Arishok e usando seu vínculo com o Qun para escravizar todo seu povo a sua vontade. Perplexo Kira se aproximava do moribundo Aegeon sem prestar atenção a névoa perigosa que começava a tomar conta de toa Par Volen.

    - Oque você está dizendo maldito? De que missão fala?

    - Ha..ha..ha é.. tarde para você.. e seu... mestre... Nesse momento... Orcus já deve tê-lo eliminado... Minha missão... era.... MATAR você...

    Com sua mão esquerda Aegeon agarrava o pescoço de Kira. O terror sádico assumindo conta dos seus olhos e pressionando com a força necessária para eliminar o seu alvo. Era Ryuuhou que libertava seu amigo do punho feroz que tentava eliminá-lo, com seu sopro do dragão destruia o restante do braço de Aegeon. O feitiço no entanto ricocheteava na armadura dourada da proteção que o louco feiticeiro usava atingindo o jovem Lamperouge nos olhos, e cegando-o. Com um grito caia no chão, pressionando as mãos contra os olhos conspurcados, as feridas eram malignas oque impediam sua regeneração, ele jamais enxergaria novamente, não como um humano. Aveline tomada pelo desespero puxava Kira pelos braços.

    - Kira! Temos que Ir! A ilha esta entrando em colapso!

    Os rochedos de Par Volen eram destruídos sem piedade pela névoa carmesim, acima de tudo o crânio se prendia a cabeça do Arishok, tomando conta de seu corpo, alma e mente. Os Qunari seriam uma arma valiosa de onde ele viera. Mais uma vez traria o fim a todas as coisas, e agora seu irmão não estava mais ali para tentar impedi-lo, muito menos seu pai. Se voltava para Skar-ke, com um riso zombeteiro ele dizia "Não tinha percebido que você tolo ainda estava aqui, o crepúsculo chega ao seu mundo mortal". Com sua força maligna tomando forma no tempo ele agora era muito mais poderoso que o feiticeiro, e assim o jogava para fora dos planos do tempo de volta para o espaço. Estavam de volta ao principio da forja do tempo. Ali Miraak se contorcia em dor enquanto um dos muitos tentáculos do ser o constringiam e dominavam, forçando sua vontade contra a própria forja, em seus últimos momentos ele se dirigia a skar-ke:

    - Você precisa eliminar a corrupção! - Não tinha mais tempo para dizer uma só palavra, a criatura, se voltava para Skar-ke, evaporando a forja e consumindo cada pequeno caminho nela existente.

    - Tolo fraco de espírito! Eu sou o sonho lúcido. O monstro de seus pesadelos. O demônio de mil faces. Se acovarde diante de minha verdadeira forma. Trema mortal, antes que venha o fim!
    Sufoque em cima de seu próprio ÓDIO! CURVE-SE DIANTE DO DEUS DO CAOS!


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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qua maio 07, 2014 6:44 pm

    Skar-ke sentia-se aos poucos as amarras que o ligavam aquele momento único desprenderem-se de seu ser, uma vitória agridoce talvez, os feiticeiros ali presentes haviam provado seu valor com maestria, mas nada aquilo era diante do bem maior que regia o Kun, o jeito que as coisa devem ser, algo maior influía sobre a decisão de Arishok, que embora carregasse em sí uma aura sombria conotava uma sabedoria inspiradora em todos os seus dizeres, era mais que um homem, a posição que regia entre seu povo obrigavam-no a mergulhar profundamente em todas as características que harmonizadas constituem um bom líder. Skar-ke se despedia de Ryuguou, cuja a mente era agora um terreno fértil para as sementes da maioridade, esperava o feiticeiro ser encarregado em mais uma aurora do passado, mas, ao contrário, ele permanecia ali, digerindo a história contada pelo líder dos Kunari, esta mesclada com os sentimentos de todos os presentes, que em sua maioria, resignavam-se em positividade com exceção há uma sorrateira força maligna que rastejava por átrios que ele era incapaz de ver.
    Acreditava ele que aquele era o fio invisível que conduzia o triste passado a ser visitado, mas um equívoco grande havia sido cometido por Skar-ke. O que julgava ele um condutor ou observador de raíz inoportuna, era na verdade, sob uma densa e traiçoeira bruma, o que ele mais deveria temer ali, sob o corpo de Ageon Juilaik o ódio se manifestava, e frustrado o Regente permanecia sufocado na incapacidade de atender ao clamor de seu coração que gritava em todo o seu pulsar por uma intervenção direta e eficaz contra aquele desvirtuado e traidor. E então tudo passava por ele confuso como a luz refratada, numa miríade de imagens distorcidas e velozes, o alto escalão dos Kunari perecia perante ao poder esturrecedor e maligno que Ageon, a sensação de paz e serenidade minguava, e altivos irmãos de um mesmo povo se viam trocando armas e armas lendárias eram brandidas. Tolos, tolos, tolos! Pensava inflamado Skar-ke, ao seu redor, incrédulo ele observava, impotente a névoa maligna se espalhar e rebentar Par Vollen convertendo os feroz Qunari em membros do seu poderoso baluarte.
    Lágrimas de sangue se debruavam por sua face sofrida, soprado pelo vento ele caía contra a areia, as mãos sentia os pequenos grãos se agitarem irritando-o ainda mais, trazendo a tona sombrias marés rodopiantes, respigando em seu cerne pesadas memórias, trazendo a imagem de um sorrisso caloroso e de um destino vergonhoso, zombando de seu orgulho infundado.
    Mas então brotava, do ódio duvidável e traiçoeiro, um calor, intenso e nem um pouco comedido, surgia como a planta altiva que brota sobre o túmulo de um guerreiro morto, daquele que se recusa a se retesar perante a força de um inimigo superior, acalorava o âmago do espírito e fazia com que se projetasse, uma lâmina final. ''Você deve eliminar a corrupção, a corrupção...corrupção.'' Ressonavam os dizeres por sua mente, que naquele momento era apenas um vácuo diante do ardor incessante de seu coração.
    E então tudo brilhava, perante ao aço prateado e superior do espírito.
    Uma lâmina de diâmetro exagerado brotava no punho de Skar-ke, numa meia lua veloz ela rompia o caos com sua pureza. Tendões e sangue negro rompiam-se e se espalhavam pela sala, um corte preciso atravessava os braço malignos do Deus da escuridão. E então, conforme o mundo cegava no amanhecer inesperado, um turbilhão de pássaros surgia das cinzas que brotavam do corpo de Skar-ke, eram cinzas de seu espírito tolo, deixado para trás ao acatar a vontade maior de impedir que aquele monstro influísse em sua realidade. Chegaram-na e mataram-na, romperam a paz, e seu sorriso agora não mais se esconde na algibeira de nosso amor incessante. Skar-ke voltava a se movimentar realizando agora um corte de baixo para cima que expelia ainda mais energia contra o ser, jogando-o contra o solo e drenando sua energia maligna através do poder de um espírito renascido."Era do talhe de uma águia, mas os seus olhos eram tão suaves e ternos quanto os da águia são altivos e ameaçadores. Seu bico era cor-de-rosa e parecia ter algo da linda boca de Formosante. Seu pescoço reunia todas as cores do arco-íris, porém mais vivas e brilhantes. Em nuanças infinitas, brilhava-lhe o ouro na plumagem. Seus pés pareciam uma mescla de prata e púrpura; e a cauda dos belos pássaros que atrelaram depois ao carro de Juno não tinham comparação com a sua.'' E assim como aquele sentimento irrigava todo o Skar-ke, as aves que havia conjurado se envolviam ao redor do ser, desorientando seus nefastos sentidos, selando-o num abismo de paz e luz.

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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qua maio 07, 2014 6:44 pm

    Skar-ke sentia-se aos poucos as amarras que o ligavam aquele momento único desprenderem-se de seu ser, uma vitória agridoce talvez, os feiticeiros ali presentes haviam provado seu valor com maestria, mas nada aquilo era diante do bem maior que regia o Kun, o jeito que as coisa devem ser, algo maior influía sobre a decisão de Arishok, que embora carregasse em sí uma aura sombria conotava uma sabedoria inspiradora em todos os seus dizeres, era mais que um homem, a posição que regia entre seu povo obrigavam-no a mergulhar profundamente em todas as características que harmonizadas constituem um bom líder. Skar-ke se despedia de Ryuguou, cuja a mente era agora um terreno fértil para as sementes da maioridade, esperava o feiticeiro ser encarregado em mais uma aurora do passado, mas, ao contrário, ele permanecia ali, digerindo a história contada pelo líder dos Kunari, esta mesclada com os sentimentos de todos os presentes, que em sua maioria, resignavam-se em positividade com exceção há uma sorrateira força maligna que rastejava por átrios que ele era incapaz de ver.
    Acreditava ele que aquele era o fio invisível que conduzia o triste passado a ser visitado, mas um equívoco grande havia sido cometido por Skar-ke. O que julgava ele um condutor ou observador de raíz inoportuna, era na verdade, sob uma densa e traiçoeira bruma, o que ele mais deveria temer ali, sob o corpo de Ageon Juilaik o ódio se manifestava, e frustrado o Regente permanecia sufocado na incapacidade de atender ao clamor de seu coração que gritava em todo o seu pulsar por uma intervenção direta e eficaz contra aquele desvirtuado e traidor. E então tudo passava por ele confuso como a luz refratada, numa miríade de imagens distorcidas e velozes, o alto escalão dos Kunari perecia perante ao poder esturrecedor e maligno que Ageon, a sensação de paz e serenidade minguava, e altivos irmãos de um mesmo povo se viam trocando armas e armas lendárias eram brandidas. Tolos, tolos, tolos! Pensava inflamado Skar-ke, ao seu redor, incrédulo ele observava, impotente a névoa maligna se espalhar e rebentar Par Vollen convertendo os feroz Qunari em membros do seu poderoso baluarte.
    Lágrimas de sangue se debruavam por sua face sofrida, soprado pelo vento ele caía contra a areia, as mãos sentia os pequenos grãos se agitarem irritando-o ainda mais, trazendo a tona sombrias marés rodopiantes, respigando em seu cerne pesadas memórias, trazendo a imagem de um sorrisso caloroso e de um destino vergonhoso, zombando de seu orgulho infundado.
    Mas então brotava, do ódio duvidável e traiçoeiro, um calor, intenso e nem um pouco comedido, surgia como a planta altiva que brota sobre o túmulo de um guerreiro morto, daquele que se recusa a se retesar perante a força de um inimigo superior, acalorava o âmago do espírito e fazia com que se projetasse, uma lâmina final. ''Você deve eliminar a corrupção, a corrupção...corrupção.'' Ressonavam os dizeres por sua mente, que naquele momento era apenas um vácuo diante do ardor incessante de seu coração.
    E então tudo brilhava, perante ao aço prateado e superior do espírito.
    Uma lâmina de diâmetro exagerado brotava no punho de Skar-ke, numa meia lua veloz ela rompia o caos com sua pureza. Tendões e sangue negro rompiam-se e se espalhavam pela sala, um corte preciso atravessava os braço malignos do Deus da escuridão. E então, conforme o mundo cegava no amanhecer inesperado, um turbilhão de pássaros surgia das cinzas que brotavam do corpo de Skar-ke, eram cinzas de seu espírito tolo, deixado para trás ao acatar a vontade maior de impedir que aquele monstro influísse em sua realidade. Chegaram-na e mataram-na, romperam a paz, e seu sorriso agora não mais se esconde na algibeira de nosso amor incessante. Skar-ke voltava a se movimentar realizando agora um corte de baixo para cima que expelia ainda mais energia contra o ser, jogando-o contra o solo e drenando sua energia maligna através do poder de um espírito renascido."Era do talhe de uma águia, mas os seus olhos eram tão suaves e ternos quanto os da águia são altivos e ameaçadores. Seu bico era cor-de-rosa e parecia ter algo da linda boca de Formosante. Seu pescoço reunia todas as cores do arco-íris, porém mais vivas e brilhantes. Em nuanças infinitas, brilhava-lhe o ouro na plumagem. Seus pés pareciam uma mescla de prata e púrpura; e a cauda dos belos pássaros que atrelaram depois ao carro de Juno não tinham comparação com a sua.'' E assim como aquele sentimento irrigava todo o Skar-ke, as aves que havia conjurado se envolviam ao redor do ser, desorientando seus nefastos sentidos, selando-o num abismo de paz e luz.

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    Mensagem por Admin Qua maio 21, 2014 10:37 am

    A besta tomava os ataques frenéticos de Skar-ke, um após o outro. Rajadas poderosas que cortavam o corpo do Antigo e saciavam os desejos do feiticeiro, o sangue negro jorrava pelo enorme salão, espirrava pelo rosto esbelto do homem e fazia com que suas feições ficassem mais sérias. O cheiro fétido da morte e da putrefação se alastravam pelo local. Apesar de violento as tentativas de Skar-ke tinham pouco sucesso, a cada tentáculo de malícia que rompia, a cada ferida grotesca que abria, novos membros surgiam, novas sombras se erguiam, e o sangue negro que banhava o solo dava vida a crias da aberração, cabeças malditas de seres a muito esquecidos que se levantavam em urros de dor e sofrimento, após uma eternidade de contenta e tortura, elas procuravam no agressor seu consolo, para que o seu anseio por ódio fosse atendido. O Antigo se alastrava mais rapidamente do que os ataques poderiam feri-lo, e o selo da arma pomposa do Feiticeiro apesar de efetivo não era capaz de selar toda a corrupção que agora grandiosa e mirabolante já impregnava o próprio homem que em seu frenesi insano havia permitido que a opulência que dava vida ao ser encrustasse-se por sua epiderme macia. A forma gelatinosa agora era envolvida por uma miasma enegrecida, fruto de sua respiração, capaz de intoxicar e envenenar. Apesar de não atacar diretamente Skar-ke a força da mente do Antigo era forte e quebrava com facilidade as pequenas e poucas barreiras psíquicas deste, ele lia seus pensamentos, e sussurrava em sua mente.

    "A confiança é a sua fraqueza."


    "A esperança é uma ilusão."

    "Tudo o que você conhece que vai desaparecer."

    "Você vai ficar sozinho no final."


    Formas e vultos se agitavam em meio a ferocidade caótica, vozes antigas, vozes recentes, momentos e vontades ocultas do homem, todas manifestas frente a seus olhos, a voz ecoava ainda mais profundamente em sua mente, enquanto a miasma sufocava os pássaros ao redor os matando ao drenar sua força vital.

    "Meu Amor." - Skar-ke ouvia próximo ao pé de seu ouvido.
    "Quanto tempo meu filho." - Outra voz surgia, um toque gentil em sua face que não podia ver.

    Duas figuras se levantavam a frente dele, a direita, sua bela esposa o encontrava de braços abertos, sorridente em vê-lo, do esquerdo seu velho pai, com feições gentis, como as quais tinha em suas lembranças infantis, ambos juntos caminhavam até ele, dando-lhe um longe e confortante abraço. O calor do momento era interrompido, com um piscar de olhos a visão de Skar-ke ficava turva, e a voz do Antigo ressoava em sua mente.

    "VOCÊ FALHOU COM ELES."

    No instante seguinte a cena se alterava grotescamente, Katari se encontrava nua, seu corpo atravessado por diversas pontas de flechas e marcas de facadas, uma lança transpassada por seu corpo empalando-a através de sua vagina saindo por sua garganta. Seu pai, era aos poucos desmembrado, sendo puxado por duas correntes que o aprisionavam, seu tronco então era muitas vezes dilacerado por uma força invisível, sua cabeça rolava até os pés de seu filho, onde então, cuspindo rios de sangue que formavam lágrimas em seus olhos, sussurrava com esforço "Porque você nos abandonou?". Várias outras figuras surgiam da miasma que se encorpava aproximando-se ainda mais de Skar-ke. Neltharion Deathwing era o primeiro a surgir, com um sorriso sínico e com a cabeça de Zul Mak Sirannus, filho dele, em suas mãos. A sua direita Mentor e Raykon caminhavam, o feiticeiro mais jovem e amigo pessoal dele tinham em sua cabeça a coroa dos feiticeiros enquanto Mentor carregava abaixo de seu braço o símbolo maior do Grande Mestre dos Feiticeiros, a alabarda de ferro, sinal de que ele e não o jovem se tornará o líder dos feiticeiros. Da esquerda Trion Zyren aparecia com um olhar férreo, a seus pés uma centena de esqueletos de crianças e mulheres Sirannus ardia as sombras de Arbórus, e mais ao longe ainda envoltos nas névoas uma dúzia de outros indivíduos irreconhecíveis riam da falácia do feiticeiro, todos inimigos ocultos, apenas esperando o momento de perfurá-lo pelas costas.

    "Eles estão vindo por você"


    "Entregue-se ao seu medo"

    "Mate todos eles antes que eles matem você."

    "Eles se voltaram contra você. Agora, execute a sua vingança."

    "Foi sua culpa."

    "Diga mais uma vez a si mesmo que estes não são realmente seus amigos."

    "Você é um peão de forças invisíveis."

    "Não há como escapar. Não nesta vida, não na próxima."


    As vozes cresciam em tamanho e som, e ficava impossível para ele pensar, uma dor insana que tomava conta de sua mente e vontade, ao seu redor todo o mundo desfalecia, seus maiores temores tomavam forma, e eram tão reais que já poderiam ser realidade fora dali. A miasma o engolia e ali podia observar os últimos resquícios da vontade de Miraak sendo consumida pelo ser abominável. Sua força agora suprema suprimia até mesmo a força de vontade de Skar-ke. Ali naquele turbilhão de caos ele podia entrar em contato com a verdadeira mente do Antigo, mas esta era tão primitiva e perturbada que qualquer contato além da vontade do ser era impossibilitado, ele era o pior inimigo para os homens, pois, se alimentava de seus terrores, e que homem não tinha sombras em sua alma? Sua simples existência lhe dava massa e covalência para crescer. Ali ele sentia a mente e as lembranças de um milhar de outros seres de eras passadas que um dia haviam sucumbido perante a besta, entre eles o próprio Arishok, Aegeon, e muitos outros, apenas fragmentos eram discerníveis da confusão mental, mas todos faziam alusão ao antigo.

    "E foi então que o Antigo saiu de Necrophades. Quem ele era, ninguém podia dizer, mas ele era do sangue antigos e parecia dos Vizir de outrora. Os felarin ajoelharam-se quando o viram, mas não poderiam dizer o porquê. Ele disse que havia se levantado para fora da escuridão após vinte e sete séculos, e que tinha ouvido falar de mensagens de lugares além deste planeta. Para as terras da civilização veio o Antigo, moreno, magro, e sinistro, sempre comprando instrumentos estranhos de vidro e metal e combinando-os em instrumentos ainda desconhecidos. Ele falou muito das ciências - de energia arcana e psicologia e deu mostras de poder que o enviou. Seus espectadores logo sem palavras incharam a sua fama de superior magnitude. Homens aconselhou e estremeceu. E onde o Antigo foi, o resto desapareceu; para a madrugada onde habitam apenas os gritos do pesadelo."

    "E através deste cemitério revoltante do universo abafado e enlouquecedor uma surra de tambores, e fina lamentação, monótono de flautas blasfemas de inconcebíveis, câmaras obscurecidas além do tempo; o bater detestável de tubulações onde dança lentamente, sem jeito, e absurdamente os gigantescos, deuses tenebrosos finais, os cegos, sem voz, gárgulas irracionais cuja alma é o Antigo."

    "O Antigo conhece o portão. O Antigo é a porta. O Antigo é a chave e o guardião do portão. Passado, presente, futuro, todos são um com o Antigo. Ele sabe onde os deuses romperam de suas tumbas de antigamente, e onde devem romper novamente. Ele sabe onde eles pisaram os campos da terra, e onde Eles ainda pisam neles, e por que ninguém pode contemplar-los como eles pisam. "

    "Você teve o sonho de novo? Um bode preto com sete olhos que observa de fora."

    "Ele está em pé bem atrás de você. Não se mexa. Não respire."

    "Até mesmo a morte pode morrer. "

    "Todos os lugares, todas as coisas têm alma. Todas as almas podem ser devoradas."

    "Os outros. Dormindo, olhando casas silenciosas no sertão sempre sonhando. Seria misericordioso derrubá-las."

    "O vazio suga a sua alma. É conteúdo para ser banqueteado lentamente."

    "Não há nítida distinção entre o real e o irreal."

    "As estrelas varrem correntes frias que fazem os homens tremerem no escuro."

    "O que pode mudar a natureza de um homem?"

    "Olhe ao seu redor. Todos eles vão te trair. Fuja gritando pela floresta negra."

    "Você sonha enquanto você dorme ou é uma fuga dos horrores da realidade?"


    Enquanto a força maligna exauria o feiticeiro de tudo que ele era e representava a miasma se abria revelando o crânio, agora muito diferente. Ele não era mais o centro de tudo, a massa havia crescido e tomado forma muito além do que pudera imaginar, a forja fora seu alimento por incontáveis séculos agora, graças a intervenção despreocupada do Feiticeiro, ele agora estava pronto para caminhar o mundo real mais uma vez. Os últimos fragalhos de Miraak eram destruidos fazendo o velho eternal estilhaçar-se em uma centena de fragmentos de vidro fosco, as vozes não cessavam dentro da mente de Skar-ke, o sangue negro encobria toda sua pele agora, espalhado pela miasma, o tornando negro como a noite, forçava entrada por suas narinas e outros orifícios, até mesmo por seus olhos. Seus aliados, amigos e inimigos riam dele enquanto o esfaqueavam, uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez vezes. Era quando se dava conta, nada daquilo era uma ilusão, era real, seus temores eram reais, porque o Antigo queria que fossem reais, assim como sua dor e seu desespero. O local do crânio se abria mais uma vez revelando uma enorme estrutura com centenas de milhares de olhos, e nenhum membro além de seus tentáculos de miasma e gordura, sua força era incontáveis vezes maior que a de Skar-ke, que de qualquer feiticeiro, até mesmo que do próprio Orcus, e ele estava determinado a consumi-lo, com um último urro a miasma paralisava Skar-ke e o levava para dentro do Antigo, assim que tocasse a gelatina de sua carne ele deixaria de existir, apenas mais um urro de sofrimento perdido na escuridão.

    "É uma questão pequena controlar a mente dos fracos ... porque eu trago fidelidade aos poderes intocadas pelo tempo, indiferentes ao destino. Nós abrangemos todo o universo, incontáveis ​​como as estrelas! Nenhuma força no mundo ou além abriga a força para dobrar os nossos joelhos... nem mesmo os poderosos Eternos!

    "Corpo e alma, para serem engolidos inteiros!"



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    Mensagem por Skar-ke O Elessar Qui maio 22, 2014 7:24 pm

    Skar-ke se retorcia, não pelo cheiro pútrido e tóxico que se alastrava ao seu redor, ele se retorcia se sentindo como se uma agulha estivesse penetrando de maneira lenta e dolorosa as feridas de seu ser, seus olhos perdiam o brilho e se tornavam pedras sem vida, pedras em cujo o mar se rebentava com violência, um anjo caído e uma memória perdida.

    Era apenas um garoto, sentado na pedra, e ao seu redor não havia esbelta paisagem, não havia o calor dos braços de uma mulher, fosse ela uma amante ou uma progenitora, sombras se afunilavam trazendo o nada, o vazio, ausência da capacidade de crer no que quer que fosse. Se sentia indefeso, uma espada pousava na areia ao seu lado. Era um lâmina antiga, cujo o aço já enferrujava, mas ainda sim seu punho ostentava as mais valiosas jóias mostrando uma heráldica trabalhada num grifo com a mais bela cabeça leonina. E assim as horas passavam, o cheiro da maré fazendo alusão há um marasmo e a ausência de objetivo, o sol se pondo e nascendo, e por mais que as belas cores que invadiam e repudiavam o cinza fizessem os poetas chorarem, não havia vida ou instinto no garoto, as coisas perdiam o sentido, as lutas cessavam pois no fim o sangue que regava o solo não era capaz de compreender e preencher aquele vazio, as nuvens mostravam formas prodigiosas, mas nada aviva a chama interior do seu ser, não naquele momento, e aos poucos como um náufrago incapaz ele crescia, o corpo da criança se tornava o corpo do homem, embebido no sangue de um terror ancestral, fazendo crescer a chama da alma, tudo aquele ardor para impedir que a realidade perecesse. Ele observava aquilo com medo, o orgulho ao redor da boca e dos olhos se tornando circunspecto, a mente sem tormenta, um deserto sem fim. E por mais que seus olhos enxergassem aquela criatura horrenda ao seu redor, não era a forma grotesca que chicoteava os alicerces de seu ser, a guerra era um monstro muito pior, mas nada mais era capaz de ferir um homem como os sentimentos engaiolados em sua essência. Esses sentimentos sim eram modificados de verdade, aonde antes houvera uma centelha de alegria por agora corria uma serpente se enrolando em seu corpo nu, ela sussurava aqueles dizeres com malícia, e o envenenava, não com um veneno próprio, mas sim com todas as infelicidades que Skar-ke Sirannus havia cultivado em sua vida, seu orgulho, seu rancor, seu complexo de superioridade, seu senso de humor patético que sempre buscará mascarar sua verdadeira frustração, sua sensibilidade aguçada e sua enorme riqueza que no fim fora incapaz de proteger e salvar aqueles que lhe eram queridos.

    E então ele se encontrava sentando na pedra, não agora era um garoto, mas sim uma criatura deformada e acanhada incapaz de lembrar o significado do seu nome. Aonde antes houvera cinza no longínquo passado, azul turquesa nos tempos recentes, agora se fadava ha uma escuridão sem limites, um teaser das tumbas a qual havia confinado aqueles que agora o julgavam.

    Todos estavam ali, a escória e a estima, apontando seus dedos, lembrando de seu estado imperfeito, mostrando uma nova realidade na qual a perícia fora negada e ele queimava como uma árvore infrutífera. As adagas o perfuravam, uma, duas, três, e assim por diante enquanto os urros de dor se tornavam maiores para morrerem num eco inaudível, mil corações morriam, mas enquanto chegava próximo ao fim, ele estas a beira do mar cuspindo sangue.

    – Os campos entre a existência e a inexistência são demasiado vagos, quem pode dizer quando um começa e outro termina? Não se preocupe com esta realidade, não se preocupe com qualquer outra.


    Ouvia uma voz dizer, ela colocava uma mão sobre seu ombro.


    – Não ele que faz essa realidade, nós dois sabemos, é tudo de ruim que tenho aqui dentro, o tempo e vento tornam meus jardins mais sábios, mas não trazem a felicidade, aqui diante da pedra eu ouço seu canto, sussurros de dor apenas, sussurros daqueles que ceifei e daqueles que minha apunhalaram alimentando a controversa besta que guardo aqui dentro.

    Lorde Doku Shredder gargalhava, e Skar-ke se sentia ainda mais tolo, o medo estivera espreitando por ele, retirava o poder maior de uma criatura que era o puro medo, seu espectro, e agora ele estava lá indefeso, recebendo o reconforto daquele que fora o maior perigo para si durante toda a vida, daquele que havia retirado seu amor.

    – Nós, os Senhores de Sirannus não nascemos para chorar ou reclamar, não esperamos que cuidem de nós mas nascemos para que cuidemos dos outros, você nunca aceitou essa máxima como um verdadeiro líder, repousa sobre seus ombros como um fardo, mas até quando? Olhe - Lorde Doku mostrava para Skar-ke a Alvorada reluzindo contra o céu - Ou voa, ou morre.

    – Não posso…

    E então todo solo sucumbia, e ele se afogava na tormenta que era o mar ao seu redor, afogava e caía fundo a fundo, mas Shredder parecia flutuar ao seu redor, troçando de sua incapacidade, levando ao ponto de sua tristeza, todos aqueles rostos, seu pai, seu filho, sua mulher…

    Katari se encontrava nua, seu corpo atravessado por diversas pontas de flechas e marcas de facadas, uma lança transpassada por seu corpo empalando-a através de sua vagina saindo por sua garganta.  Os longos cabelos loiro platinados haviam se tornado grisalho e quebradiços, e o brilho esverdeado dos olhos havia morrido.


    – Não foi assim você sabe! - A criatura gritava com ele – Não foram soldados, foram nós mesmos, eu e você, você e seu medo, sua paranóia, enrolamos seu frágil pescoço em nossa garras de sombra, ela chorou, chorou pelo seu nome… E agora você se conterce, você cujo o medo, eu DOKU, enterrou a esposa, enterrou a fertilidade de sua casa, você que jurou me selar e nunca mais se acunhado novamente, e agora o Medo te invade, assalta suas muralhas, sua mente nunca foi tão pequena...

    Mente, mente, mente. Seu sacrifício foi em vão, sangue que derramei e que agora engulo a contra agosto, minha mente nunca foi tão pequena...

    E então suas pupilas se dilatavam e encaravam a luz radiante lá em cima, a espada com a heráldica do leão surgia em sua mão e num movimento súbito Skar-ke fazia com que suas mãos inábeis destilassem um poderoso corte contra seu Espectro, abrindo os braços a energia daquele o seguia e o envolvia, criando as asas necessárias para que ele alçasse seu vôo, e ele o fazia, ganhando velocidade e destreza, descobrindo, rompendo os véus de suas dúvidas para atingir a clarividência de seus objetivos, dê me a oportunidade de fazer o que quero com aqueles que machucam quem amamos…

    Skar-ke havia atingido a Alvorada, e com ela seu espírito pulsava, seu medo havia destruído que mele mais amava, um novo impulso o levava a destruir aquele que havia incitado a maior dor de seu ser, uma espada empunhada, um súbito abrir de pupilas e o golpe estava feito, límpido e forte, com a mente expandida ele cravava a personificação de sua tormenta num dos olhos daquela criatura.
    Queime, queime, queime...
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    Mensagem por Primordiais Sáb Jun 07, 2014 3:36 pm

    Quem havia construído os elementos. E a configuração de seus átomos? Quem havia concebido cada molécula. E moldado sua formação química? Quem havia concebido as leis da natureza. E completado suas limitações? Quem havia posto galáxias em movimento. E estabelecido a duração do tempo? Quem criara todas as formas de vida. E fez consciente sua dominação? Quem havia estabelecido parâmetros definidos em carne. E dado continuação ao espírito? Quem dera numeradas as estrelas celestiais. E areia do mar computada? Os incontáveis anos não haviam mudado sua constituição inquisitiva afinal, mesmo velho e atarracado ele ainda se perguntava se algum dia poderia desbravar tais mistérios, antigos e proeminentes que apenas os mestres de outrora haviam tido a honra de ter percebido. Com seus dedos enrugados e manchados pelos anos de reinado ele puxava com cautela o pequeno bilhete que fora encontrado no assoalho de mogno de seu irmão mais novo, mesmo não compartilhando do sangue e da carne, eles haviam compartilhado da vida, e esse vínculo tão forte lhe fazia doer mais que mil sóis ardentes em sua face, ali após tantos invernos, começava a sentir a impotência fraquejante de sua juventude, o corpo de mais um familiar ensanguentado e perfurado pela lâmina assassina vinda do escuro.

    "Irmão, eu ainda irei chamá-lo de irmão pois nós compartilhamos nossos laços de combate, testados, mas não quebrados pelo ódio. Mesmo se eu for assassinado, o que parece inevitável, agora, sei disso, irmão. Você e eu não somos inocentes, então as nossas bênçãos de mútua inimizade não é tragédia, mas horror. Este estado de silêncio, guerra sombreada, de venenos secretos e homens que dormiam estrangulados em suas camas, de repente, a seta e a adaga astutas, não tem fim que eu possa ver. Não há possibilidade de paz. Eu vejo as sombras no quarto se movendo, embora a chama da minha vela esteja estável. Sei que os sinais que eu ... "

    As míseras gotas de sangue, um aviso, e um fim. E ele não podia fazer, os elementos estavam cegos para sua presença, ou seria o oposto? A chama de sua vontade se apagava enquanto se ajoelhava sobe a lápide de arenito, o nome entalhado lhe era estranho, mas o rosto que ali repousava nem tanto. A lembrança de seu primeiro encontro voltava a sua memória. Uma criança Templariana e uma criança Feiticeira, dois povos rivais, ele livre, seu irmão um escravo de uma guerra a muito perdida. Mas era com orgulho que ele lhe contará uma das lendas de seu povo, e ali naquele momento recitaria a mesma para que além da vida suas lágrimas encostassem a face de seu moribundo amigo.

          - De onde ele viera, não sei, mas para a batalha ele montou, em um corcel branco brilhante e pálido. Feiticeiro o chamávamos, pois feiticeiro ele era, mas diferente de qualquer outro de sua espécie que já tinha visto antes daquele dia. Sua lança e armadura suportou o brilho radiante e terrível da magia desconhecida, e assim adornado este cavaleiro desconhecido parecia mais espectro que guerreiro.

    Oque nos conturbou, ou melhor, nos assustou mais, naquele momento, foi o clamor que se levantou dos ranques de feiticeiros. Não era medo, nem maravilha, mas uma alegria ousada e desenfreada, o tipo de felicidade sentida por um homem condenado a quem foi concedida uma segunda chance na vida. Porque naquele tempo os feiticeiros eram tão maldito e estavam tão perto da morte como nunca tinham estado durante as grandes escaramuças de Argeras. A Batalha de Athalonia era para ser a posição final entre feiticeiros e templarianos na nossa ilha justamente. Liderados por Kroatak, tínhamos levado o flagelo Feiticeiro para fora de Mirrodin, e tinhamos a intenção de limpar Athalonia de sua espécie também. Nossos guerreiros, armados com os melhores machados e espadas que nossos artesãos podiam forjar, cortavam grandes faixas através das fileiras inimigas. Das encostas de Athalonia corria um rio vermelho de sangue feiticeiro. Por que, então, deveria o nosso inimigo se alegrar? Poderia um cavaleiro trazer tanta esperança a um exército tão sem esperança?

    Para a maioria de nossa espécie, o significado da chamada era clara, mas as palavras não eram senão uma litania de cânticos e gritos. Havia alguns entre nós, no entanto, os estudiosos e cronistas, que conheciam bem as palavras e estremeceram com o seu significado.

    "O Príncipe da Neve chegou! Perdição está à mão!"

    Houve então uma grande calma que superou os feiticeiros que se achavam parados. Através de sua massa, o Príncipe da Neve passeou, e como um barco cortava as águas geladas do Falding ele separava as fileiras de seus parentes. O magnífico cavalo branco abrandou para um galope, em seguida, um trote, e o cavaleiro feiticeiro desconhecido mudou-se para a frente da linha em um ritmo quase fantasmagórica e lento. Um guerreiro templariano vê muito em sua vida de derramamento de sangue e batalha, e raramente é surpreendido por nada que o combate armado pode trazer. Mas poucos entre nós naquele dia poderiam ter imaginado o temor e a incerteza de um campo de batalha tão feroz de súbito ficar imóvel e em silêncio. Tal é o efeito que o Príncipe da Neve teve sobre todos nós. Pois, quando os gritos alegres dos feiticeiros havia terminado, restava uma tranquilidade conhecida apenas na solidão do sono. Foi então que todos combinados, feiticeiros e templarianos igualmente, se juntaram em uma terrível compreensão, vitória ou derrota pouco importava naquele dia nas encostas das montanhas de Athalonia. A única verdade que todos nós compartilhamos foi que a morte viria a muitos naquele dia, vencedor e vencido iguais. O glorioso Principe da Neve, um feiticeiro diferente de qualquer outro, veio naquele dia para trazer a morte para a nossa espécie. E a morte ele tanto trouxe.

    Repentinamente, tempestades de neve violenta que rasgam os viajantes cegos e ameaçam destruir os próprios fundamentos do salão mais resistente, o Príncipe da Neve fez varrer em nossos números. Na verdade, o gelo e a neve começou a girar e tremular sobre o feiticeiro, como se chamados a servir a sua vontade. O girar daquela lança reluzente assobiou uma canção triste para todos aqueles que estavam no caminho do Príncipe da Neve, e nossos mais poderosos cairam diante dele naquele dia. Ulgi Mão de Bigorna, Stromag, o Branco, Freida Vara-de-Carvalho, Heimdall o frenético. Todos estavam mortos ao pé das Montanhas de Atahalonia. Pela primeira vez naquele dia parecia que a maré da batalha tinha realmente virado. Os feiticeiros, estimulado pelas obras do Príncipe da Neve, se uniram para uma última acusação contra nossas fileiras. Foi então que, em um único instante, que a Batalha de Athalonia chegou a um fim súbito e inesperado.

    Fina, filha de Jofrior, uma moça de apenas 12 anos e escudeira de seu pai, viu como o príncipe da Neve reduziu seu único pai a cinzas. Em sua raiva e tristeza, Fina pegou a espada de Jofrior e atirou-a selvaticamente a assassino de seu pai. Quando a lança reluzente do feiticeiro parou sua dança mortal, a batalha ficou em silêncio, e todos os olhos se voltaram para o Príncipe da Neve. Ninguém naquele dia ficou mais surpreso do que o próprio feiticeiro com a visão de que todos eles recebeu. Pois no seu grande corcel o príncipe da Neve ainda estava sentado, a espada de Jofrior enterrada profundamente em seu peito. E então, ele caiu, de seu cavalo, da batalha, da vida. O Príncipe da Neve estava morto, morto por uma criança.

    Com seu salvador derrotado, o espírito dos restantes guerreiros feiticeiros logo foi quebrado. Muitos fugiram, e aqueles que permaneceram no campo de batalha foram logo cortados pelo poderoso eixo de nosso exército. Quando o dia foi terminado, tudo o que restava era a carnificina do campo de batalha. E a partir desse campo de batalha veio uma lembrança sombria de coragem e habilidade, pois a brilhante armadura e lança do Príncipe da Neve ainda brilhou. Mesmo na morte, este feiticeiro poderoso e desconhecido nos encheu de admiração.

    É prática comum para queimar os corpos de nossos inimigos caídos. Isto é tanto uma necessidade como é costume, pois a morte traz consigo doença e medo. Nossos chefes queriam limpar Athalonia da horda Feiticeira, na morte, assim como na vida. Decidiu-se, no entanto, que tal não era para ser o destino do príncipe da neve. Um tão poderoso na guerra e ao mesmo tempo tão amado por seu povo merecia melhor. Mesmo na morte, mesmo que um inimigo do nosso povo.

    E, assim, nós trouxemos o corpo do príncipe da Neve, envolto em sedas finas, para um túmulo recém cavado. A armadura reluzente e lança foram apresentados em um pedestal de honra, e o túmulo estava vestida com tesouros dignos de realeza. Todos os poderosos chefes concordaram com este curso, que o feiticeiro deveria ser assim honrado. Seu corpo seria preservado sob a pedra e o frio durante o tempo que a Terra escolhesse, mas não seria oferecido a proteção do nosso patriarca, que estava reservada apenas aos Templarianos mortos.


    Em sua dor Oaran se levantava deixando o frio do norte para trás. Sua chama ainda queimava mas fraquejante. A antiga lenda ainda ressoava em sua mente. Mesmo tendo perdido a guerra, o povo Templariano havia detido em sua memória a Batalha de Athalonia como um simbolo de orgulho, um momento em que sua doutrina e fé haviam se manifestado frente a seus olhos. Todos os homens morrem um dia, ele sabia disso, e mesmo os grandiosos poderiam cair para a menor das ameaças. Sua determinação arrasada ele partia rumo a Ifrit. Precisava avisar seu aprendiz Orcus do perigo iminente, ele seria o próximo alvo tinha certeza, e se mesmo alguém tão poderoso como o Príncipe da Neve havia perecido a uma lâmina mortal seu filho poderia ter o mesmo fim.  

    O desespero de um mal antigo destilava terror dentro da mente de Skar-ke. Mesmo próximo ao seu fim o jovem recusava-se a desistir e em seu interior algo começava a arder. Uma chama tão poderosa e sublime que alimentara as esperanças e força de um povo inteiro, aquela chama por muitos anos havia sido a força motriz dos Feiticeiros. Por sua inexperiência o jovem não sabia como manipular aquela força, nem como manifestá-la. mas era hora, finalmente... Os planetas se alinhavam e a Conversão Harmônica atingia seu ápice. O broche que ativara a forja voltava a aparecer, independente de onde fosse levado ele sempre voltaria a seu dono de direito. Agora em um dos bolsos das finas vestes de Skar-ke ele queimava exalando chamas de mais de um metro de comprimento. O fogo rompia os laços do feitiço do Antigo e libertavam seu dono de seu abraço mortal. A fera não poderia se aproximar se tocasse aquelas chamas teria sua força consumida e seria jogada mais uma vez no nada. O broche afunilava as chamas a frente de Skar-ke lhe mostrando duas figuras rigorosas. A primeira um homem, o mesmo da visão que a pouco adentrara sutilmente os pensamentos do feiticeiro, a segunda uma criatura de tamanho, terror e força incompreensíveis, feita puramente de um fogo terrível e atroz a besta parecia se deliciar em sentir o ar do mundo humano mais uma vez. Em meio a base de suas chamas pecaminosas uma silhueta humana se  projetava, indiscernível mas perceptível, era daquela silhueta que as chamas se manifestavam e dali que alimentava a vontade feroz do Ifrit. Os dois observavam o homem a sua frente, sua determinação latente era maior do que de qualquer um em muitos quilometros. SERIA ELE. O mais velho falava com uma voz perpétua e solene, mas ao mesmo tempo reconfortante e confiante:

    - Por 3 mil anos nossa civilização floresceu, realizando maravilhas. Estudiosos, Guerreiros, Políticos, lendários se ergueram através dos anos, seguindo a filosofia que eu trouxe ao nosso povo. A filosofia que diz que até mesmo o menor dos homens pode mudar o curso da história. Até mesmo o elo mais fraco da corrente pode resistir ao empuxo do mal e triunfar sobre a revolta da ganância. Os anos deturparam esses ensinamentos, e o esforço e vontade foram substituídos pelo poder e a força bruta, mas o desejo pela determinação ainda esta arraigado no coração dos homens e mulheres. Eu e minha outra parte o Ifrit somos um fruto das falhas de nosso povo tanto quanto os Honoo são. As pessoas do seu tempo são diferentes de nós, é verdade, mas no final eu acredito que isso é uma coisa boa. Eles não vão necessariamente cometer os mesmos erros que cometemos; aqui nesta forja; um símbolo antigo de conhecimento e saber você mostrou uma hombridade sem limites, mostrou ser fiel a sua honra e mesmo frente ao fim certo continuou clamando a seu corpo, sua mente, seu espírito, para que prosseguisse lutando. A época de gênios e deuses se passou, é a hora de homens esforçados e dedicados trazerem a verdadeira paz; homens como você Skar-ke. Os homens são cruéis e gananciosos, mas se você orientá-los, Skar-ke, se você dar-lhes a determinação para mudar, isso é o que este símbolo significa. O símbolo do clã Organny, a folha, significa determinação. Pois mesmo que caia todo outono, e que pereça todo inverno, no final as folhas sempre renascem, mas fortes e duradouras que no ano seguinte. Consubstanciado nessa determinação esta a crença fundamental do potencial de cada pessoa a ser uma força para o bem. Isso é o que você pode trazê-los. Você vai dar ao nosso povo um ideal a se esforçar. Eles vão correr atrás de você, eles vão tropeçar, eles vão cair. Mas com o tempo, eles vão se juntar a você na glória. Com o tempo, você vai ajudá-los a realizar maravilhas. Eu lhe pediria que usasse esta forja para libertar a mim e minha contraparte para que terminássemos oque começamos a tantos anos atrás, mas essa é uma decisão que só você pode tomar, carregue este fogo, se torne a chama, se torne a determinação latente em seu ser, liberte o seu HONOO.

    O Honoo Manifesto em Torno de Skar-ke
    Distrito de Hespéria - Página 2 2d9gyq

    Oaran Organny, Rei em seus últimos dias
    Distrito de Hespéria - Página 2 20uz5l5

    O Ifrit, sedento por liberdade para se vingar de Orcus
    Distrito de Hespéria - Página 2 1z3nvwg


    OFFTOPIC- Boa Tarde, ao Skar-ke e a todos os demais jogadores do Age Of Chaos, nós somos os Primordiais, os moderadores que irão organizar e moderar as habilidades dos elementos primordiais. Skar-ke foi o primeiro dos candidatos a provar seu valor e a mostrar as qualidades certas para receber o Honoo, mostrando sua força de vontade e determinação sem precedentes ele se tornou digno de deter o meu poder. Assim vou explicar como vai funcionar o sistema dos primordiais. Os elementos primordiais concedem ao usuário conjuntos de habilidades:

    - Transformação Nível 1 {Incorporação}: Apenas imbui o usuário com o poder do elemento, assim suas técnicas e habilidades passam a dar esse tipo de dano ao inimigo também.
    - Transformação Nível 2 {Fusão}: O usuário se funde parcialmente com o elemento primordial perdendo a capacidade de usar qualquer outro tipo de elemento ou ME, mas ganhando um conjunto novo e poderoso de habilidades.
    - Transformação Nível 3 {Apogeu}: O usuário funde seu corpo alma e mente com o elemento primordial ganhando a armadura primordial de seu elemento que além das habilidades do nível 2 lhe conferem novas e uma proteção grandiosa.
    - Transformação Nível 4 {Descontrole}: O usuário vai longe demais e acaba perdendo controle de si mesmo para a força primordial, o mesmo continua a lutar para retomar controle mas por um período de tempo se torna uma fera sem controle.

    Diferente de transformações normais vocês não escolhem quais transformações querem usar, vocês nas suas postagens vão dizer "Fulano tentava entrar no modo Apogeu", o moderador então irá jogar um D8(dado de 8 faces) para as 2 primeiras transformações, se o valor for 2-6 a transformação ocorre com sucesso, se for 1 você falha em entrar na transformação, se for 7-8 você entra no Descontrole automaticamente. Para a 3ª Transformação o moderador joga um D12(dado de 12 faces), se o valor for de 4-9 você conseguiu entrar na transformação, se for 10-12 entra no descontrole automaticamente, se for 1-3 falha em entrar na transformação. Não é possível desejar entrar no descontrole, ele só pode ser atingido de duas maneiras:

    - Tirando os valores descritos acima
    - A cada 2 rodadas transformado em uma das 3 primeiras formas o moderador joga o D8 ou D12 de novo, seguindo as mesmas regras se o valor cair na faixa de descontrole você cai nesse modo, se cair na faixa de falha você sai da forma.

    O descontrole funciona da seguinte maneira, você irá descrever suas ações normalmente, como sempre faz "Fulano ataca Ciclano com um soco feroz" e então o moderador irá postar em seguida dizendo "Por estar em descontrole a força selvagem do elemento primordial leva Fulano a dar uma mordida em Ciclano ao mesmo tempo que lança uma rajada de energia em Beltrano seu aliado", o moderador irá tornar suas ações mais bestiais, o descontrole dura 3 turnos, após ele o usuário sai da forma primordial, ele não pode receber danos também nessa forma, independente da magnitude.

    Uma vez que uma das transformações cessem elas ficarão indisponíveis para serem utilizadas por 3 rodadas.

    Por via de regra a primeira transformação primordial de cada novo candidato é a de nível 1, por isso Skar-ke logo acima entrou no Nível 1 Incorporação.



    Oaran Organny, O Grande Mestre.

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